#67

176 24 0
                                    

Ligação on:
Lucas - Alô?...
Ana?
Calma, eu não estou conseguindo entender nada do que você está dizendo.- ela está muito nervosa e tento me esforçar para entender.- Calma, logo eu chego aí!
Ligação off:

Entrego o Arthur para a minha mãe, coloco os dois em um táxi.- A gente vai conversar mais tarde!- a repreendo.

Karina - Não tenho nada a declarar sobre aquela fulana!

Lucas - A fulana que salvou a vida do seu neto?- fecho a porta enquanto ela me olha contrariada. Pego o meu carro e em pouco mais de meia hora estou na instituição.
A Ana está tão nervosa, mas me passa muitas informações sobre a situação. Tento correr contra o tempo para fazer o possível para soltá-la, mas já está tarde e os juízes que conheço não estavam disponíveis para me atender. Fico frustado e muito triste por ela ter que passar a noite na delegacia. Mesmo assim, continuo correndo atrás de todas as provas necessárias para provar a sua inocência.
...

Delegado Vitório
Ela prestou depoimento, passou pelo exame de corpo e delito, recolhemos todos os pertences pessoais que estavam com ela e enfim ela foi fichada.- Tem alguém para qual você queira ligar?- ela nega com a cabeça.- Tem certeza? É um direito seu! - noto que está muito assustada.

Catarina - Tenho!

Vitório - Se mais tarde você lembrar de alguém que você queira ligar é só chamar o guarda.- ela não diz nada.- Você tem advogado?

Catarina - Não!

Vitório - Vou solicitar um advogado para você  na defensoria pública.- ela não esboça nenhuma reação, a não ser o nervosismo que já tinha.- Pode levá-la!- ordeno ao policial e ela vai, chorando muito mais que antes.

Catarina
Ele me leva até a cela e choro muito, eu realmente não consigo entender o motivo das coisas na minha vida dar sempre tão errado. Ele tira as minhas algemas e me sento encolhida na cama, abraço os meus joelhos e toda minha vida passa feito um filme na minha cabeça. Consigo contar nos dedos os pouquíssimos momentos felizes que tive.
Penso no Rafael, no Lucas, no Arthur e em como gostaria que a Akemi tivesse uma vida feliz, e em como eu gostaria de fazer parte disso. Como eu gostaria de dar todo o amor que ela merece, todo o amor que não pude dar ao Rafael.
Não consegui fechar os olhos a noite inteira. Como é possível existir tanta maldade no mundo?- me perguntava.
Um dos policiais me trouxe café da manhã, mas eu não tinha fome, peço água e assim que sou atendida retorno para a posição que passei praticamente a noite toda. Às vezes levanto para utilizar o vaso sanitário e lavar o rosto que está horrível.

Vitório - Moça, você precisa comer alguma coisa. Você vai passar mal.- falo ao ser avisado que ela também recusou o almoço.

Catarina - Não estou com fome. Obrigada!

Vitório - Faz um esforço!- peço, mas ela limita- se a pedir água. Entrego a ela e peço para um colega ir ao mercado comprar alguns iogurtes. Quem sabe ela aceite!- penso.

Policial - Ela aceitou e bebeu o iogurte, senhor!

Vitório - Que bom, obrigado!- guardo os outros iogurtes na geladeira e peço aos demais, que caso ela recuse outras refeições entregue um desses a ela. Os colegas presentes concordam.

Catarina
Já não sei a quanto tempo estou aqui, parece que o tempo não passa. Estou suada e me sinto suja nesse lugar sujo. Mas pelo menos os policiais me tratam bem, um deles me trouxe iogurte e um jornal. Olho para o corredor e já não está mais tão claro como antes. A luz do sol já não está mais presente. Será que já anoiteceu?- me pergunto.
Sentei na cama e chorei ao pensar que terei que passar mais uma noite aqui. Não sei como sair dessa situação e pensar na Akemi é uma das poucas coisas que me confortam.

💗💗 💗Estamos quase no final! Será que coisas boas virão?💗💗💗

Não foi por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora