Dança comigo?

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                             (Nina POV)

Domingo 22:50 PM.

— Eu preciso beber. Não dá pra acreditar no quão perturbado foi o início do meu fim de semana. A única coisa que vai me ajudar à digerir tudo isso vai ser uma boa dose de vodka — Anuncio, assim que eu e as meninas adentramos o pub, logo sendo recebidas pela música eletrônica alta e as luzes de néon que me levam à fazer uma careta, ao sentir toda aquela claridade em meus olhos. 

— Acho que foi mais emocionante do que perturbado, isso sim. Imagina só, você quase beijou o Somerhalder — Kat diz, eufórica, e eu sinto minhas bochechas corarem, não por vergonha de deixar que algo assim pudesse vir à acontecer entre eu e ele, mas pela vergonha comigo mesma de não ter tomado a atitude de beijá-lo naquela hora tão oportuna. 

Claro que Kat já estava sabendo do acontecimento de ontem, afinal, a notícia chegou à ela mais rápido do que quando o papa-léguas se põe à correr do coiote. 

No dia anterior, assim que eu e Candice voltamos do parque e fomos para a minha casa, obviamente que a loira não perdeu tempo e logo fez questão de ligar para Kat, para contar as “novidades”. E obviamente que a mesma quase me deixou surda com seus gritos animados do outro lado da linha. Ela realmente ficou animada com a ideia de que eu e Ian tenhamos passado um tempo juntos, e quase pagou um shot de tequila para o desconhecido Logan quando soube que ele havia interceptado a loira na fila e a feito se atrasar. Essa observação com certeza me fez sorrir de orelha à orelha. 

Bom, já está mais do que claro que minhas amigas não me julgam, elas me apoiam até. Elas não acham que o que sinto é errado ou algo pelo qual merece julgamento. Não, elas acham esse sentimento puro e bonito, e acham que eu tenho a obrigação de investir no que sinto por Ian. E ao meu ver, uma parcela disso é bom, pois me mostra que elas não me veem como uma qualquer que está desesperada para poder fisgar Ian por motivos pretensiosos, e sim porque eu realmente gosto dele. 

Mas a outra parte na qual eu não gosto muito de pensar ainda me atormenta de maneira constante, afinal, é inevitável. E por mais que eu tenha conhecido um lado mais profundo de Ian, algo mais pessoal seu, mesmo que eu possa ter conhecido parte de sua vida, de sua sinceridade e de suas paixões, eu ainda me encontro há um passo atrás em ser completamente sincera com ele. Afinal, tudo isso que sinto é muito novo, são sentimentos que foram desenvolvidos de uma maneira delicada, numa situação complicada.

Então, não jogar tudo na mesa de uma única vez é uma forma de me defender e me preservar. E por mais que aos poucos eu esteja tirando minha armadura, não posso me deixar despreparada e completamente vulnerável nessa situação. Até porque, a possibilidade de tudo o que sinto não ser recíproco, é grande. Portanto, ser madura e forte o suficiente para receber um “não”, é completamente essencial. Mesmo que eu realmente de Ian e me sinta atraída por ele, ainda não estou certa de suas reais intenções comigo. Ou seja, somente o tempo irá ser capaz de me mostrar o que pode ou não acontecer entre eu e ele.

E outra, Ian saiu de um relacionamento praticamente agorinha, e, sair de um casamento no qual durou tanto tempo e que acabou de forma tão tensa, não é algo realmente agradável.

E bom, Ian pode estar apenas buscando diversão, buscando e querendo aproveitar ao máximo sua “liberdade”. O mesmo passou dez anos de sua vida ao lado de uma mulher só, amando somente à ela, dedicando-se somente à ela. E agora, ele pode estar querendo apenas aproveitar ao máximo o fato de estar solteiro. E eu não o culparia ou o julgaria por querer fazer tal coisa. Não o culparia se ele não me correspondesse, é um direito dele. Claro que eu ficaria magoada, mas de longe o culparia. Não dá pra se forçar as pessoas à sentirem o que elas não sentem. Um pouco confuso, eu sei, mas de qualquer forma, a dura realidade. 

FUCK ME, TEACHER || NIANOnde histórias criam vida. Descubra agora