Capítulo 35

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POR HOLLAND

- Eu te amo, Thomas Holland. Desculpa eu ter demorado tanto pra te dizer isso. Eu te amo. Muito.

Meu sorriso se fechou, não por não ter gostado, mas por ter sido pego de surpresa. Depois de todo esse tempo e todas as conversas e confissões, escutar isso me deixou sem reação por um tempo.

- Tom? - me chamava - talvez eu esteja um pouco emocionada com essa sua aparição súbita - fez piada, e eu voltei a mim. - Eu te amo muito, Melissa. - ela sorriu de volta.- Que bom que eu voltei, assim, de surpresa. Se eu tivesse avisado, provavelmente não seria recepcionado com todo esse amor...- ela revirou os olhos com meu comentário - é possível. Como eu disse, talvez eu esteja emocionada ... - mantive meu olhar no dela por uns instantes, apreciando esse momento que eu venho esperando há meses, ela ficou tímida e desviou - Por que não me disse que estava vindo? Os meninos sabiam? Ninguém me disse nada.- afirmou de um jeito chateado

- Terminamos de gravar a primeira parte do projeto, agora tenho uma semana em casa, depois vamos pro Marrocos.

- Wow! Marrocos? Tipo, o deserto mesmo? - ela estava curiosa e eu ri - É, amor. Vamos pro deserto.

- agora você vai saber o que é calor de verdade...- pontuou me lembrando de uma conversa que tivemos sobre o clima há tempos - e esse cabelinho, hein? - passou a mão na minha careca, o que me deixou um pouco inseguro

- E aí, gostou mesmo? - perguntei curioso, ela parou um tempo, analisando

- você fica lindo até sem cabelo, Holland. Mas sim, eu gostei E já tinha te dito isso, né? - lembrou-me

- É verdade, mas eu queria ter certeza, sabe. Minha namorada é meio exigente - brinquei e ela catou uma almofada do sofá e atirou em mim. Eu definitivamente sentia muita falta dela, como ela costuma dizer " eu estava morrendo de saudade". Saudade. É uma palavra bonita, que por sinal não tem tradução pra inglês, mas Melissa usa tanto que eu me habituei a usar também. E sim, é mais explicativo do que só sentir falta. É o sentimento.

[...]

- E desde quando você tem um violão? - questionei deitado na cama dela - Eu comprei faz algumas horas - riu ao sair do banho - Como que eu nunca soube que você tocava?

- ah Tom, tocar tocar não é bem o conceito aqui. Eu tive aulas quando mais nova, eu infernizei tanto a vida dos meus pais que quase fui expulsa de casa... bons tempos - disse saudosa

- Eu imagino a cena, você é bem insistente às vezes - fiz uma cara séria que a fez ficar chocada - Você não presta mesmo, Holland! - eu levantei rapidamente da cama e a abracei por trás - Você sabe que te amo, né?

- é, eu sei. - disse em meio a uma cara zangada

- e... - pressionei um pouco só pra ouvir o mesmo dela - eu te amo, Thomas. Mas nem pense que vou reiterar isso a cada 2 segundos ...

- eu sei... é pra valorizar quando fizer

- exato! - ela ficou em silêncio, se virou e me abraçou de frente, Melissa ainda estava de roupão. Só de roupão- eu te amo, garoto e não sei como não te descobri antes. - Melie me beijou e bom... as coisas esquentaram

[...]

- você podia passar uns dias lá em casa, Tessa ia gostar e eu também. - propus enquanto ela vasculhava a geladeira - eu preciso ir ao mercado- pensou alto - talvez seja bom ficar lá enquanto minha chefe me expulsou do escritório - contou

- Como assim? - questionei

- ela diz que tenho trabalhado muito e que já fiz tudo que era possível, então eu fui dispensada, acredita? - disse desapontada/ incrédula

- acredito porque você é totalmente eficiente, amor... e então, vamos pra minha casa tirar essa folga juntos?

- espero que tenha muita comida em casa ...

[...]

Fomos pra minha casa no meio da madrugada, pra que não houvesse qualquer possibilidade de pararmos em alguma manchete;

Ela dormia serena em minha cama enquanto eu estudava o roteiro... naquele momento Melissa parecia frágil. Parei por um instante e a observei, sua respiração estava pesada, seus cachos cobriam seu rosto, eu gostava deles, por mais que já tivesse visto a minha garota dormir diversas vezes, hoje parecia diferente, talvez pelo tempo separados, pelos problemas que tivemos que enfrentar, um em cada continente. Sim, Sam me contou sobre uma crise, que ele acreditava ser de pânico, que Melissa tivera, sozinha na rua, o que me fez questionar se ela me contaria sobre isso em algum momento, e isso me assustou porque me fez perceber que todo esse universo que vivo pode não ser o ideal pra nós dois. Aquilo me perturbava, afinal eu amo o que faço e amo Melissa, mas eu sabia que em algum momento eu teria que optar por um dos dois e isso estava me matando. Por hoje eu não ia pensar nisso, na verdade, eu iria postergar isso ao máximo. 

Destinos Cruzados 🕸 TOM HOLLANDOnde histórias criam vida. Descubra agora