You know nothing

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                            (Nina POV)

Sinto a brisa suave da noite balançar meus cabelos e me fazer estremecer levemente, diante o frio que atinge meu rosto. Esfrego minhas mãos uma na outra e então as enfio dentro dos bolsos frontais da minha calça jeans, em prol de aquecê-las, enquanto caminho em passos largos e rápidos pelo jardim do colégio, afim de o atravessar o mais rápido possível.

Minha pressa é demasiada. Afinal, faltam apenas três minutos para às sete da noite. Ou seja, corro grande risco de me atrasar, o que não é nada bom.

Chegar atrasada em uma aula que foi estabelecida em prol de me ajudar, seria uma bela falta de compromisso e comprometimento. Sem contar que, Ian odeia atrasos.

A imagem do seu carro estacionado frente à calçada, me leva à crer que o mesmo já está na escola. Possivelmente, já na biblioteca, me esperando.

Ainda que desculpas não sirvam de nada, a culpa de eu estar atrasada não é cem por cento minha. Paul insistiu em pelo menos me trazer – já que eu recusei de maneira veemente, que ele me buscasse – e bem, sua moto custou para pegar, o que nos tomou alguns uns bons minutos tentando colocar aquela joça para funcionar. E embora no final tudo tenha dado certo, e eu tenha chego, isso não impediu de o tempo passar voando.

Suspiro ao sentir meu corpo se arrepiar por inteiro, assim que uma rajada de vento forte me atinge, congelando-me até os ossos. Não perco mais tempo e não tardo à abrir e passar pelas portas que dão acesso ao corredor principal do colégio. – Onde alguns alunos conversam e outros se dirigem até a sala, onde terão sua primeira aula do dia.

Sinto alguns olhares queimarem sobre mim, obviamente por eu ser uma completa estranha em meio àquele pequeno grupo de alunos, onde provavelmente todos se conhecem. No entanto, ignoro-os todos e continuo à caminhar, eu não tenho sequer tempo para me importar com olhares curiosos e questionadores. Completamente indesejados por mim.

Paro de andar assim que me encontro de frente para a enorme porta de madeira escura, que me dá acesso para a biblioteca.

Inevitavelmente, eu sinto o nervosismo atingir meu corpo e fazer meu estômago dar um nó. Tudo piora quando levo uma de minhas mãos até a maçaneta, pois o meu coração galopa contra minha caixa torácica. Eu posso sentir os meus dedos trêmulos envolta daquela parte metálica, e dessa vez, não é por conta do frio. 

Aos olhares alheios, eu até mesmo posso ser confundida com uma idiota ou talvez uma estátua, afinal de contas, já devem ter se passado uns bons segundos em que apenas me encontro parada frente à porta da biblioteca. Imóvel e com a mão na maçaneta, é assim que permaneço.

E então, todo o receio que eu sentia e ainda sinto em relação à essas aulas, me atinge sem dó. O receio de não conseguir esconder meus sentimentos diante de Ian. O receio de eu não conseguir fechar a minha boca e segurar minha língua. O receio de eu dizer algo inapropriado por conta do nervosismo. Tudo isso me desestabiliza.

— A senhorita vai ficar parada aí, ou vai decidir entrar, para que possamos dar início às nossas aulas? — Ouço a voz rouca de Ian soar atrás de mim, fazendo-me dar um leve pulinho. E então, quando a surpresa passa, logo sinto meu coração se acelerar e minhas pernas fraquejarem momentaneamente.

— Você me assustou — Digo, com a voz falha, ainda de costas para o meu professor. 

— Como sempre, não é mesmo? — Ele pergunta, em um tom de voz brincalhão. Por mais que eu não esteja me sentindo a pessoa mais bem humorada no momento, não consegui conter um breve sorriso. 

— Sim...— Contento-me em lhe responder apenas isso, pois o receio de falar algo de errado me envolve como um abraço bruto e sufocante. E isso é horrível, uma sensação de merda absoluta.

FUCK ME, TEACHER || NIANOnde histórias criam vida. Descubra agora