Capítulo 79 - Looping de indecisão

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POR MELIE GIGLIO
Por mais que Tom não tenha me dito nada de muito claro, eu precisava fazer isso por mim e pelo Michael. Não dava pra continuar numa relação que eu sabia que não iria muito longe, devia ser honesta com Michael, ele merece alguém que o ame com todo o coração, coisa essa que não posso oferecer. Quer dizer, posso, mas sei que gostar é muito diferente de amar, e Michael também sabia disso, por isso toda essa defesa na presença do Tom. Ele sabe dos meus sentimentos confusos. Sabe que estar entre eles aqui é muito complexo pra mim, mas independente de qualquer coisa, preciso tentar ser o mais honesta possível comigo e com Michael.
Assim que cheguei no quarto, decidida a falar com ele, mal pude dizer qualquer coisa, já que estava saindo do banho e aquela visão me deixou um pouco zonza, não vou negar. Pigareei. Ele percebeu minha presença.
- Hey, babe, pensei que você já estava se arrumando - afirmou enquanto abria a mala. O jantar de ensaio era hoje e eu nem ao menos consegui pensar no que usar também pudera, com esse dia louco e toda a exaustão... mas ainda eram 6:30 dava tempo de fazer algo.
- Babe ? - Michael de repente me chamou, foi então que me dei conta que não tirei os olhos dele. Por que ele tinha que ser tão ... arfei. Respira. A visão de Michael só de toalha ... Você não precisa terminar agora, no casamento da Louise, ainda há tempo pra diversão, meu subconsciente cutucou. Michael sorriu de um jeito travesso.
- eu preciso me arrumar, a não ser que ... - ele caminhou até mim, pôs a mão no meu rosto, acariciando-o, e isso fez meu coração acelerar num nível similar a quando Tom está perto. Aqueles olhos azuis estavam me invadindo, minha pulsação acelerou e ele chegou mais perto, até que me puxou pra mais perto ainda, eu pude sentir seu corpo no meu e quando menos esperei ele me beijou. Mas não era um beijo usual, esse era diferente com uma urgência, como se Michael tentasse me fazer ficar a todo custo e eu cedi. Eu também o queria.

POR MICHAEL PROVOST
Holland me deixava inseguro sim, por isso minha resistência em deixar Melissa com ele, mas eu não podia simplesmente bancar o ciumento, aliás nem faz meu estilo ser esse tipo de namorado controlador, especialmente nessa situação eu tinha que manter a cabeça no lugar. Quando a chamei pra subir pro quarto e ela se recusou, minha vontade de ficar naquela escada com eles era imensa, mas sabia que seria burrice e Tom usaria essa ação contra mim, então simplesmente fui. Vi inclusive quando os rapazes deixaram Melissa e Tom sozinhos, mas respirei fundo e fui pro quarto. Pra ganhar esse jogo eu teria que ser calculista por mais que isso me custasse.
Eu tinha que jogar com todas as minhas cartas, então fui pro quarto e tentei não pensar nela com o Tom, mas quanto mais o tempo passava, mais agoniado eu ficava, resolvi tomar um banho pra relaxar e obviamente me arrumar pro jantar de ensaio, porque ali pelo menos seria eu quem estaria ao lado dela e por enquanto me bastava. Ao sair do banho fui surpreendido pela chegada súbita de Melissa ao quarto.
- Hey, babe, pensei que você já estava se arrumando - disse enquanto abria a mala e percebi que ela me encarando um tanto admirada, Melissa não tirou os olhos de mim um instante sequer, e pude ver o desejo eminente e a confusão interna crescendo então chamei sua atenção - Babe ? - chamei mais uma vez e não me contive, sorri um tanto malicioso pra ela - eu preciso me arrumar, a não ser que ... - propus já me aproximando dela. Eu tinha essa vantagem, Melissa ainda me queria e eu jogaria com as cartas que tinha. Estávamos há semanas em países diferentes, eu sabia que ela sentia minha falta assim como eu sentia dela, prova disso era seu pulso acelerado quando comecei a acarinhar seu rosto, sua respiração desregulou de um jeito muito sútil, seus olhos estavam cheios de luxúria, então puxei-a pra mim para que ela sentisse meu corpo no dela e a beijei. Um beijo que pedia que ela ficasse, que me escolhesse.
Enquanto mantinha nosso beijo, direcionei-a pra cama, só que Melissa tropeçou e caiu na cama me levando junto (de fato essa era minha intenção), nos separamos por alguns centésimos de segundos e apesar da falta de fôlego, ela começou a rir.
- seu equilíbrio é péssimo - brinquei
- talvez porque eu não tivesse como olhar a minha volta - defendeu-se e seu riso cessou, aproveitei a deixa pra cutuca-la bem humorado - acho que alguém precisa tirar essa roupa ...
Ela automaticamente encarou a própria blusa - nem tá tanto assim - disse analisando, mas antes que ela pudesse argumentar algo pra fugir de mim, balancei meu cabelo molhado em cima dela - bom, acho que esse é um bom momento pra tirarmos a roupa ... na verdade você - brinquei - já que eu estou só de toalha
- Michael ... - tentou me repreender e a tensão que se criou naquele instante era palpável
- Melissa, não me diz nada. Não quero saber sobre nada, a única coisa que importa é que te amo e isso não vai mudar...
Melie respirou fundo, vencida - eu gosto de você, Michael... - ela hesitou - mas preciso ser honesta com você ... - começou, mas antes que ela dissesse qualquer coisa em definitivo a interrompi
- eu assumo toda a responsabilidade do que acontecer a partir de agora... - supliquei - Eu te quero e eu duvido que você também não me queira - e ela sorriu acanhada - não quero te machucar ... - foi tudo que disse
- Melissa Giglio, você pode fazer o que quiser de mim.

Destinos Cruzados 🕸 TOM HOLLANDOnde histórias criam vida. Descubra agora