Capítulo 16

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POR MELISSA GIGLIO

Tínhamos 2 horas de viagem pela frente, segundo a previsão do GPS, mas Tom não estava com pressa de chegar e nem eu, então aproveitaríamos cada pedacinho da estrada. Ele tinha um semblante calmo e mantinha um olhar curioso por conta da minha playlist que em sua maioria era de canções em espanhol.

- suas músicas são todas em espanhol, Melie. Quero algo em português. - pedia enquanto intercalava seu foco entre mim e a estrada

- Ah, qual é Tom! Eu sei que você ama espanhol - respondi rindo - posso até dizer que você é praticamente fluente na língua!

Ele me olhou por um breve momento e arqueou a sobrancelha como se quisesse questionar algo, então eu prossegui

- Ou você não lembra das suas tentativas em entrevistas? Porque eu vi várias, inclusive umas muito boas... pera que eu lembro de uma... Cuántos años tiene?

- você é terrível - acusou sem pudor

Thomas fez uma careta, mas tentou responder:

- Londres? - respondeu incerto

-¿De dónde es usted? - fiz outra pergunta

- veintitrés?- me olhou ansioso

- Babe, seu espanhol é péssimo! - constatei e ele fez uma carinha de filhotinho abandonado - Wow! - fez uma cara de insultado - quanto incentivo hein, Melissa! - fez charminho, eu sorri e acariciei seu rosto - Thomas, você não aprendeu espanhol como deveria- disse séria - Mas isso vai mudar. Agora. - coloquei no rádio o hit latino mais famoso dos últimos tempos DESPACITO e Tom logo virou agitado - Ei, essa eu conheço!- e começou a cantarolar, na verdade enrolar, mas ao chegar no refrão nossas vozes preencheram o carro.

-Despacito quiero desnudarte a besos despacito firmó en las paredes de tu laberinto Y hacer de tu cuerpo todo un manuscrito...

- Você enrola muito mais do que canta, Holland. - o repreendi de brincadeira e no mesmo instante caí na gargalhada

[...]

POR HOLLAND

Melissa estava falante até a metade da viagem e até mesmo me ensinou as poucas palavras que sabia em espanhol, o que me custou algumas gozações da parte dela. Ela estava de ótimo humor esta manhã, muito diferente de ontem quando simplesmente fugiu de mim depois do café, mas apesar da falação toda, acabou cochilando durante um pedaço do percurso e nem ao menos fez questão de dirigir.

[...]

Eu havia conseguido alugar uma casa de última hora, o que foi uma tremenda sorte, porque os hotéis e pousadas sempre tem muita gente, e eu precisava de privacidade com ela, afinal era a nossa primeira viagem juntos e além disso, era tipo nosso aniversário, digo isso porque estamos juntos há um tempo, não oficialmente, mas o que importa é como nos sentimos e eu queria que fosse tudo especial.

A casa que ficaríamos ficava perto da praia e era muito bonita, mais do que na foto do anúncio, assim que estacionei, observei a reação de Melissa, que parecia não acreditar que estávamos ali


- Thomas, que preciosidade! - dizia enquanto saía do carro e eu fiz o mesmo

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- Thomas, que preciosidade! - dizia enquanto saía do carro e eu fiz o mesmo. Melie estava parada em frente a casa admirada e assim que me pus ao seu lado ela me abraçou

- É linda, Tom! Perfeita - ela estava tão feliz que essa ideia de viajar sem planejamento e do nada valeu muito a pena, só por vê-la tão feliz.

-Vamos entrar. Você vai adorar o resto. - entrelacei nossas mãos e seguimos para dentro do imóvel

[...]

Apesar do sol, o dia estava frio e ventava bastante, e Melissa estava ignorando o clima a todo o custo, apesar de não admitir eu sabia que ela estava congelando, enquanto pra mim o clima estava nada mais do que britânico nessa época, então ofereci minha jaqueta a ela, que aceitou sem hesitar.

Fizemos nosso passeio todo a pé, afinal a cidade é pequena e em poucas horas é possível ver tudo. Por volta do meio-dia paramos pra almoçar no The Hoof, um restaurante muito aconchegante e charmoso.

E pedimos a especialidade da casa: hambúrguer com onion rings acompanhado de uma cidra de morango, quer dizer, Melissa pediu a cidra e eu troquei pela cerveja, já que eu não estava dirigindo

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E pedimos a especialidade da casa: hambúrguer com onion rings acompanhado de uma cidra de morango, quer dizer, Melissa pediu a cidra e eu troquei pela cerveja, já que eu não estava dirigindo. 

Depois disso fomos ao Ypres Tower, mais conhecido como o Rye Castle, e mais uma vez Melissa parecia uma criança encantada com cada detalhe, na verdade eu nunca tinha a visto tão sorridente, nem quando me contou sobre o estágio

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Depois disso fomos ao Ypres Tower, mais conhecido como o Rye Castle, e mais uma vez Melissa parecia uma criança encantada com cada detalhe, na verdade eu nunca tinha a visto tão sorridente, nem quando me contou sobre o estágio. Aliás, era minha primeira vez ali também, mas eu não era muito de passeios históricos, estava ali porque Melie gostava tanto de literatura que pensei que os castelos seriam do agrado dela também, e eu não podia ter acertado mais. E o bônus desse passeio é que podíamos ter uma visão completa da cidadezinha do topo do castelo.

Como estávamos quase no inverno, os dias eram mais curtos, então assim que saímos do castelo fomos pra casa, porque além de já começar a escurecer, Melissa estava a ponto de ter uma hipotermia, apesar do casaco extra que lhe dei.

POR MELISSA GIGLIO

Estar com Thomas era tudo que precisava depois daquela crise de insegurança sem pé nem cabeça que tive ontem, a viagem até aqui tinha sido divertida como não imaginei que seria, falamos em espanhol, tentamos na verdade, apresentei algumas músicas latinas a ele e cantamos muito (desafinados).

A casa na qual ficamos era absolutamente encantadora e misturava modernidade e rusticidade, uma verdadeira preciosidade que parecia saída de um de meus livros de literatura. Holland não poderia ter feito escolha melhor.

Durante o dia passeamos pela cidade, apesar do frio estarrecedor que fazia, eu não perderia nada do lugar, e Tom percebendo meu desconforto com o clima me ofereceu sua jaqueta, que eu aceitei de imediato. Depois do almoço, visitamos o Castelo de Rye, que foi construído em 1249, por ordem do Rei Henrique III (sei dessa informação por causa da placa que estava na recepção com uma pequena apresentação do lugar). Era um castelo pequeno, logo na entrada havia uma pequena recepção, no andar inferior tinham alguns itens antigos expostos e uma capela minúscula.

A cada instante daquele passeio sentia que Tom me observava, e o flagrei algumas vezes, coisa que me deixou envergonhada, mas apesar de estar amando cada detalhe daquele dia eu sentia que iria congelar a qualquer momento, já não sentia as pontas dos meus dedos, nem meu nariz que estava tal qual a de um pedaço de gelo, então agradeci mentalmente quando Holland disse que íamos pra casa. 

Destinos Cruzados 🕸 TOM HOLLANDOnde histórias criam vida. Descubra agora