Catarina
Ele estava todo empolgado, contando suas recentes descobertas desse maravilhoso e instigante mundo da paternidade. Seu sorriso e olhar sereno só não conseguiam disfarçar seu cansaço físico.- Você precisa descansar um pouco.Lucas - Estou bem! Não quero deixar você sozinha...
Catarina - Eu me viro. Você tem que se preocupar com o Arthur e tentar fazer a Flávia se sentir segura nesse primeiro momento. Pra ela entender que pode contar com você apesar de tudo, e o mais importante pra ela não querer fazer de novo.(me refiro a tomar comprimidos novamente).
Lucas - Conversamos bastante, e ela pareceu arrependida olhando pro Arthur.- olho para ela.- Brigado por me apoiar tanto!- ela beija meu rosto.- Às vezes me pergunto se você existe mesmo ou se estou só delirando.- ela ri alto.
Catarina - É muito difícil se colocar no lugar do outro, mas não pra mim que já passei por isso. É muita responsabilidade ter um filho, ainda mais sozinha. Quando não sabemos o que fazer, não ter pra quem perguntar, não ter apoio e ainda por cima ser julgada por pessoas que não sabem nada sobre a sua vida... é bem complicado.
Lucas - Ce já passou por tudo isso, né! Por isso entende!
Catarina - Você quer jantar?- pergunto levantando e ele segura minha mão.
Lucas - Não obrigado! Jantei lá na mãe, eu só quero um banho...com você!- ela sorriu largo.
Catarina
Tomamos o banho (no meu caso o segundo) e nos deitamos abraçados. O Lucas pegou no sono bem rápido, ele anda muito cansado com essa correria do hospital nós últimos dias.
Peguei meu celular e fiquei trocando mensagens com a Crystal, enquanto observava ele dormir tranquilamente.
Não sinto que sou a mesma desde o nascimento do Arthur. Sinto que sou um empecilho que impede o Lucas de estar mais perto do filho, ao mesmo tempo eu amo tanto ele e não sei o que fazer...
Já estive no lugar dela e sei o quanto é dolorido, a gente faz planos, sonha e quando nos damos conta estamos sozinhas e temos que tirar forças de onde não temos pelo nosso bem maior que é o nosso filho.
Demorei muito pra dormir, chorei um pouco e tudo o que eu queria era sumir, mas as mensagens da Crys me animaram um pouco.Dias depois...
Flávia
Os meus seios racharam e estava muito difícil amamentar, o Arthur chorava e eu continuava tentando, sei que é importante para a saúde dele, mas cada pegada que ele dava era uma dor insuportável.
O Lucas está mais próximo desde o nascimento do Arthur, todos os dias ele passa aqui antes de ir trabalhar e no fim do dia. Ele é louco pelo filho e tem sido um ótimo pai, é disposto, comprometido e adora ajudar em tudo. O Arthur ama dormir no colinho do papai. Mesmo ele deixando claro que não, ainda tenho esperança de reconquistá-lo.Lucas - Já dormiu, vou indo!- beijo sua testa e o coloco no berço.
Flávia - Fica mais um pouco, ele ainda está quentinho, pode ser que seja febre!- o Lucas pediu um termômetro pela tele entrega da farmácia. Colocamos nele e marcou 38° graus, como ele recém tinha dormido fomos para a sala. Fiquei muito preocupada, todo momento eu ia vê-lo. VI o Lucas ao telefone, mas logo ele retornou para perto de mim.
Catarina
Hoje completamos um ano de namoro, quem diria que aquelas conversas no meu trabalho sem maiores intensões terminariam em um relacionamento sério?- penso enquanto termino de arrumar a mesa para comemorar a data com um jantar.
Preparei uma lasanha de frango, salada de alface com tomate cereja que ele adora, separei um bom vinho e fui para o banho.
Coloquei um vestido bem sensual e estava ansiosa esperando ele chegar.
Poucos minutos depois recebo um telefonema dele dizendo que o Arthur está com febre e que vai ficar mais um pouco por lá.
Concordei imediatamente, afinal filho é filho e o Arthur é só um bebezinho.
Guardei a lasanha no forno e esperei por ele, cheguei até cochilar no sofá. Olhei no relógio e já eram 01h34, guardei a salada e o vinho, fui para o quarto e tirei o vestido, coloquei uma camiseta dele, lavei o rosto pra tirar a make, escovei os dentes e olhei no celular, como não tinha nenhuma mensagem dele resolvi ir dormir.
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Não foi por acaso
FanfictionCatarina Ribeiro, uma jovem estudante de Assistência Social de 24 anos,casou-se muito cedo por amor, porém o homem que ela acreditava ser o "amor da sua vida", não era exatamente quem ela imaginava ser. Sentindo-se desprotegida e totalmente desampar...