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Alguns meses depois...

Catarina
Depois de passar de hotel em hotel (desses bem baratos), consegui alugar um porão para morar, na casa de um casal de idosos. A mãe de um deles morava no local, ela adoeceu e ficou internada por um tempo, mas não resistiu e acabou falecendo no hospital.
O lugar é pequeno, mas já estou acostumada e além do mais é muito maior do que o meu antigo kitnet. Tudo aqui é muito antigo ou vintage como dizem e estava muito sujo por ter ficado muito tempo fechado e desocupado. A dona da casa retirou todos os itens pessoais, deixando o espaço desocupado para eu me mudar. Passei o final de semana inteiro limpando, desinfetando e arejando o lugar para que ficasse novamente habitável. Tudo aqui cheirava a mofo. Ainda não me sinto completamente em casa, mas estou me esforçando para tentar recomeçar.
A dona Cleusa me recomendou para uma amiga, em um lar para crianças em situação de vulnerabilidade. Esse é o meu primeiro trabalho como assistente social. E apesar de ver a fragilidade e trabalhar com crianças vulneráveis, estou amando o meu trabalho.
Tive que deixar o Michelangelo e a Hazel Grace com a Crys, eu não tinha como andar com eles de hotel em hotel e agora trabalho o dia todo, não podia deixá-los sozinhos e além de tudo isso, olhar para a Hazel me fazia lembrar muito do Lucas.
Eu soube que ele foi me procurar, o meu coração acelerou de felicidade, mas acho que assim é melhor para nós dois.

Flávia - Vamos convidar o papai para ir pra praia com a gente!- ele sorri com aqueles dois dentinhos.

Lucas - Não dá, estou cheio de trabalho!

Flávia - Por favor! É a primeira vez que o Arthur vai para a praia.

Lucas - Também não acho uma boa ideia. Ele teve febre de novo essa semana!

Flávia - Mas a pediatra não achou nada nele!

Lucas - Acho melhor prevenir!

Flávia - Deixa! Vamos só nós dois, né filho!- falo chateada.

Lucas - Cê vai mesmo?- ela confirma com a cabeça.- Então também vou!- ela sorriu toda feliz, mas não estou no clima. Só vou por causa do Arthur!- penso.- Pego ele no colo e faço cóssegas com o meu nariz no pescoço dele que gargalhou.

Flávia - Obrigada!- abraço ele empolgada, mas ele não me dá a mínima.

Karina - Não acredito que cê conseguiu convencer ele a ir!

Flávia - Não foi fácil! Aliás o Lucas não está facilitando nada!!- reclamo.- Eu achei que depois que aquela lá fosse embora e ele visse o quanto eu mudei, daria uma chance para nós dois. Mas nada!

Karina - Pois é, parece que está enfeitiçado!

Lucas - Quem tá enfeitiçado?

Karina - A Flávia está pesquisando uma poção do amor pra enfeitiçar você!- rimos, mas ele ficou sério.
Ele pegou a mochila dele e o Arthur no colo, me deu um beijo e foi saindo.

Flávia - Tchau! Me deseje sorte!- sussurro. Pego a minha mala, a bolsa do Arthur e a minha bolsa e sigo atrás dele.

Final de semana na praia.

Flávia
O nosso final de semana começou maravilhoso, o Lucas estava um pouco fechado, mas com o Arthur ele se soltava. O nosso filho amou o mar, o Lucas entrava com ele no raso e ele não parava de sorrir.

Foi muito bom ter a sensação de que somos uma família, mesmo que só por um fim de semana

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Foi muito bom ter a sensação de que somos uma família, mesmo que só por um fim de semana.
Às vezes o Lucas parava um pouco para ler os seus processos e algumas vezes parecia distante, mas quando se trata do Arthur, ele deixa tudo de lado. Eu faria tudo para conquistá- lo, para ele voltar a me amar, para sermos a família que desejo.

Não foi por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora