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Policial - Você tem visita!- falo abrindo a porta da cela. Ela me olhou sem entender nada, andou até a pequena pia, lavou o rosto e me acompanhou até a sala de depoimento.- Aguarde aqui!- retiro suas algemas e ela sentou-se.

Catarina
Fico um pouco ansiosa, mas imagino ser a Ana, já que ela é a única que sabe que estou aqui. Mas fico surpresa e muito feliz ao ver a Crys entrar na sala segurando alguns papéis nas mãos.

Crys - Você está bem?- me aproximo e observo sua aparência abatida, ela se levantou e me abraçou forte.- Te trataram bem?- ela concordou com a cabeça. Não demorou muito um policial entrou trazendo uma caixinha com os pertences pessoais dela. Ela retirou seus objetos e assinou um documento comprovando isso.

Delegado - Por enquanto você está liberada, mas não pode sair do estado enquanto responde ao processo.

Catarina - Tudo bem, obrigada!

Crys
A ajudei e saímos juntas dali, ela parecia confusa, mas bastante aliviada por eu estar ali com ela. Entramos no carro e ela ainda estava muito triste, ela chorou silenciosamente algumas vezes durante o caminho até a casa dela.
Quando chegamos ela tomou um banho bem demorado, eu fiz algumas coisas para a gente comer, mas ela não quis nada.- Você precisa comer um pouco!- reclamo.

Catarina - Eu não quero nada... não quero mais viver!- choro.

Crys - Pelo amor de Deus, não diz uma coisa dessas!- a abraço.

Catarina - Olha pra mim, olha pra minha vida. Deus nem sabe que eu existo! Eu não tenho nada e já perdi tudo o que tive...

Crys - Eu sei minha amiga, eu sei...
Depois de conseguir acalmá-la, decidimos que ir para a pousada seria bom para ela. Ainda mais depois dessas coisas tristes que ela disse.
Arrumamos sua mochila e saímos da casa dela, liguei o rádio para destoar do triste silêncio que foi a nossa viagem. Chegamos na pousada por volta das 21 horas, ela estava bastante cansada. Tomou um analgésico, um cházinho e dormiu em seguida na minha cama.
Cobri ela e fui para o banho, depois também tomei um chá e deitei ao lado dela. Tirei alguns cochilos, mas passei basicamente a noite toda de olho nela.
Pela manhã ela limitou-se a tomar um copo de leite morno com mel.- Por favor, come alguma coisa!- peço.

Catarina
Pego uma banana e dou algumas mordidas para contentá-la.- Como você soube que eu estava lá, naquele lugar?

Crys - O Lucas me ligou e...

Catarina - O Lucas?

Crys - É, ele queria mais informações ou qualquer detalhe que eu pudesse lembrar que fosse importante do seu final de semana aqui, com a Akemi.

Catarina - Mas...como assim?- falo confusa.

Crys - Quem você acha que te soltou? O Lucas correu feito um louco para tirar você de lá.

Catarina - Como ele soube? Eu não...eu estava tão envergonhada com toda a situação, que não tive coragem nem de ligar pra você...

Crys - A Ana ligou para ele que foi imediatamente para lá procurar um jeito de te soltar.- ela ficou bastante surpresa.- Ele se referiu a você com tanto carinho, fez umas 50 ligações e não dormiu a noite toda tentando achar uma brecha ou o que fosse para te tirar de lá!- ela ficou toda emocionada.- E você aí, falando um monte de bobagens!- resmungo.

Catarina - Bobagens? Como se você não soubesse tudo o que eu já passei!

Crys - Eu sei amiga, eu sei! Mas ele ama você.

Catarina - Ele é advogado e um dos melhores... só isso!

Crys - Talvez, mas eu acho que ainda tem muitos sentimentos aí, em vocês dois!- passo o restante do dia atrás dela com medo de que toda essa tristeza, fizesse ela cometer alguma bobagem. Mas apesar de tudo, ela estava tranquila e até comeu um pouquinho a tarde.

Não foi por acasoOnde histórias criam vida. Descubra agora