Look what we find

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Millie.

Eu já tinha acordado essa manhã com dores intestinais, mas estava achando que a minha cólica tinha "mudado de lugar", mas agora eu estou com uma dor um pouco diferente. Estou com dor na pélvis e lá. Sim, lá. É normal para mim que quando eu menstrue doa. Mas acho que deve ser para toda mulher, não tenho certeza, nunca conversei sobre isso com ninguém, mas agora eu estava com dor na minha amiguinha, vamos dizer assim.

Eu tentava prestar atenção na aula, mas além dessas dores, minhas costas também me incomodavam um pouco. Eu estava suando frio, não que nem uma louca. Mas dava para perceber que eu não estava bem. Como eu sei disso? Porque Hannah fez questão de me perguntar.

- Tem certeza? - Ela perguntou.

- São só algumas dores – Falei.

Ela me analisou bem, como quem me dissesse que eu estava péssima.

- Minha mãe está de plantão hoje, você não quer ir no médico? - Ela voltou a me perguntar, eu sei que ela estava preocupada comigo, eu também estava é claro. Mas eu não queria ir no médico para ela dizer que é uma coisa normal do meu corpo, acontece desde sempre. Mas acho melhor ir só por precaução.

- Tudo bem.

A aula como todos os outros dias passou voando, pedi liberação de Joe para ir ao médico. Contei que não estava me sentindo bem, Finn prestou muita atenção em cada palavra que eu falava atentamente. Hannah e ele se falavam por olhares e aquilo estava me irritando demais.

- Eu levo vocês - Finn disse. Hannah agradeceu com o olhar.

Eu não estava afim de conversar, eu estava um pouco que nervosa pelo resultado dessa vez eu admito. Talvez não seja uma coisa normal e eu esteja fantasiando isso na minha cabeça faz anos. Sempre doeu a parte de descer a minha menstruação, sempre fiquei dolorida. Mas e se isso não for algo normal? E se eu tiver uma doença que não tem cura?

Não demorou muito para chegar até o hospital, eu não queria ter que abrir um prontuário até porque abrir um significava chamar minha mãe e pior do que tudo isso meu pai, e eu não estava afim nem de deixar minha mãe preocupada e muito menos de ver meu pai. Então irei fazer isso direto com Jane.

Segui Hannah pelos milhares de corredores que aquele hospital tinha e que ela parecia saber tudo direitinho, sendo que ela ainda se perde no shopping que não tem nem metade do tamanho desse hospital. Subimos um elevador que podia ser confundido com alumínio de tão prata que era. Finn não falava nada, ele estava nervoso? Será que ele achava que eu estava grávida? Isso é impossível, acredite em mim. Usamos camisinha todas as vezes, eu tomo pílula desde que a minha vida sexual se tornou ativa. Ou talvez, ele só esteja preocupado comigo mesmo.

Hannah entrou na ginecologia, que era toda rosa. E tinha avisos por todos os lugares sobre como ser mãe, sobre aborto e sobre amamentação. Um sonho meu nunca revelado para ninguém, acho que é um dos meus sonhos ser mãe, ter a minha família com crianças por todo lugar da minha casa gritando e brigando uns com os outros. Eu realmente esperava que os meus filhos brincassem com os da Hannah. Mesmo sabendo que ela não quer ter filhos, mas algo me diz que um dia ela seria uma ótima mãe.

- Oi, Lope. Minha mãe está ocupada? - Ela perguntou para uma moça atrás de um balcão. Ela pegou um ipad e começou a procurar alguma coisa.

- Eu estou aqui, algum problema? - Nós viramos para a voz que nos chamava, a mãe dela. Usava uma blusa rosa dessas de médicos e um jaleco branco.

- Mãe, a Mills não está se sentindo bem. Ela não quer preocupar os pais delas tão cedo, você pode atendê-la? - Hannah pediu.

- Claro que posso. Mas tem a ver com a minha área? - Ela perguntou diretamente para mim agora.

Our love - FillieOnde histórias criam vida. Descubra agora