FUCK ME, TEACHER || NIAN

Dangerous

                             (Nina POV)

Depois de Ian separar nossas bocas, eu não consigo respirar normalmente, ou pelo menos pensar direito e entender tudo o que acabou de acontecer. Apenas o encaro, calada, um pouca perdida em pensamentos enquanto me contento em apreciar seus traços marcantes. Observando não só isso, mas também o fato de que ele se encontra da mesma forma que eu. Ofegante e extasiado por tudo o que acabou de acontecer.

Não consigo captar muita coisa em seu olhar perdido. Será que ele se arrependeu de ter me beijado? A possibilidade de que isso possa estar passando pela sua cabeça faz com que meu coração se parta em mil pedacinhos.

Mas agora, eu me arrependo de tê-lo retribuído o beijo? Não, eu não me arrependo, claro que não me arrependo, eu ansiava por isso já fazia muito tempo. Anteriormente havia sido eu à tomar a iniciativa de beijá-lo, – na boate – e eu sabia dos riscos e das inúmeras possibilidades de comportamento que poderíamos adotar caso isso o que acabou de acontecer, acontecesse de fato. Sabia dos riscos dias atrás e sabia dos riscos de hoje, ao correspondê-lo.

Um suspiro profundo e trêmulo me escapa, inevitavelmente. O silêncio que se instala durante alguns segundos entre nós dois não é nada reconfortante, e sim, cruel.

Mil pensamentos tomam conta de mim e da minha mente neste momento, com Ian nada parece ser muito diferente. 

— Você se arrepende? — Pergunto finalmente, disposta à dar um fim ao silêncio ridículo que havia se instalado entre nós dois.

— O quê? Claro que não! — Ian exclama, parecendo estupefato com minha pergunta.

— Então por que está tão calado? — Pergunto, ligeiramente cabisbaixa. Ian sorri de lado e segura em meu queixo, fazendo-me encarar seus olhos azuis travessos.

— Eu apenas estava pensando em como de repente, beijar você se tornou uma necessidade maior do que o ar que meus pulmões exigem — Ian diz calmamente, olhando-me nos olhos sem piscar. Suas íris transbordam carinho e sinceridade. Sinto minhas bochechas corarem e desvio meu olhar para os meus pés — Está com vergonha? — Ele pergunta, soltando uma risada breve — Logo você? — Indaga, sorrindo e então me dando um selinho, o que faz meu corpo reagir de imediato. Seguro em suas bochechas e prolongo o selinho, lhe dando outros e mordiscando seu lábio inferior vez ou outra. 

— Você faz isso comigo, e eu te odeio por isso — Digo, escondendo meu rosto na curvatura do seu pescoço e inalando a fragrância inebriante e amadeirada do homem que faz meu coração se acelerar com um simples olhar.

— Você disse que não me odiava — Ian ressalta, abraçando minha cintura.

— Há momentos que você consegue tal proeza — Digo e ele ri de forma nasalada, fazendo o ar quente soprar em meus cabelos.

Um breve questionamento se passa pela minha cabeça, o que faz com que meu estômago se revire de imediato, o que me leva à me afastar de Ian.

— Eu devo fingir que nada aconteceu? — Pergunto e ele franze a testa, pensativo.

— Você quer fazer isso? — Ele pergunta e eu mordo meu lábio inferior, o fazendo mudar seu foco dos meus olhos para a minha boca.

— Não. Você quer? — Pergunto, sentindo meu coração martelar em meu peito.

— Não — Ele responde de maneira curta e precisa.

— Ótimo — Digo e ele sorri abertamente pra mim, fazendo meu corpo se acender.

— E como eu devo agir daqui pra frente? Não é como se isso o que acabou de acontecer fosse algo rotineiro, algo normal — “Não é como se eu não gostasse de você” penso, mas não digo.