Qual a probabilidade real de se envolver em um acidente com alguém em um aeroporto? Ainda mais esse alguém sendo quem é. O destino as vezes pode te surpreender de tantas maneiras que você jamais ousou nem imaginar. Um incidente despretensioso nos tr...
A última semana com Tom foi tão incrível que passou num piscar de olhos, e aqui estava eu de volta às aulas, ao estágio enquanto ele estava gravando no Marrocos.
Apesar do frio, nada nos impediu de aproveitar cada momento juntos: andamos de bicicleta, passeamos com a Tessa, tomamos banho de chuva (e quase ficamos resfriados), nos reunimos com a família dele, inclusive, toquei com Sam, ele piano e eu violão, foi divertido... eu me sentia parte da família.
Aliás, com minha rotina a todo vapor, acabei tendo que alugar um carro pra ser mais ágil em conseguir me deslocar da faculdade pra editora, o custo benefício me fez acreditar que eu podia (eu ainda contava com ajuda financeira familiar, meu fundo particular e a grana do estágio, que era muito boa), apesar de Tom ter me oferecido o dele, o que achei fofo, mas não me senti bem em aceitar.
No decorrer dos dias decidi, finalmente, decidi marcar uma ida ao psiquiatra (não, ele não trata de loucos. Só pra constar) eu precisava saber se seria necessário voltar com a medicação ou trocar, ou sei lá o que, mas eu precisava de uma orientação, uma luz no fim do túnel, já que tinha negado por muito tempo que precisava de ajuda, e mesmo quando admiti não a busquei imediatamente, e já estava mais do que na hora, na verdade, tinha passado. Doutora Sara Davies, uma figura extremamente gentil e elegante, estava prestes a adicionar ao meu diagnóstico a síndrome do pânico, porque segundo ela essa síndrome está ligada diretamente ao estresse extremo e nossa relação com mudanças, como lidamos com isso (e sim, eu tenho passado por tudo isso nos últimos meses), mas não podíamos concluir o diagnosticado baseado em apenas uma crise (mesmo que esta tenha sido bem forte; relatei àquela que fui salva por Sam). Bom, agora além de depressiva e ansiosa (num nível hard) eu provavelmente também tinha pânico. Nada mal pra alguém como eu, mas o ponto positivo disso é que ela acreditava mesmo que não havia necessidade de retomar a medicação pesada, pelo menos não pra ansiedade/depressão algo que me aliviou extremamente, afinal é horrível se sentir dependente de algo pra se sentir melhor, ela só adicionou terapia, e isso eu já esperava. A doutora Davies também indicou alguns chás para me ajudar quando estivesse me sentindo ansiosa e disse que ia acompanhar a evolução dessa possível nova síndrome. Que Deus me ajude.
[...]
Estava na casa da Summer quando Tom Holland quase me matou. O perfil do meu namorado mostrava um pé, aparentemente, quebrado e eu não pude evitar não me engasgar com a água que estava tomando - ARGH! NÃO É POSSÍVEL. - disse alto, ou melhor, quase gritei. - o que foi? - minha amiga perguntou preocupada e eu mostrei a tela do celular a ela.
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Tentei ligar pra ele imediatamente, e é claro que eu não fui atendida, assim de primeira. Durante as gravações nunca é fácil falar com ele, mas depois de insistir um pouco mais, Harry atendeu o celular - Ei, Melie! O Tom ... - eu nem dei chance dele falar direito - o que diabos aconteceu com o seu irmão, Harry? - eu deixei toda a minha educação num lugar totalmente inacessível no momento, e é claro que Harry riu do meu desespero - Calma, Melissa. É só drama do Tom. Ele tá bem, de verdade. - afirmou, entretanto escutei Holland gritando ao fundo, o que me deixou mais aflita - Harry, por favor, coloca o Tom na linha antes que eu tenha uma síncope - pedi - Melie, respira, ok? Foi só uma entorse, de leve. O Tom tende a exagerar, você bem sabe disso - tentou tranquilizar - Eu to respirando, ok? Mas Harry, saber desse acidente pelo stories não é exatamente a melhor forma, pensei que ele tinha quebrado o pé! Aliás, você tem certeza que ele não quebrou nada? - questionei mais uma vez
- Tá tudo certo, Melie. É sério! O cara tá inteiro - o ruivo afirmou veemente e eu me dei por vencida - certo, mas sabe Harry, há dois dias que venho dizendo pra ele tomar cuidado e hoje isso? Eu quase morri engasgada, sabia? - relatei - Que droga que ele tinha que colocar assim, direto na internet sem nem dizer nada pra ninguém? Ele sabe como fico! - retruquei afoita e percebi que não deixei Harry falar uma palavra sequer durante meu surto desenfreado - Desculpa o mal jeito, mas eu já tinha dito antes pra ele pra ter cuidado... parece que o garoto não me escuta.
- Melie, calma. Tá tudo bem, foi só uma entorse durante uma sequência de ação, mas ele tá bem, acredita em mim. Aliás, você acha que ele gravaria stories se estivesse morrendo de dor? - questionou - Não. - respondi, agora sendo mais lógica - então... daqui a pouco ele te liga, ok? - informou e eu suspirei vencida - ok.
Assim que desliguei, Summer comentou - Você ainda vai ter um ataque cardíaco por causa do Tom.
- é provável, Summer. É muito provável.
[...]
- Tom, eu sei que parece exagerado, mas sério, você não usa o instagram há meses e do nada posta um stories com um monte de emoji chorando e seu pé envolto numa bolsa de ervilha ou sei lá o que, afinal o que era aquilo? É óbvio que eu quase pirei ... - meu namorado ouvia tranquilamente meu desabafo - Desculpa, darling. Foi a adrenalina, mas eu to bem, foi só uma torção, volto a gravar depois de amanhã.
- E é seguro mesmo, Tom? - até eu estava me irritando comigo fazendo tanta pergunta
- Melie, somos todos profissionais, vai ficar tudo bem...Eu te amo.
Suspirei vencida - Eu te amo, Holland. Te vejo em algumas semanas.
