POR MELISSA GIGLIO
Depois de devorarmos praticamente todas as 2 pizzas que pedimos, estávamos no meu quarto conversando sobre coisas aleatórias há algum tempo, enquanto Thomas estava confortavelmente deitado sobre minhas pernas, recebendo cafuné.
- Esse cabelo tá grande, amor - comentei
- Eu sei, mas eu vou cortar assim que começar a gravar. E não é só cortar, vou ter que raspar - disse - tomara que eu não fique tão esquisito ou ...
- com cara de ovo - comentei e comecei a rir
- Já disse o quanto você me inspira ? - respondeu sarcástico
- hoje não - disse mostrando a língua
- aliás, você já pensou no que eu te disse sobre a premier?
- sim e não, quer dizer ... você sabe que estou em dúvida sobre isso... - ele virou todo seu corpo em minha direção - Eu sei, Melie. Sei mesmo, mas não podemos ficar presos assim. Quer dizer, você evita sairmos em público a todo custo e...
- Eu não quero essa atenção toda, Tom, isso me deixa ansiosa de um jeito ruim...
- Eu entendo, darling e não vou forçar nada, mas se nós não tentarmos, nunca vamos saber. Eu sei que isso é complicado pra você, mas não podemos nos privar de uma vida normal pra sempre...
- Tom, não estamos falando exatamente da normalidade né, mas eu prometo tentar, ok? Saídas públicas me deixam insegura, mas eu vou tentar ser menos paranóica... - assegurei a ele que sorriu de volta - ah, eu nem te contei ... terei hóspedes durante as festas de fim de ano - disse animada para mudar o foco da conversa
- Seus pais? - levantou-se me encarando um tanto receoso e eu ri com aquilo - Não Tom, não vai ser dessa vez que você vai conhecê-los, meu pai está resolvendo alguma coisa importante e mamãe não virá sozinha, ela morre de medo de viajar longas distâncias sozinha, e Benjamin também não deu sinal, então quem vem é a sua quase cunhada Louise!
- É sério? - ele franziu a testa
- Sim - afirmei e ele fez uma careta em desespero - Relaxa, amor. Ela é maluca, mas não morde, apesar dela já ter te ameaçado algumas vezes...
- Eu sei disso, por isso meu desespero, além do que vai ser meio constrangedor...
- Você a conhece, né. Ela vai fingir que nunca te apelidou e ah, babe, vocês até já se falaram algumas vezes pelo facetime... não aja como se ela fosse uma completa estranha
- A gente se deu oi, Melissa.
- Eu sei, amor, mas achei que já tinham superado isso. Ela é daquele jeitinho, só que agora vai ser ao vivo e a cores. Com emoção.
- e bota emoção, nisso.
- não faz essa carinha. - eu o abracei e ele mais do que depressa agarrou minha cintura
- Sabe de uma coisa, eu adoro quando você me chama de amor - Tom de repente se pôs em cima de mim, me pressionando no colchão - talvez eu deva fazer isso com mais frequência - sorri de um jeito malicioso.
Sentir o corpo dele tão colado ao meu me dava arrepios - É, talvez você devesse mesmo - ao dizer isso começou me beijar, senti suas mãos entrando por baixo do meu suéter, tocando minha pele, me puxando mais e mais pra ele, como se isso fosse possível. Naquele momento não existia nada, preocupação, medo, insegurança ou frio ... só existia eu e ele.
[...]
Era cedo quando levantei e deixei Tom na cama dormindo tranquilamente, ele tinha um semblante sereno e não é piegas dizer que meu namorado se assemelhava a um querubim naquele instante (os olhos apaixonados tendem a ver tudo mais bonito, mas no meu caso não é nenhum exagero). Faltavam 4 dias para o natal e eu acabara de receber um email da editora avisando que estava liberada já que a maioria do pessoal (os editores com quem eu trabalho) tinha viajado, logo não havia o que fazer por lá. Engraçado como os britânicos são apegados ao email, eu nem usava direito até vir pra cá.
Esta manhã não poderia estar de melhor, meu humor estava ótimo, as férias chegaram antes do previsto e a prova de tamanha disposição é que pus meu airpods (pra não acordar Tom com a música alta) e comecei a dançar na sala *Juice - Lizzo
- Alguém acordou bem disposta hoje. - disse Tom me surpreendendo com um beijo - Bom dia.
