Destinos Cruzados 🕸 TOM HOLLAND

Capítulo 51

POR MELIE GIGLIO

Olívia. Esse nome sempre me soou como uma ameaça. Talvez pela história leve que tinha com Tom e a família, e não ser um fardo emocional que eu era, isso sempre me deixou insegura, e a verdade é que provavelmente sempre deixará, por mais que Tom já tenha me garantido mais de uma vez que ela é passado. A questão é o sentimento que nunca foi vivido, é disso que tenho medo, de um belo dia ele acordar e perceber que eu não sou a garota certa. Fato é que eles tem conversado, se encontrado, pelo menos é o que deu a entender aquela mensagem. O que me chateou nisso, foi Thomas ter exposto coisas que não diz a mim. Se sou uma carga emocional tão grande, por que raios ele não conversa comigo? Acordamos que seríamos verdadeiros um com o outro, mas talvez isso não esteja dando certo. Olívia parece ser um sombra entre nós.
[...]
- Acho que temos tudo para fazer esse projeto com o núcleo de artes da faculdade. Teatro tem tudo a ver com literatura. Sei que não é usual esse tipo de trabalho, mas acho uma experiência muito válida. Quem sabe alguém não se identifica com a área. - propunha o Sr. Hughes ao finalizarmos a análise da Megera Domada, de Willian Shakespeare.
- Tom poderia ajudar não acha, Melie? - Summer cochichou.
- É uma possibilidade. - disse sem encara-la
- Tá tudo bem ?
- por que não estaria ? - questionei finalmente virando minha atenção a minha amiga
- não sei, você pareceu...fria ao falar dele agora...- ela arqueou a sobrancelha em desconfiança
- Foi só impressão - disse ao terminar de arrumar as coisas
- Melissa? Summer? - ao professor nos chamou e daí que me dei conta que a sala estava praticamente vazia, exceto por nós três.
- Sim, Sr. Hughes.
- Gostaria que você, Summer e Nathan tomassem frente desse projeto.
Eu e ela nos entreolhamos, Nathan não era exatamente a pessoa mais fácil de lidar e nem éramos próximos, pra ser muito honesta tenho a sensação que esteve competindo comigo durante todos os debates em sala, inclusive foi ele que, segundo Summer, eu deixei sem argumentos no último semestre antes do acidente. Ela me encarou de uma jeito que me fez ceder, já que aparentemente ou melhor, visivelmente eu não estava disposta a trabalhar com Nathan.
- Sr. Hughes, serei muito honesta ... - respirei fundo - Nathan não é o meu melhor amigo, e o senhor sabe, mas em consideração ao senhor faremos um esforço para trabalhar com ele.
- Eu sei que vocês estiveram competindo por um tempo, mas acredito que podem ser geniais se trabalharem juntos.
- Na verdade, ele esteve competindo sozinho. - pontuei- mas tudo bem, senhor. - cedi
- Faremos isso, não é Melie? - Summer cutucou
- Sim. - respondi a contragosto. Nos despedimos e quando íamos sair da sala o nosso professor me chama - Ah, Melissa, parabéns pelo noivado. - fiquei totalmente sem jeito - Obrigada, professor.
[...]
Tom esteve dando algumas entrevistas nos últimos dias para fazer a divulgação do filme, e por algum motivo o assunto chegou no pedido de casamento. Tínhamos conversado e decidimos que se isso fosse levantado não havia motivo pra esconder e foi exatamente isso que Holland fez. O burburinho que já estava grande, ganhou uma nova proporção. E dessa vez, espero que não haja nenhum tipo de drama nível Hollywood.
[...]
Estava estacionando na garagem da família Holland, quando Sam apareceu.
- Ei, Melie! - me abraçou
- Sam, me ajuda com isso aqui, por favor...- abri o porta malas e peguei algumas sacolas - vamos cozinhar e eu não estou sabendo? - questionou ao pega-las
- talvez - comentei - na verdade, combinei com a Nikki de ensinar fazer brigadeiro, então não é nada de mais.
- E os livros?
- São pro Paddy, pelo que soube ele anda meio enrolado com inglês, então arrumei um material que pode ajudar.
- Esse moleque tá muito folgado! - implicou
- Deixa pegar no pé dele e vambora, Sam! - afirmei ao me encaminhar a porta principal e ao entrar em casa Tess me recebeu aos pulos.
- Calma, garota. Oi oi - disse ao acarinha-la, de repente Nikki apareceu apressada e me cumprimentou- Melie, que bom que chegou. Já estava ficando preocupada, até liguei pra você. - pontuou
- sim, eu vi, Nikki, me desculpe. É que estava dirigindo então, você sabe não é? Nunca mais misturo direção e telefone - fiz referência ao acidente em tom de piada.
- certíssima. - falou ao me abraçar
Deixei minhas coisas na sala e nos dirigimos a cozinha - trouxe material pra fazermos brigadeiro, já que o Dom gostou tanto naquele dia.
- Ele vai amar... - percebi Sam fazer cara de reprovação, provavelmente indignado porque ele já tinha tentado fazer brigadeiro, mas não deu muito certo. Eu ri com aquilo. Ato que fez Nikki olhar pra Sam.
- Ah, Melie, estive vendo umas coisas para o casamento... - ainda nem tínhamos marcado a data, mas a todos pareciam estar focados nisso, toda vez que vinha aqui ela tinha algo pra me mostrar, mas não posso culpá-la por estar animada, eu também estava até ver aquelas mensagens.
- Claro, quer dizer... - fiquei um pouco sem jeito, mas disfarcei -acho que podemos ver tudo com calma já que ainda nem pensamos numa data, não é.
- por isso mesmo, temos tempo pra analisar tudo com calma - respondeu animada e emendou- Tom disse que você pediu a sua mãe pra trazer sua Stella pra cá.
- Sim, sim, eu realmente falei com a mamãe sobre isso ...
- estive pensando, se você concordar, óbvio, podíamos ver uma casa maior pra vocês - acho que dessa vez não consegui disfarçar minha cara de espanto porque Nikki logo me tranquilizou - são dois cachorros enormes, Melie... quer dizer, você e Tom quase não vão ficar em casa, elas podem ficar por aqui, quando precisarem...- aparentemente ela estava tentando se justificar, porque provavelmente minha cara me denunciava. Eu não queria tomar essas decisões agora, quer dizer é verdade que comentei com Tom sobre trazer a Stella, mas eu não tinha realmente parado pra pensar que não vou ter tanto tempo com ela e trazê-la pra deixar trancafiada parece uma ideia egoísta.
- Nikki, tudo bem... eu só não pensei muito nesse ponto, quero muito que mamãe a traga pelo menos pro casamento, mas viver aqui, não acho que ela concordaria.
- Em todo caso, podemos ver não é?