#36

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Alguns meses depois...

Catarina
Tudo está indo bem, me formei na faculdade e agora posso dizer com certeza que sou assistente social. Apesar de não querer participar da formatura, o Lucas acabou me convencendo de que seria um momento muito especial e que eu merecia, porque tinha me esforçado muito para conseguir chegar até aqui.
Ele foi meu único convidado, o meu convidado especial, a Crystal já tinha compromisso... quando subi no palco para pegar o meu "canudo" ele gritou tanto, aplaudiu e assobiou que me fez rir. Fiquei muito mais feliz quando vi que ele estava acompanhado do seu Sebastian e da Crystal, que me enganou direitinho dizendo que não viria.
A Flávia anda calma, tenho até medo dessa calmaria toda dela, eu sempre incentivo o Lucas a ir vê-la e saber como ela está e se precisa de alguma coisa, de certa forma ele nunca deixou de acompanhar ela ao médico e aos exames. Sei o quanto faz falta ser apoiada nesse momento onde todos os nossos medos estão a flor da pele.

Lucas - Cê tá bem?- pergunto ao vê-la calada.

Flávia - Não estou me sentindo muito bem!

Lucas - O que cê tá sentindo? Quer que eu te leve na sua médica?

Flávia - Não sei explicar... é um vazio, uma tristeza, uma sensação muito estranha...- começo a chorar.

Lucas - Mas eu estou aqui, tem a mãe, o pai e o Leandro! Você nunca está sozinha...

Flávia - Aqui só a sua mãe gosta de mim, você e os outros só me aturam por causa do Arthur!

Lucas - Isso não é verdade...- ela me olha ainda chorando.- Já parou pra pensar que talvez você tenha feito por merecer o tratamento que recebe?

Flávia - E vou ser tratada assim pra sempre? O que mais tenho que fazer pra você perceber que eu mudei? Que estou tentando ser uma pessoa melhor pelo nosso filho, pra você...pra ter a mínima chance de reunir a nossa família. Eu ainda quero você de volta! Nós precisamos de você!- passo a mão na barriga.

Lucas - Você precisa ser uma pessoa melhor pra você, pro nosso filho, pra todas as pessoas a sua volta e não porque você quer algo ou alguma coisa!

Flávia - Você não está mesmo reconsiderando nada! O que vivemos e o nosso filho, não são motivos o suficiente pra gente tentar de novo?- falo ainda chorando.

Lucas - Eu tenho que ir pra minha casa, descansa! - assim que tento sair às coisas pioram muito, ela chora mais, deixando eu e a minha mãe preocupados. Decidimos levar ela na médica dela que a examinou e não achou nada de anormal, mas ela estava muito chorosa e visivelmente triste.
Voltamos para casa da minha mãe e a Flávia foi para o quarto e continuou chorando, custei muito para acalmá- lá, mas enfim consegui...

Flávia - Fica aqui com a gente hoje?- peço, coloco a mão dele na minha barriga.

Lucas
Concordei para que ela não ficasse nervosa novamente e assim que ela dormiu fui para a sala com os meus pais.

Karina - Cê vai mesmo ir embora e deixar a mãe do seu filho naquele estado?

Lucas - Vou! A médica disse que ela e o Arthur estão bem, além do mais ela já dormiu.

Paulo - Ela vai ficar bem e nós estaremos aqui para qualquer imprevisto. A sua mulher deve estar te esperando!

Karina - Hum! Mulher!!- reclamo.

Lucas - Eu já liguei pra ela, ela sabe o que aconteceu!

Paulo - Ainda bem que ela compreende, porque algumas pessoas fazem questão de não entender certas coisas!- falo olhando para a Karina.

Lucas - Ou não querem entender, né!?

Karina - Mas era só o que me faltava!- saio da sala deixando os dois ridículos sozinhos.

Lucas - rimos.- Boa noite pai!- beijo sua testa.

Paulo - Boa noite, vá com Deus!

Lucas
Cheguei em casa no início da madrugada e a Cati já estava dormindo. Tomei um banho e me deitei ao lado dela abraçando-a, senti quando ela se aninhou no meu abraço e entrelaçou os nossos dedos, adormeci rapidamente.

Não foi por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora