POR OSTERFIELD - LOS ANGELES
Tom parecia um tanto disperso nesses últimos dias, mais do que o habitual, quero dizer, nada que atrapalhasse o trabalho, mas ele parecia ansioso, e acho que sei o motivo. Melissa. Ela devia ser a razão, na verdade tenho certeza disso. A garota cheia de atitude que ganhou a atenção do meu amigo logo de cara, mesmo Tom negando isso a todo custo.
Eu tive minhas dúvidas quanto a ela quando apareceu em casa com Tom, achei que poderia ser só mais alguém tentando se aproveitar da boa vontade dele, mas muito pelo contrário, ela se provou o inverso. Melissa tentou se proteger de qualquer situação pública, desde que informei sobre o flagra do aeroporto, e apesar de tudo (ela meio que surtou de início), lidou muito bem, fora a parte que deu uma bronca no Holland, e surpreendentemente rejeitou a proposta dele em permanecer em nossa casa por mais uma noite, o que demonstrou muito integridade da parte dela. E alguns dias depois, quando me ligou e eu vi seu pavor com todo aquele circo armado em volta dela, percebi que era uma menina assustada e definitivamente não estava a procura de atenção ou fama, ela só queria paz. Eu ainda presenciei uma crise de pânico/ansiedade dela, o que foi um tanto desolador, porque eu simplesmente não sabia o que fazer para ajudá-la, foi então que percebi que toda aquela história estava acabando com ela, por isso não hesitei em atender seu pedido em manter seu endereço a salvo de Tom, para que não houvesse qualquer chance de alimentarem a "notícia" do suposto namoro entre eles e tudo piorar ainda mais pra ela. Percebi também uma certa insegurança de Melissa em manter qualquer tipo de relação com Tom, mas ao mesmo tempo havia uma curiosidade velada que ela tentou disfarçar.
Embora eu tivesse realmente tentado ignorar os apelos do meu amigo, na véspera da nossa vinda à América, Holland tinha conseguido me arrancar a informação alegando que queria ele mesmo entregar algo que ela esquecera lá em casa. Eu sabia que não era só isso, por isso cedi, porque vi que Thomas não teria se dado aquele trabalho todo se não se interessasse por ela de verdade, e também pensei que talvez a aproximação entre eles fosse fazer algum bem à garota, afinal de contas aquela curiosidade dela não era a toa. Tinha algo ali. E eles precisavam descobrir o que era.
[...]
- Ele tem passado mais tempo no celular do que conversando com a gente - dizia Harry no quarto
- É a Melissa, não é? - questionei
- Tenho certeza que é. Ele é péssimo tentando fingir demência, sabe. Tom diz que quer apenas manter a garota por perto, mas tenho certeza que é muito mais do que isso.
-Só ele não quer ver. É óbvio que tem alguma coisa rolando. E pelo que soube eles vêm mantendo contato - comentei
-Sim, ele me disse também. Mas o fuso não tem ajudado, sabe. E até onde sei ele não foi posto num lugar de prioridade... - comentou se divertindo com a situação
- A garota é fogo!
POR HOLLAND - LOS ANGELES
Fui deixado em modo de espera por um tempo, eu já tinha progredido minimamente com ela, mas a verdade é que Melissa não estava deslumbrada com o fato de eu ser um ator famoso, o que era ótimo, mas ter só o meu poder de persuasão pra lidar com ela me deixava inseguro.
Aliás, consegui extrair algumas informações dela, como o motivo que a levou a Londres, que até onde eu sabia era algo relacionado aos estudos, mas eu não sabia exatamente o que ela fazia. Mas depois de um pouco de insistência descobri que ela foi fazer um curso de extensão na University Of Westminster, e pra minha surpresa ela foi estudar literatura moderna e contemporânea. Dá pra acreditar? Alguém como ela, tão prática e objetiva, estudando literatura? Não fazia sentido, pelo menos não pra mim. Pelo que me contara, ela tinha feito alguns amigos e estava desbravando a cidade com eles, não comentei que eu mesmo faria isso se ela permitisse e se fôssemos discretos o suficiente não seríamos pegos.
A última vez que falei com Melissa foi há dois dias, ela disse que estava ocupada com umas pesquisas e não teria como me responder tão cedo, levando em consideração o fuso de Londres pra L.A. era até compreensível, mas isso estava me deixando inquieto, então tentei apenas não pensar e focar nos meus trabalhos aqui, que terminariam na manhã seguinte.
POR MELISSA - LONDRES
Talvez eu tenha bebido um pouco rápido demais, minha cabeça girava e uma corrente de calor passava por todo meu corpo. Fazia tempo que não me sentia assim, com essa sensação de liberdade, o fato de estar a um oceano de distância do meu país também contribuía para eu me sentir dessa maneira. Os amigos de Summer e Toby eram muito divertidos, pelo menos até a parte que eu consegui traduzir, o sotaque deles era muito carregado e eles falavam rápido o que não ajudava muito, mas conseguimos estabelecer uma comunicação. Ava, Will e Oliver propuseram o FLIP CUP, um jogo nada educativo, mas com um pretexto perfeito pra beber sem culpa, e assim fizemos. Depois de algumas rodadas eu já estava à vontade, tanto que acabei no karaokê ao som de Live While We're Young, do One Direction.
- Melie, sorria!!! - pedia Summer enquanto apontava o celular pra mim
- Crazy crazy till we see the sun I know we only met but let's pretend it's love - eu cantava a plenos pulmões com a ajuda de Ava e Oliver, enquanto Toby e Will riam copiosamente e gravavam stories pro instagram.
- Vocês são péssimos amigos - os acusava durante a melodia da música. É, eu já estava ficando um pouco mais do que solta e essa noite estava longe de acabar.
- Vai ficar pra eternidade. Nunca te vi assim e nem achava que era possível - afirmou Summer aos risos
Talvez eu tenha tomado mais algumas doses de vodka, mas não tenho tanta certeza sobre isso, fato é que não lembro de muita coisa dessa noite, é possível que eu tenha feito algumas ligações também...
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Destinos Cruzados 🕸 TOM HOLLAND
RomantizmQual a probabilidade real de se envolver em um acidente com alguém em um aeroporto? Ainda mais esse alguém sendo quem é. O destino as vezes pode te surpreender de tantas maneiras que você jamais ousou nem imaginar. Um incidente despretensioso nos tr...