Blame

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Hannah

- Professor, estou bem. - Falo.

- Hannah, vai agora.

Saio da quadra e vou até a enfermaria e na sala de espera Noah estava lá e me sento no chão do lado dele. Por que será que sempre nos encontramos na enfermaria? será que ele tem algum tipo de problema como o meu? Sempre o encontro aqui, toda educação física.

- O que aconteceu? - Pergunto.

- Fiquei no gol e acho que quebrei meu dedo.

Dei uma risadinha. Mesmo que não fosse nenhum pouco engraçado. De um lado era, mas ele devia estar sentindo uma puta dor.

- E você?

- Nada, só exagero do professor de Educação física.

- Como?

- Eu tenho um fígado transplantado e é por essa razão que não posso fazer muito esforço. Então corri quase nada e ele fez um escândalo.

A verdade real é que eu sempre fico um pouco cansada de fazer alguns esforços. Além do fígado que não é meu dentro de mim, também tem o meu rim que não é tão bom assim, ele tem os seus defeitos.

- Que legal, acho. - Noah fala. - E você pode furar a barriga assim?

- Como? - Pergunto.

- Seu piercing.

- Ah, isso. É eu meio que fiz para me rebelar sabe, algo assim. - Falo.

O real motivo de ter feito isso foi porque um dia estávamos vendo algo na televisão que eu não lembro bem o que era e as minhas tias começaram a colocar rótulos na menina só porque ela usava um piercing. Então resolvi fazer também. O que calou as minhas tias e minha mãe que concordou com elas. Meus pais quase me mataram quando voltei do estúdio de tatuagem com Finn. Foi o que ele pediu de 17 anos e meu pai insistiu que poderia dar outro carro para ele. Mas Finn já estava decidido. Nós dois fomos lá e aproveitei para fazer 6 piercings. Eu já tinha 3 na orelha e queria fazer mais e aproveitei para fazer no meu umbigo, minha mãe pirou. Não recomendo ninguém fazer isso, isso é coisa minha com a minha família.

- Então tá...

- Você gosta? - Pergunto.

- Sim. - Noah fala, mas arregala os olhos o que eu não entendo porque aconteceu. - Quero dizer, eu acho legal. Doeu?

- Eu não ligo muito para dor física. - Respondo.

Depois de tudo que eu passei alguém podia me cortar com uma faca que tivesse ácido que eu não ia sentir absolutamente nada. E tenho certeza que meu corpo meio que se desligou da dor. É óbvio que eu sinto, mas não dor. Dor não, só que tem algo me tocando.

Olho para o dedo de Noah que parecia estar péssimo. E estava. Minha mãe não é só uma médica que tem uma filha louca para ser uma também, era a minha mentora. Com 10 anos eu aprendi a suturar. Eu sei muito sobre medicina porque no pouco tempo que tive com a minha mãe ela me contava todas as coisas que eu poderia e queria saber.

- Seu dedo tá bem ruim. - Falo.

- Você acha? - Noah me pergunta.

- Quase bom. - Falo sarcasticamente e nós rimos. Meu celular apitou e fui ver quem era. Jay é claro. Não me viu na quadra e deve estar preocupado.

- Seu namorado? - Noah pergunta e olho para ele sem pensar bem no que responder.

Não é como se eu tivesse voltado para ele. Que eu o amo? Sim, mas sei lá. Alguma parte de mim está ainda muito confusa com tudo isso. Eu não sei bem o que somos. A gente se vê bastante, sempre ficamos na quadra juntos, saímos algumas vezes só nós dois. Mas eu não sei.

Our love - FillieOnde histórias criam vida. Descubra agora