POR MELIE GIGLIO
Acordei meio extasiada depois daquele beijo, mais uma vez me deixei consumir pelo impulso de estar com ele. Sempre evitei encontrá-lo por uma única razão, toda vez que estamos juntos as coisas tomam um caminho totalmente imprevisível, mas fato é que sempre nos atraímos feito ímãs. Suspirei. Depois de todos esses anos Tom ainda faz parte do meu universo de uma maneira permanente, que por mais que eu queira exila-lo, não é possível. Tínhamos uma história antiga e não terminada, era como se o destino sempre estivesse tentando fazer com que nossos caminhos se cruzassem outra vez. Em definitivo.
Enquanto eu pensava em Thomas, meu telefone começou a tocar me trazendo a realidade. Ao pega-lo, vi o nome de Michael na tela. Todo o sentimento bom que estava predominante em mim há segundos, deu espaço a culpa e ao remorso. Eu era uma traidora, da pior espécie. Respirei fundo e atendi.
- Oi, meu amor - cumprimentou animado
- Hey... como você está ? - disse de maneira automática sem conseguir disfarçar a agonia na minha voz.
- ... estou... você está bem? Sua voz está esquisita - comentou
- não... quer dizer, estou bem ...- pigarreei - eu acordei agora, é isso...- a linha ficou em silêncio, Michael estava analisando a situação - as coisas estão bem, Michael, só estou cansada. Fizemos muita coisa ontem - tentei explicar
- certo...- assentiu - liguei pra dizer que estou a caminho, chego antes da cerimônia... aliás, seus pais já chegaram ? - perguntou
Tossi um pouco com a notícia inesperada sobre sua vinda mais cedo. Isso era bom, mas era ruim. Como eu ia lidar com a culpa, Tom e Michael ao mesmo tempo?
- Melie? Você tá bem? Tá me escutando ? - questionou com a minha demora
- estou sim... a ligação tá ruim - menti - mamãe e papai ainda não chegaram, mas Ben já está aqui... preciso ir, Louise daqui a pouco está batendo na minha porta. Um beijo - finalizei a ligação mais do que depressa.
- um beijo, meu amor. Bye.
Essa tinha disso a ligação mais estranha entre nós dois nos últimos tempos. E agora o que eu ia fazer ?POR TOM HOLLAND
Eu estava dividido mais uma vez, quer dizer desde aquele sonho com a Melie tenho me sentindo muito afetado. Estava conformado com a escolha dela e consequentemente com a minha, demorou um tempo, mas eu entendi que precisávamos viver outras coisas, entretanto todas as vezes que nos encontramos algo mais forte nos une, é como se o destino nos dissesse que estamos predestinados... é ridículo achar que algo ou uma força do além queira nos juntar, mas não vejo outra explicação. Somos ímãs. E estou exausto disso, sendo bem sincero, amo Melissa, sempre amei e vou amar, só que agora tem a Nádia e eu não posso ser um idiota de novo... e tem o Michael ... que droga! Minha cabeça parece que vai explodir com tanta complicação. Como é possível ficar tão desnorteado assim? Eu quero a Melissa, mais do que qualquer coisa, mas minha relação com a Nádia está tão confortável que .... Estou confuso. E pra piorar tudo eu não consegui controlar minha vontade de beija-la, quer dizer, ela me beijou, e basicamente eu só estava esperando por isso... agora eu não sei o que fazer.POR LOUISE
Melissa não me engana, pra ela conseguir me driblar vai levar uma vida inteira. Ela estava aflita por mais que fingisse (muito mal) que estava bem, tanto ela quanto Holland estavam estranhos. Durante o almoço reparei uma movimentação entre eles, vez ou outra um espiava o outro. Sabe quando você olha pro seu "objeto de desejo" enquanto ele está distraído? E daí vocês vão alternando? Então, era exatamente isso. A coisa mais adolescente que tinha presenciado nas últimas semanas.
[...]
Ainda não tinha avisado aos padrinhos quem seria par de quem, ou seja, Melissa realmente achava que Ben seria seu par e enquanto a questão não fosse levantada, eu estava a salvo. Por falar em Benjamin, ele parece mais introspectivo do que me lembro... o que diabos está acontecendo com os Giglio? É algum problema de família que tá rolando e ninguém me contou?
O que justificaria o fato do tio Alexandre ter ligado avisando que talvez eles não conseguissem vir ao casamento já que a mãe da Mel não estava bem, a verdade é que tenho a sensação que esse estado de saúde delicado que foi mencionado algumas vezes durante esses últimos meses pode ser mais grave do que sabemos, principalmente Melissa, não tenho certeza se Ben contou algo a ela.
[...]
Era final da tarde quando resolvemos fazer uma espécie de fogueira, e não, não fizemos uma fogueira de verdade, afinal não queremos pagar um multa gigantesca por depredar o lugar, apenas nos reunimos no jardim pra conversar e obviamente tocar violão (isso significa Melissa e outros poucos amigos instrumentistas).
Reparei que Mel e Tom mais uma vez sentaram em lados opostos, como se estivessem fugindo um do outro, mas como o objetivo central aqui (além do meu casamento, é óbvio) é juntar os dois, dei um jeitinho dia dois se aproximarem mais... daí as pessoas me olham questionando como se eu não gostasse do Michael, afinal ele é o namorado dela, mas não é isso, o cara é legal, gentil e tudo mais e em outras circunstâncias eu o apoiaria 1000%, a questão aqui é que minha amiga está "bem" na relação, e eu quero mais do que isso pra ela, eu a quero feliz, do jeito que eu só vi quando ela estava com o Tom. É verdade que fiquei bem puta com o Holland por um tempo (isso quer dizer que eu o ameacei e atirei umas pedras no carro dele- não é algo que me orgulho, mas na época foi meu jeito de fazer justiça) porém resolvi relevar depois de entender que ele estava arrependido, lembro bem do dia que Tom me ligou desolado pedindo que eu o ajudasse a falar com a Melissa... nunca pensei que a ajuda viria tão tarde.
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Destinos Cruzados 🕸 TOM HOLLAND
RomantizmQual a probabilidade real de se envolver em um acidente com alguém em um aeroporto? Ainda mais esse alguém sendo quem é. O destino as vezes pode te surpreender de tantas maneiras que você jamais ousou nem imaginar. Um incidente despretensioso nos tr...