Acho que meu cupido gosta de matemática, só me trás problema.
HEART
Semanas atrás...
-Jô quantas vezes eu tenho que falar para você que eu não trabalho mais como namorado de aluguel?- Jogo o jornal dessa semana em cima da mesa dela, Joana dá um salto da cadeira com o barulho que o jornal faz ao bater contra a mesa, ela percebe minha presença e ajeita os cabelos curtos e alaranjados colocando atrás da orelha.
-Bom dia para você também.-Ela ergue a sobrancelha, quem olha o rosto angelical não se dá conta do seu temperamento sarcástico.
-Sem papo furado, eu sei que foi você!- Acuso.
-Idaí? Já tá na hora de você superar o passado e aproveitar esse rostinho bonito que Deus te deu.
-Joana tem razão.-Ingrid surge atrás de mim, olho para as duas e elas dão de ombro.
-Você também Ingrid?
-Nem sempre eu concordo com a Jô aqui.- Ela aponta para trás.- Mas você bem que poderia aproveitar essa vantagem.-Ingrid é descendente de coreano, ela tem os cabelos negros até a cintura e usa óculos de grau, ela e Joana são minhas sócias nesse ramo de Cupido e antes da empresa ser construída eu era apenas um adolescente procurando por emprego, foi aí que eu conheci a Ingrid, e foi a partir dela que a ideia toda surgiu.
Eu fui criado pelo meu avô e quando eu completei dezoito anos e estava prestes a terminar meu ano letivo na escola, ele disse que me ajudaria a pagar minha faculdade de Marketing, porém nossos planos foram por água abaixo quando meu avô adoeceu e começou a ter muitas despesas médicas, como sua aposentadoria mau dava para pagar todas as dívidas eu decidi esperar mais um pouco para começar a faculdade, pois no momento eu precisava me concentrar em cuidar do meu avô e arrumar um emprego para ajudá-lo dentro de casa.
Para a minha sorte eu consegui arrumar um emprego na mercearia do senhor Tanáca que ficava localizada há duas quadras da minha escola, ele me contratou para ficar responsável como estoquista enquanto sua filha Ingrid trabalhava como caixa, depois de uma semana trabalhando na mercearia eu já havia descoberto a paranoia que o senhor Tanáca tinha quando se tratava da sua filha perto de garotos, comecei a perceber o comportamento de Ingrid quando estava perto do seu pai e quando ele estava fora da loja, sempre que o senhor Tanáca visitava a loja Ingrid mau olhava na minha direção, porém nos raros momentos em que ficávamos sozinhos ela se mostrava uma garota bem legal e interessante, passávamos horas rindo e jogando conversa fora.
Certo dia, o senhor Tanáca resolveu deixar a loja na responsabilidade da filha para que ele pudesse ir a São Paulo tratar de alguns negócios com seu fornecedor.
-Ei! Você não vai sair desse celular não?- Dei um pequeno toque com a vassoura na cabeça dela.
-Ai! Sai fora!-Ela me espanta como se eu fosse um mosquito, ainda com os olhos vidrados no celular.
-Oque você tá vendo aí?-Me aproximo para ver.
-Isso não é assunto para crianças.-Ela bloqueia o celular, odeio quando Ingrid me chama de criança só porque sou um ano mais novo que ela.
-Ta conversando com o namoradinho né?- Provoco.
-Xiu! - Ela coloca o dedo indicador na frente dos lábios e olha para o lado, como se fosse possível o senhor Tanáca aparecer do nada.
-Relaxa, pode confiar em mim.-Eu digo abaixando o tom de voz, ela suspira como se estivesse tirando um peso dos ombros, eu me apoio na vassoura e ouço atentamente sobre sua história amorosa.
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O cupido é uma criança mimada - Broken Heart
RomanceUm: Não atenda o telefone Você sabe que ele só está ligando porque está bêbado e sozinho Dois: Não o deixe entrar Você vai ter que expulsá-lo novamente Três: Não seja amiga dele Você sabe que acordará na cama dele pela manhã E se você estiver debaix...