Não foi por acaso

#38

Catarina
Cheguei em casa muito chateada com as duras palavras que a Karina me disse, chorei algumas vezes e tive vontade de juntar todas as minhas coisas e sumir. Mas eu amo o Lucas e ele já demonstrou tantas vezes que também me ama, eu não posso simplesmente deixar ele no momento que ele mais precisa.
Me vejo em uma situação muito difícil...
Dou uma organizada na casa para o tempo passar mais rápido e manter minha mente ocupada, preparo um jantar simples e prático: arroz, omelete de legumes e salada de alface com tomate e cebola. Deixei a mesa posta e estava me preparando para ir para o banho quando ele chegou todo sorridente.

Lucas - Oi amor!- a beijo.

Catarina - Oi! Como ela es...

Lucas - O meu filho nasceu!- respondo antes dela terminar a sua pergunta.

Catarina - Ele está bem?- pela forma como sorria possivelmente a resposta seria positiva, mas eu queria ouvir dele.

Lucas - Sim, está! Ele é tão lindo, todo gordinho e quase não chorou...- falo todo feliz.

Catarina - Graças a Deus!! E a Flávia?

Lucas - Ela ainda está sendo mantida sedada, mas o médico disse que ela está estável... é um procedimento comum nesse tipo de caso, é só até eles conseguirem baixar o nível de intoxicação.

Catarina - Tomara que ela fique bem!

Lucas - Vai ficar!- mostro as fotos que tirei do Arthur para ela, que observa com um carinho especial.- Preciso de um banho.

Catarina - Eu também!

Lucas - Então vamos?- falo já levando ela para dentro junto comigo.
Depois do banho jantamos, ela massageou os meus ombros e costas, estava muito cansado e é tão bom relaxar nos braços de quem a gente ama.- Obrigado!- ela me olha.- Pela preocupação, pelo apoio, pelo carinho e por cuidar de mim...- falo beijando ela em seguida.

Catarina - Só estou retribuindo parte do muito que você me dá!- sorrimos um para o outro.

Lucas - Eu te amo! Muito mais do que eu possa explicar...

Catarina - sorri.- Também te amo muito!

Uma semana depois...

Lucas
A Flávia saiu da sedação, mas ainda está se recuperando da cesárea, está fraca e por isso ainda não teve alta. A enfermeira a ajuda a tirar o leite que eu e a Catarina damos em um copinho para o Arthur, que teve alta dois dias depois e foi para a minha casa.
A Catarina tem sido fundamental para mim nessa fase, ela cuida do Arthur como se fosse dela, é tão carinhosa e atenciosa e fico admirado ao ver ele parar de chorar, só de ouvir a voz dela.- O que cê tá fazendo amor?

Catarina - Estou arrumando ele bem lindo pra você levar ele pra Flávia...

Lucas - Cê acredita que ela ainda nem perguntou por ele?

Catarina - Ela deve estar chocada ainda!

Lucas - Não sei se é uma boa ideia levar ele lá!

Catarina - Acho que assim que ela ver ele, vai sentir um amor tão grande que vai acordar pra realidade. Vai voltar a sentir vontade de viver e de recomeçar, porque agora ela tem um motivo.- dou um beijinho no Arthur e o Lucas sorri.

Lucas
Fomos para o hospital, a Catarina me entregou o Arthur e a bolsa dele e quis voltar para casa. Subi apreensivo, ainda com medo da reação dela, mas a Catarina tinha toda razão. Assim que ela nos viu entrar ficou toda emocionada e quando pegou nosso filho nos braços, até sua fisionomia que era triste, mudou.

Flávia - Ele é tão lindo!! - seguro sua mãozinha.

Lucas - É, é muito lindo!

Enfermeira - Que bom que você trouxe ele. Mamãe, vamos tentar amamentar hoje?

Flávia - Não sei se estou segura disso, e se eu não conseguir?

Enfermeira - Vou te ajudar e se não der certo, tentaremos mais algumas vezes...

Lucas - Você vai conseguir!- depois de algumas tentativas, o Arthur pegou o peito da Flávia. Ela estava feliz observando ele que mamava tranquilo.