Capítulo 91 - Força

833 77 14
                                    

* o conteúdo do capítulo pode ser perturbador para pessoas sensíveis a assuntos relacionados a saúde mental*

POR MELIE GIGLIO
Senso. Acho que as pessoas não entendem o conceito. Sabia que abrir as redes sociais não era a ideia mais sensacional que poderia ter, mas por alguma razão eu queria saber o que estavam falando, afinal recebi muitas mensagens boas, então acreditei que todas seriam assim, mas me enganei. Não sei se foi ingenuidade ou burrice. Existe muita coisa ruim na internet e eu tinha esquecido disso, fui lembrada da pior maneira possível.
As pessoas não sabem o que se passa na vida de ninguém e se sentem no direito de apontar o que eles ACHAM que é verdade. Eles atacam e criticam sem saber a realidade. As barbaridades que li sobre minha relação com o Tom foram as coisas mais horríveis e cruéis que alguém poderia dizer sobre. Não sei como existe tanta maldade nesse mundo, falar que usei a situação da minha mãe pra me aproximar dele? Isso nem faz sentido. As pessoas estão doentes e se sentem no direito de fazer e acontecer com a justificativa que está simplesmente usando seu direito de "liberdade de expressão", eles nem sabem o que isso significa.
[...]
Tive uma crise depois do último tweet que li, aquele era o maior dos absurdos... se eles soubessem de tudo, nunca me acusariam daquele jeito. Quanta perversidade.
Fechei o computador com força e o empurrei da cama. A raiva me consumia, não só raiva, desespero, angústia... Fúria. Não era possível que isso nunca iria acabar! Quando eles vão entender que não são nossos donos, que admirar não te dá o direito de intervir em qualquer coisa da vida do outro??
Peguei a primeira coisa que vi pela frente a atirei na parede, tentando expurgar tudo de ruim que estava me sufocando, o choro também veio e acompanhado disso decidi apenas quebrar, quebrar tudo que podia na esperança de aliviar a dor, na esperança de me sentir melhor, mas isso não aconteceria ... nada traria minha mãe de volta, nada atenuaria minha dor.
Estava em casa, mas ainda assim não era, me sentia consumida ao extremo... aquelas mensagens me engatilharam e despertaram algo que estava ignorando desde a morte da mamãe, desde a nossa despedida... os cacos de vidros estavam todos espalhados pelo chão, foi então que aquele pensamento passou pela minha cabeça - a dor física é melhor...
Sentei-me no meio daquela confusão, peguei um estilhaço de vidro e direcionei-o ao meu pulso. Eu queria acabar com tudo, mas não tinha coragem, não podia fazer isso... minha família não merecia, Tom não merecia ... mantive o vidro na mão com a intenção de me ferir e quando realmente iria tentar algo ouvi a voz dele.

POR TOM HOLLAND
A deixei sozinha por pouquíssimos minutos, tinha ido ajudar o Haz a subir umas caixas pro apartamento dela, quando escutei um barulho
- Melie? Tá tudo bem ai ? - questionei mas não obtive resposta, o silêncio sobressaiu. Haz me encarou desconfiado e me incentivou a ir ao quarto. Adentrei um pouco mais o corredor aonde os quartos ficavam distribuídos e vi que sua porta estava entreaberta, por algum motivo não a chamei, algo estava estranho, até que me aproximei mais e vi que Melissa estava em meio a uma bagunça e tinha algo na mão.
- não! - Melissa se assustou e eu corri para contê-la, segurei seu braço, ela não resistiu apenas me abraçou e chorou copiosamente - eles me odeiam, Tom! Todos eles! Não aguento mais...
Estava assustado, apesar de saber que Melissa estava muito fragilizada com tudo, jamais imaginei que ela chegaria nesse ponto. Tentei organizar minha mente por 2 segundos, antes de dizer qualquer coisa, afastei-a um pouco pra olhar em seu rosto - O que aconteceu, amor? - precisava entender minimamente o que causou tudo isso. Ela tinha um olhar envergonhado, peguei um lenço que estava perto da bagunça feita com a queda das coisas da penteadeira, que deve ter sido proposital, e limpei seu rosto, na tentativa de acalmá-la. Melie permaneceu em silêncio, em êxtase - Melissa ...- tornei a chamá-la - por favor ...
As lágrimas caiam feito um cachoeira, sua respiração estava irregular - eles não sabem de nada, Tom... e acham que tenho que viver como eles querem! Eu não ... - ela soluçava - eu não quero viver assim ... não quero. Eles me odeiam por estamos juntos ... eu não queria que você separasse , eu não pedi isso... eu não ... - sua frases não faziam o menor sentido, não tinha nexo
- Melissa, calma. Respira um pouco. De quem você tá falando ? - questionei aflito
- a imprensa, das pessoas na internet ... eles acham que você tá comigo por pena, porque a mamãe pediu ... que eu usei a doença dela pra te manter perto ...
- escuta, olha pra mim... não importa o que as pessoas pensam, não me importa a imprensa. Eu to com você porque te amo e isso nunca vai mudar... a gente não pode levar em consideração a internet ... olha pra mim, por favor ... você é a mulher mais incrível e forte que eu já conheci na vida, e não pode deixar isso te afetar, meu amor. Não faz isso comigo ... - as lágrimas ameaçaram vir - não faz isso com você - implorei ao recostar minha testa na dela - eu amo você, Tom - foi tudo que ouvi em resposta

Destinos Cruzados 🕸 TOM HOLLANDOnde histórias criam vida. Descubra agora