Você me deseja?

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                        (Nina POV)

— E então — Começo — Você já conseguiu o que queria, me tirou do trabalho para uma conversa. O que tem pra falar comigo e que seja do meu interesse? — Pergunto, já puxando dois bancos de plástico para que pudéssemos nos sentar, e assim o fazemos.

Respiro fundo, enquanto a minha cabeça martela e trabalha em prol encontrar nem que seja um pequeno e mísero motivo que faria meu professor vir conversar comigo, e segundo, ele sobre algo que me interessa.

— Na verdade, você me usou para poder fugir daquela mulher lá fora — Ian se pronuncia, desta maneira, puxando-me de volta para a realidade e fazendo com que eu abandone meu devaneio momentâneo.

— Acontece — Respondo, simples — E  então...? — Insisto, o encorajando à dizer o motivo que o traz até mim. Eu não estou com muito tempo, tenho um caixa com dinheiro para cuidar, clientes para atender.

— Eu serei bem direto, Nina. O que eu tenho pra conversar com você não é um assunto que demanda muito tempo, pois ao meu ver é algo bem simples e que exige uma resposta rápida. Mas como está em seu horário de trabalho, esse não é o melhor momento, ainda assim, não teria uma outra forma de conversarmos senão eu vindo até aqui. Enfim...— Ele começa, usando um tom de voz sério.

“A escola seria uma opção” Penso, mas não digo.

— Posso te chamar assim? — Ian pergunta, sua voz parecendo sair um pouco mais leve do que antes.

— Como? — Indago, sentindo-me uma idiota por não entender sua pergunta.

— Não estamos na escola. Então, eu posso te chamar de Nina ao invés de "senhorita" ou quem sabe "Nikolina"? — Ele pergunta e eu sorrio, divertida.

— Isso tudo é sério, mesmo? — Pergunto, irônica, e ele dá de ombros.

— Não custa perguntar — Ian rebate e eu o encaro — Posso? — Ele persiste, e desta vez eu me contento em respondê-lo de maneira séria. Não quero bater nessa tecla de "nome", de maneira desnecessária.

— Ah sim, claro — Digo, sorrindo minimamente. Ian me olha sem dizer uma única palavra, durante alguns segundos, fazendo-me ficar desconfortável. Não consigo decifrar o que possa estar se passando em sua cabeça neste exato momento. Sua expressão é indecifrável.

— Bom, prometo não tomar muito do seu tempo. Não em seu horário de trabalho — Ian prossegue enfim, após piscar rapidamente e desviar o olhar do meu rosto.

— Você já está tomando — Digo, e ele revira os olhos de maneira impaciente.

— Prometo não tomar muito mais do seu tempo — Ian se corrige e eu aceno com a cabeça.

— Assim espero, já que pode ver que não estou atoa — Digo, tentando soar brincalhona, mas Ian sequer sorri pra mim. Engulo em seco e cruzo meus braços de maneira desajeitada.

— Bom, confesso que já estava pensando nisso desde o dia em que você me pediu para sanar algumas de suas dúvidas em relação à minha matéria, mas apenas decidi vir te contatar hoje. Afinal, o que eu irei lhe oferecer não é algo que faço por qualquer pessoa — Ele murmura, e então volta à fixar seu olhar sobre mim — E bom, algo que contribuiu ainda mais para que eu tomasse a decisão de vir até aqui, foi o jeito que você ficou depois de ir embora do meu escritório, no início da semana. Percebi que você ficou bem abalada por causa de sua nota, Nina. Eu vi que estava sendo sincera e não apenas fazendo um show — Ian explica, calmamente, e então suspira — Então, eu certamente precisei pensar um pouco antes de tomar uma decisão em relação à toda essa situação. Afinal, eu não sou o portador de inúmeras formas de te ajudar, não sem que eu possa parecer injusto para os demais alunos — Ele diz, me encarando atentamente — Sabe, Nina, eu percebi que você é esforçada. Uma boa aluna — Ian para de falar por um momento, e então continua — Eu acho que posso lhe oferecer uma solução para os seus problemas, uma forma de te ajudar. Vejo que você realmente quer aprender e melhorar suas notas em minha matéria, vejo que você quer passar de ano e se formar. Sem brincadeiras, eu realmente percebo e reconheço o quão você é esforçada em relação aos seus estudos. Por isso estou aqui...Eu vejo algo em você, vejo potencial, de verdade — Ian diz e eu franzo minha testa, confusa com onde ele quer chegar com essa conversa mergulhada em elogios.

FUCK ME, TEACHER || NIANOnde histórias criam vida. Descubra agora