POR LOUISE
Minha conexão na Alemanha demorou mais do que o esperado por causa de um mau tempo, o que me obrigou a passar 5 horas com minha bunda sentada naquele aeroporto, mas naquele exato momento eu desembarcara na terra da rainha, após 1 hora e meia de viagem. Finalmente eu ia descansar.
Melissa me recebeu com um sorriso de orelha a orelha, a garota me aguardava no saguão, literalmente de braços abertos.
- só você pra me fazer atravessar o Atlântico, garota! - disse assim que a encontrei e nos abraçamos - eu também estava com saudades, gatinha.
- cadê o gostoso aranha? Achei que ele viria me recepcionar, afinal ele é praticamente meu cunhado, né? - comentei e Mel revirou os olhos - ele não veio, mas emprestou o carro pra não pagarmos uma fortuna com táxi - informou
- É né, era o mínimo. Aliás, espero que seja uma Ferrari - comentei só pra infernizar a Melissa
- vai sonhando...
[...]
- olha, vou te contar Melissa. Achei que a essa altura tu tinha melhorado a direção. Ainda bem que o Holland é milionário e muito corajoso pra emprestar o carro dele, porque eu não faria isso jamais. Apesar de também te amar, ok?
- Que horror Louise, até parece que eu sou uma lunática que falsificou o psicotécnico. Se eu realmente fosse maluca não teria nem passado! Me respeita, garota! - rebateu irritada e eu comecei a gargalhar - estava com saudade de te infernizar ao vivo - minha amiga revirou mais uma vez os olhos - olha lá, hein. Se o galo cantar tu vai ficar com esse olho revirado e eu quero só ver se o gostoso aranha ainda vai te querer.
- ridícula - xingou
[...]
- e o Holland?
- Eu não sei, sabe? Eu senti que tinha alguma coisa ali, aliás foi o Sam que interveio e me apresentou, porque meu namorado estava completamente mudo. - contou
- Isso é estranho, Mel, pra dizer o mínimo. Quer dizer ... - me sentei na cama - eles são amigos de infância ou o quê?
- foi o que os garotos falaram, parece que as famílias são amigas há anos - ela suspirou - mas ... sei lá, eu senti que...- ela hesitou - o que? - pressionei e Melissa parecia relutante em dizer mais - senti que tinha algo mal resolvido, sabe... como se houvesse uma história não vivida, um sentimento...pode ser viagem da minha cabeça, mas Thomas ficou tenso assim que ela chegou, e ele e Sam trocaram um olhar diferente quando Olívia apareceu na sala, eu percebi, não sou idiota.
-Olívia? Esse é o nome dela? Igual a Olívia palito? - fiz piada - não me diz que ela é igual a do desenho, porque isso seria hilário. Ôh Popeye! - imitei e
Melissa arqueou a sobrancelha ironizando minha fala - você é muito idiota, Louise... ela é o oposto do desenho se quer mesmo saber, a garota é linda e inteligente e ....
- você ficou insegura - afirmei
- sim - confessou
Arfei em derrota, porque íamos começar aquele ciclo de novo - O Holland gosta de você e já provou isso, só não inventa cabelo em cabeça de ovo, tá?
[...]
POR MELISSA GIGLIO
- Eu não acredito que você tem disposição pra sair depois de sei lá quantas horas de voo. Quando cheguei aqui eu apaguei por 16 horas. - afirmei na tentativa de brecar o planos de uma balada - eu já dormi o suficiente no avião, Melissa. Quero explorar a cidade! Aliás, cadê o Holland? Em que momento ele vai dar o ar da graça por aqui? To começando a achar que ele tá me evitando - comentou e eu mentalmente assenti - Que tal umas músicas brasileiras pra me atualizar, faz um tempo que não escuto algo novo, só as coisas que já tenho nas playlists - mudei o foco da conversa, porque eu mesma não queria falar, nem encontrar com ele agora
- Eu sei o que você está tentando fazer, mas tudo bem. Seeeegura o pancadão, então !
- funk Louise? É sério? - questionei o incrédula -Você sabe muito bem que eu só escuto funk quando tenho um teor de álcool considerável no meu sangue. E definitivamente não é o caso. -afirmei, mas como sempre Louise me ignorou - não seja por isso - ela abriu a geladeira e tirou duas cervejas - À minha chegada e ao novo ano! - brindou antes mesmo de me entregar a outra garrafa - ao nosso reencontro - pontuei e ela fez uma reverência - Você continua uma louca, Louise! - afirmei ao rir dela - ao seu dispor.
A música preencheu o ambiente rapidamente e quando dei por mim, Louise já tinha aumentado mais o volume
- Ei, sua doida! Daqui a pouco a vizinhança vai fazer uma petição pra me expulsar por poluição sonora ou pior, ligar pra polícia. Não estamos no Brasil! - peguei o celular e diminui o volume - você continua uma estraga prazeres, Melissa!
Louise e álcool não era a combinação mais sensata a se fazer, ela ficava meio insuportável quando contrariada normalmente, com álcool então ... - que tal relembrarmos os velhos tempos? - propus
A garota de repente levantou-se e pôs a zapear pelas músicas.
POR HOLLAND
Minha mente já estava exausta, hoje recebi o roteiro do novo projeto e passei o dia estudando, Harry me ajudou, já que Melie estava ocupada recebendo a amiga em casa, aliás preciso passar lá porque emprestei meu carro a ela esta manhã.
- Melissa consegue fazer isso parecer menos complicado..- afirmei, afinal ela tinha um jeito muito mais dinâmico e fácil de me ajudar a estudar, não que Harry não estivesse ajudando, mas talvez não estivesse fazendo do jeito certo ou eu é quem já estivesse cansado - Isso é meio óbvio né - rebateu irônico meu irmão - Que tal uma pausa? Você não disse que ia na casa da Melissa hoje?
- Nós vamos. A Louise chegou e eu não vou encarar a garota sozinha. Você vem comigo. - Harry revirou os olhos
[...]
A música invadia o corredor, peguei a chave que Melie me deu há alguns dias e ao abrir a porta encontro minha namorada e a amiga dançando uma música em espanhol que não conhecia *ser ou parecer - rbd*, as duas estavam performando com garrafas de cerveja que ao que parecia estava servindo como microfone, Harry sacou o celular e começou a gravar, rindo discretamente das duas. Fechei a porta com todo cuidado pra não atrapalhar o momento das garotas, Melie estava tão a vontade, que nem parecia que até ontem a noite ela estava chateada com minha mudez no natal, e o álcool também ajudou na desenvoltura dela, mas Louise percebeu nossa presença - ARANHA - disse em português, pelo menos eu acho que era
- Darling! - Melie veio em nossa direção, abriu um sorriso e literalmente pulou em cima de mim. É, ao que tudo indicava minha namorada estava ligeiramente bêbada.
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Destinos Cruzados 🕸 TOM HOLLAND
RomansaQual a probabilidade real de se envolver em um acidente com alguém em um aeroporto? Ainda mais esse alguém sendo quem é. O destino as vezes pode te surpreender de tantas maneiras que você jamais ousou nem imaginar. Um incidente despretensioso nos tr...