Capítulo 29

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POR MELISSA GIGLIO

Talvez eu tenha exagerado um pouco, mas Louise não pode se meter desse jeito na minha vida, quer dizer, eu realmente a amo, mas a história da terapia e minha relação com o Holland, só diz respeito a mim, e ela precisa entender. Ela sempre esteve ao meu lado, me apoiando, mas eu também sempre estive disponível pra ela, passamos por muita coisa, entretanto existe um limite pra tudo. Principalmente no que diz respeito ao Tom.

[...]

Saí de casa pra espairecer, precisava respirar, tudo parecia me pressionar a tal ponto que eu poderia enlouquecer a qualquer instante, a aproximação de Olívia, o aparente sumiço de Lucas (me preocupava, porque ele nunca deu um ponto sem nó), a oficialização do namoro pra imprensa, minha dissertação que parecia não sair do lugar, a saudade de casa e da família, o estágio, a viagem do Tom...a lista parecia não acabar, e agora pra ser a cereja do bolo, eu surto e brigo com a Louise. Ótimo! Que espécie de pessoa eu sou? Talvez ela estivesse certa, afinal, eu precisava ser honesta com Thomas, e eu seria.

- Tom? - chamei assim que atendeu o celular

- Hey, darling. Tudo bem? - perguntou ansioso

- Eu posso passar aí, tipo agora? - minha voz entregava a ansiedade e houve um breve instante de silêncio - Melissa, você tá bem ? - sua voz estava preocupada - Tá em casa? A Louise tá com você? - questionou, eu respirei fundo e engoli a angústia que me faria desabar a qualquer instante - Posso passar aí? - insisti - Claro, Melie. Estou te esperando - cedeu percebendo que eu não lhe daria nenhuma informação pelo celular.

[...]

Assim que Holland abriu a porta o abracei com toda a força que pude e desabei.

POR HOLLAND

Assim que abri a porta, Melissa me abraçou sem que eu tivesse chance de verificar o estado real dela. Percebi desde a ligação que ela parecia fragilizada, o que só tive mais certeza nesse momento. Dei tempo a ela, me mantive abraçando-a enquanto sentia seu coração acelerado, Haz e Harry apareceram na sala pra cumprimentá-la, mas assim que viram o estado de Melissa, me questionaram com o olhar e se retiraram. Esperei ela se acalmar pra conseguir levá-la ao quarto pra conversarmos.

Subimos as escadas em silêncio, ela parecia tentar se recompor, e me lembrou muito ao dia que a conheci no aeroporto, a diferença aqui é que ela estava chorando. Melissa apesar de manter escudo pra se esconder era muito mais frágil que todos nós, e agora conseguia ver o porquê dela ter sido tão prática quando nos conhecemos, ela tinha receio de se envolver e ficar vulnerável.

- desculpa, Tom. - disse aos soluços - desculpa - pediu assim que chegamos ao quarto

Eu estava sentado ao lado dela na cama, me aproximei mais e segurei suas mãos - Melie, você não precisa me pedir desculpas por nada e nem me dizer qualquer coisa agora. Eu to aqui, ok? - enxuguei suas lágrimas, ela assentiu e encostou sua testa na minha - eu não te mereço, Tom... não te mereço.

Eu não entendi o que ela queria dizer com aquilo, mas achei melhor não pressionar, ela parecia frustrada - Melie, eu não sei o que tá acontecendo, mas você não precisa me pedir desculpa por nada, eu ...

- Briguei com Louise porque ela não concorda com o meu comportamento de omitir coisas importantes ... - despejou de repente, então tínhamos um ponto e talvez isso tivesse a ver com aquilo que preferi esquecer há semanas. Será que era isso ou só era uma questão das duas e eu estava aqui alimentando uma desconfiança sem nexo?

- o que quer que seja, eu aposto que vocês vão se acertar - afirmei tentando consolá-la - os amigos sempre brigam, eu e o Haz vez ou outra nos matamos, mas depois fica tudo bem ...

Destinos Cruzados 🕸 TOM HOLLANDOnde histórias criam vida. Descubra agora