easy 2.0

311 26 10
                                    

Millie

Eu iria dar uma revanche em Finn, é óbvio que eu não sabia nada sobre surfar. Eu morei em Liverpool minha vida inteira e nunca nem tive interesse em saber como esse esporte funcionava. Eu não sou a típica menina californiana. Eu nem tenho o sotaque que elas têm, eu sou apenas uma menina que queria que pelo menos uma vez na vida estivesse calma o suficiente para se encontrar com seu amigo que secretamente tem um crush nele. Isso é tão difícil.

Eu tinha preparado algo mais do que especial para ele, meus shorts jeans preto e minha blusa listrada de malha já estavam em meu corpo em uma combinação perfeita, meu tênis preto da vans old skool já estava em perfeita harmonia com a minha doce vingança. Assim que escutei a porta batendo, deixei meu rímel em cima da mesa e desci, não quis descer correndo por talvez ou com noventa e nove por cento de chances de eu cair e porque não queria que Finn achasse que eu estava animada por sair com ele. Se eu estava? Sim eu estou, mas eu não quero que ele perceba isso. 

Assim que cheguei no primeiro andar vi minha mãe tagarelando sem parar com Finn, ele ficava cada vez mais bonito a cada dia que se passava. Eu amava o sorriso dele, tão natural e tão espontâneo. Eu não saberia como seria agir assim em situação desconfortáveis como a que a minha mãe está fazendo ele passar, eu não acho que ela daria uma trégua para mim e para ele. Ela é mãe e o que as mães fazem é fazer com que seus filhos sempre passem vergonha. 

- Millie, estávamos aqui falando...

- Tudo bem, mãe estamos indo - Falei cortando a minha mãe totalmente e empurrando Finn para fora de casa, não quero saber que tipo de constrangimento minha mãe estava com certeza me metendo, eu preferia pular essa parte. Me envergonhar? Isso eu já faço sozinha, não preciso da ajuda dela para ser um fracasso em agir em público.

- E então, onde vamos? - Finn perguntou enquanto andávamos até sua ranger rover prata estacionada em frente ao jardim de minha mãe que tinha tanto trabalho para cuidar, já que quando ela chegou aqui ela nem sabia a diferença a diferença entre uma margarida e um lírio.

- Bom... - Falei colocando a mão na frente de Finn, ele parou de andar comigo e olhou profundamente  para mim. Eu odeio quando ele olha profundamente para mim, me faz querer fazer e falar coisas que eu não poderia, que sim poderiam me machucar muito. Ele estava querendo entender que tipo de loucura eu estava tremendo, você nunca vai acertar docinho - Isso é uma surpresa.

Estendi minha mão direita para frente e Finn não entendeu o que eu queria que ele me desse, então suas sobrancelhas se ergueram quase se escondendo em seus cachos negros.

- A chave - Falei em alto e bom som.

- De onde? 

- Do seu carro! - Finn riu, como se estivesse debochando da minha cara. E era exatamente o que ele fazia, eu não ria. Apenas continuava com a mão estendida.

- Eu não vou te dar a chave do meu carro.

- Por que não? - Perguntei sem entender, eu era uma ótima motorista e eu já tinha uma carteira. Só não tinha um carro, eu não era que nem ele que podia ter um carro a qualquer momento me esperando em uma concessionária pronto para ser comprado, eu mal tinha dinheiro para pagar o uber black - Você não confia em mim?

Finn parecia pensar muito na resposta.

- É só um carro, você pode comprar outro.

Our love - FillieOnde histórias criam vida. Descubra agora