Capítulo 53

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POR SAM HOLLAND
- ele tem encontrado a Olívia mesmo sabendo que Melissa tem ciúmes dela? - questionava enquanto Harry  parecia perplexo com a minha reação
- isso não chega a ser um crime, Sam. - comentou se jogando na cama - Tom só quer se aproximar da Livy sem que a Melie fique imaginando coisas. - pontuou meu irmão - aliás, caso tenha esquecido, seu irmão é o Tom, Samuel! - acusou
- Eu sei muito bem disso, Harry. Eu só acho que isso não é legal, nosso irmão sabe que Melie não simpatiza com a Livy e se encontrar com ela às escondidas é no mínimo ...- não terminei a frase, aquilo me chateou. E acredito que minha cara me denunciava, já que o ruivo resolveu me acusar novamente -Você parece sempre tender pro lado da Melie, eu sei que vocês são amigos, mas se o casamento não acontecer vamos ter que consolar nosso irmão e não ela.
Aquela hipótese me deixou intrigado, quer dizer por que essa questão foi levantada?
- você acha que isso é uma possibilidade? Quer dizer, não ter mais o casamento?
- eu não sei, Tom parece não estar tão certo quanto antes - afirmou
[...]
Tivemos essa conversa durante o final de semana que passei com eles, em Nova York. Percebi Tom um pouco mais reticente que o normal, isso não era ruim, só incomum e comentei com Harry quando chegamos no hotel.
[...]
- Ei, Sam! Você tá livre hoje à tarde? - Melie perguntava do outro lado da linha
- estou livre, nada programado pra fazer hoje.
- Ótimo! Tenho um convite pra você. Lembra do projeto que eu e a Summer estamos organizando aqui na faculdade?
- Claro, vocês só falam disso.- disse em tom de brincadeira e ela riu. Gostava quando ela ria.
- Então, estamos fazendo um ensaio aqui no teatro da faculdade, você não quer vir? Precisamos de uma opinião... imparcial. - afirmou
Ri com a resposta - Tudo bem, daqui a pouco eu apareço por aí.
- a gente te espera, Sammy - gritou Summer ao fundo e eu revirei os olhos, já que ela sabia que eu não gostava do apelido - cala boca, Summer! - repreendeu - até depois, Sam.

POR MELIE GIGLIO
Minha irritação com Nathan tinha ultrapassado a cota do dia. Lá estava ele se metendo no que eu já tinha feito. Montamos uma peça embasada em Shakespeare, só que com algumas adaptações e um "Q" musical.
Hoje entenderíamos como o projeto estava. Tudo que tínhamos feito até aqui estava no papel e finalmente veríamos ganhar vida, então pedi que Sam viesse e desse sua opinião, já que ele esteve presente praticamente durante todo o processo de produção.
[...]
- Nathan, na boa eu já disse que não tem como a gente fazer essa mudança... - pontuei pela milésima vez. Ele era insuportável em níveis que sempre serão possíveis serem superados. Olhei pra Summer que estava me pedindo calma.
- A história não se embasa só com esse conflito, precisamos de algo mais consistente - argumentei e Summer endossou - Já discutimos isso, Nathan. Vamos fechar assim. O professor já aprovou tudo, não vamos mexer em mais nada - ele bufou, é óbvio, e parecia que íamos iniciar mais um round de discussão, se não fosse a chegada de Sam, que o salvou de ser esganado por mim, ali mesmo na frente de todo mundo.
- Melie, Summer. - chamou
- Oi, Sammy que bom que chegou, Melissa está a ponto de matar o Nathan - ouvi Summer comentar
- eu ia mesmo. Ele não entende o lance de construção conjunta, tem que ser do jeito dele. - bufei
- ei, relaxa - disse estendendo seu braço sobre meu ombro, quase me dando um abraço, mas logo se virou pra minha amiga - e Summer, nada de Sammy, por favor.
Ela riu - eu sei o quanto você ama esse apelido, não finja que não. - ele revirou os olhos de maneira bem sucinta, mas eu percebi e o cutuquei com o cotovelo
- Seguinte, é uma ensaio básico pra entender o que está no papel. Já já o senhor Hughes chega com o coordenador do núcleo de artes, então será uma glória eu não matar o Nathan até lá. Nós iremos apresentar formalmente o projeto a eles e faremos os ajustes necessários então ... to um pouco nervosa. - confessei
- não tem motivo, vi vocês trabalhando nisso por semanas e tenho certeza da competência das duas.
- Sam tem razão, conhecemos bem o projeto e fizemos o melhor que pudemos ...- ela olhou em direção ao Nathan - levando em conta que ele só atrapalhava e tentava montar um projeto sozinho - sussurrou.
Sim, nosso caríssimo amigo estava tentando ganhar os créditos sozinho e iniciou o projeto sem que soubéssemos, até que o próprio professor nos alertou sobre e tivemos uma pequena discussão, e é óbvio que meu amigo favorito ( tem muita ironia nisso) ficou com raiva, mas no fim conseguimos chegar em um consenso e trabalhamos juntos (com muito ódio envolvido).
[...]
O projeto tinha sido aprovado. É óbvio que tínhamos um imenso caminho pela frente, mas estava feito. Saímos pra comemorar, tentei ligar ao Tom pra contar a novidade, entretanto quando ele está viajando é quase impossível nossos horários conversarem, então deixei um recado de voz :
"Hi darling, hoje apresentamos o projeto. Apesar da chateação das últimas semanas que Nathan nos proporcionou, como você bem sabe, deu tudo certo... queria que estivesse aqui. Sam veio assistir e nos dar apoio e acabou livrando o Nathan de ser esganado por mim ..- ri com a confissão. Arfei de saudade - Sinto sua falta. Não consigo falar com você faz uns dias. Espero que esteja tudo indo bem por aí... tenho visto algumas coisas quando dá. Você está se saindo brilhante como sempre ... quero te ver logo, te amo... me liga assim que der."
Assim que desliguei senti um aperto no peito, como se algo ruim fosse acontecer, mas isso nem mesmo fazia sentindo. Estamos bem, desde aquelas mensagens há meses, não houve qualquer outra coisa que me fizesse desconfiar da conduta do Tom. Estamos bem. Só estamos em continentes diferentes. Só isso.

Destinos Cruzados 🕸 TOM HOLLANDOnde histórias criam vida. Descubra agora