- Bom dia, Holland - respondi tirando os fones
- Você não devia tá na editora? - questionou arqueando uma das sobrancelhas
- Devia, maaas estou liberada já que só tá funcionando a parte administrativa e os editores que eu auxilio estão viajando...logo estou livre mais cedo que o previsto! - informei ao meu namorado
- Então temos que fazer uns ... - ele parecia pensar em algo - você usa uma palavra pra dizer que vamos sair ...
eu ri - Rolê? - perguntei - acho que é...
- precisamos fazer uns rolês pela cidade - disse
- rô...lé... - tentou repetir
- Almost there, babe. Almost there.
[...]
- Haz disse que chega em 10 minutos. Coisa que duvido muito...- comentou Tom enquanto mexia no celular
Estávamos em um restaurante no centro de Londres, íamos almoçar com Haz e Harry e o aguardávamos em nossa mesa, quando Tom foi reconhecido por algumas pessoas que se aproximaram sem muita cerimônia, e ele como sempre foi muito atencioso
- Oi, Tom... desculpa incomodar assim, mas se importaria em tirar uma foto? - a jovem ruiva pediu, Tom olhou em minha direção como se pedisse permissão ou sei lá o que, e eu apenas o incentivei. Ele se levantou e tirou uma selfie com ela e conversou um pouco, a outra garota, de cabelos castanhos me olhava fixamente, coisa que estava me deixando incomodada, mas tentei ser simpática e sorri a ela, que fez cara de poucos amigos, então tentei fingir que não notei tal comportamento, ela também pediu uma foto com ele e a ruiva veio falar comigo
- Você é a Melissa, não é? - essa coisa de saberem seu nome sem você nunca ter visto a pessoa antes é totalmente maluco, porque parece que você tem uma vida pública, coisa que não tenho - Sim, sou eu. Prazer ...?
- Alisson. - respondeu
- Prazer, Alisson - apertei sua mão e sorri
- Você é mesmo a namorada do Tom? - perguntou sem demora e eu simplesmente fiquei sem saber se respondia ou não - tira uma foto comigo? - pediu e se pôs ao meu lado e antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela tirou a selfie. Tom percebeu meu desconforto e susto com aquilo e interviu
- Meninas, desculpem mas precisamos pedir. Agradeço a consideração, foi um prazer conhecê-las - ele sorriu e as garotas se retiraram antes que eu pudesse entender tudo.
- Você tá bem? - perguntou cauteloso assim que se sentou
- Estou. Quer dizer, estou... - respondi meio confusa - é só um pouco estranho isso. Ela tirou uma foto comigo sem que eu ao menos deixasse. - relatei
- Darling... - começou buscando minha mão por cima da mesa - se não quiser, você não precisa tirar fotos ... é só ser cuidadosa com as palavras - orientou
- Esse é o ponto que precisamos trabalhar, Tom. Eu nem ao menos tive tempo de pensar em qualquer coisa, aliás ela foi muito direta me perguntando se eu era de fato sua namorada.
- Você? Sem conseguir articular uma resposta? - disse meio irônico
- Como sempre, você é um palhacinho, né? - rebati
- Sempre. Aliás, elas são muito rápidas com as informações - disse de um jeito orgulhoso
- Até meu nome ela sabia...
- Isso não é a coisa mais difícil de descobrir a essa altura, Melie
- Ainda sim, é muito esquisito.
- Eu sei que é, mas não pensa muito sobre isso, porque dificilmente voltaremos a encontrá-las... é complicado processar as informações assim tão subitamente, mas elas são inofensivas, acredita - comentou e eu assenti porque não conseguia articular uma resposta sequer. Não demorou muito para os rapazes chegarem e tirarmos o foco daquele episódio, tentei agir normalmente, mas algo em mim estava em alerta, me deixando com os pensamentos acelerados e isso não era nada bom. O almoço pareceu uma eternidade.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Destinos Cruzados 🕸 TOM HOLLAND
RomanceQual a probabilidade real de se envolver em um acidente com alguém em um aeroporto? Ainda mais esse alguém sendo quem é. O destino as vezes pode te surpreender de tantas maneiras que você jamais ousou nem imaginar. Um incidente despretensioso nos tr...