Maldito sorriso

7.4K 422 681
                                    

                           (Nina POV)

Sexta-feira 09:36 AM.

Sento-me em uma cadeira aleatória do refeitório, suspirando pesadamente e de maneira completamente frustrada. Hoje o meu dia começou uma merda, e ele segue sendo uma merda até o momento em que eu me sento na cadeira de ferro e ponho os meus fones de ouvido, logo abrindo na página em que eu havia parado do livro que estava lendo no momento. – A garota que roubava livros – O meu dia começou comigo, literalmente, caindo da cama, em seguida eu me queimei com o café quando fui fazer meu desjejum, depois quando chego na escola, descubro que nenhum dos meus amigos vieram, nenhum mesmo.

Candice decidiu faltar à aula hoje para ficar com Paul às escondidas, Michael está atrás de trabalho com o pai, e Kat, bom, ela teve que ficar em casa para cuidar de sua irmã mais nova, que está doente. Ou seja, eu fiquei completamente sozinha durante as duas primeiras aulas, e terei de ficar mais três aulas seguintes.

E esse sentimento de solidão é a pior coisa do mundo quando se está na escola sem nenhum dos seus amigos presentes, ainda mais quando já se está completamente acostumada com a presença deles pela manhã.

E, eu realmente sinto falta da conversa e histeria das meninas logo cedo, mesmo que seja às sete e meia, não me importo. Também sinto falta das cantadas galantes de Michael pra cima de mim, e principalmente, eu sinto falta das piadinhas sem graça de Paul. Com certeza suas piadinhas idiotas vieram à se tornar parte da minha animação rotineira.

Porém, certas coisas devemos manter em segredo, nunca que eu deixaria ele saber disso. Até porque, diante do meu conhecimento sobre o meu melhor amigo, uma certeza que eu tenho é a do quão seu ego aumentaria com esse elogio, e por mais que eu ame aquele loiro de paixão, ainda não estou preparada para um aumento em seu ego já inflado.

Sorrio com esse pensamento, ainda assim, não menos sozinha do que antes.

Hoje parece que as aulas estão se passando de forma ainda mais lentas do que os demais dias. então, eu daria tudo para o sinal tocar logo, diferente dos outros dias que eu rezo para que ele demore o quanto puder, para que eu possa ter mais tempo para escutar as fofocas de Paul, a risada das meninas e a ironia de Michael.

Eu definitivamente não posso ficar desta maneira, de certa forma eu me encontro dependente da companhia deles para que meu dia fique mais alegre. E não deveria ser assim, essa certa dependência. Mas sentir saudade da companhia dos meus amigos também não é um completo absurdo.

Solto um suspiro longo, tão absorta em meus pensamentos, que quando Ian tocou em meu ombro, eu não pude segurar o gritinho estridente que saiu da minha boca, acompanhado do pulo que eu dei na cadeira.

— Mas que merda! — Exclamo, retirando os fones de ouvido com brutalidade e encarando Ian com o coração completamente acelerado.

Essa merda de me assustar já está virando algo constante. Assim como essa traição que o meu coração está cometendo comigo, quando se acelera em ansiedade diante a possibilidade de ver Ian.

Isso não deveria ser assim, eu não deveria me sentir desta maneira ao estar perto dele. Essa situação é estranha. No entanto, também não sou idiota à ponto de não saber o que acontece comigo, com os meus sentimentos e com o que eu sinto. E por esse motivo em específico, saber o que está revirando dentro de mim, eu apenas quero esconder e mentir para mim mesma. Pois eu simplesmente me recuso à admitir pra alguém que eu esteja começando à nutrir sentimentos pelo idiota do meu professor.

Céus!

À cada vez que eu penso novamente no assunto, soa ainda mais errado do que na vez anterior.

FUCK ME, TEACHER || NIANOnde histórias criam vida. Descubra agora