Esta flecha do cupido suspeito, saiu do arco do teu sorriso diretamente para o meu peito.
BROKEN
- Dois pedaços de torta de maçã.- Lohayne colocou entre o alfinete o papel com o pedido anotado, ela estava com uma cara desconfiada e eu descobri qual era o motivo quando li para qual mesa era o pedido.
-Da para parar de implicar com os clientes? Você está parecendo a Ash, e olha que ela anda bem quietinha ultimamente.- Apontei para minha amiga que silenciosamente passava pano na mesa cinco para limpá-la.
Ash estava com a cabeça longe, sempre distraída pensando em alguma coisa, parecia estar preocupada com a chegada da hora do parto. Joe também percebeu a mudança repentina dela e tentou animá-la levando-a para jantar, eles pareciam um casal, só faltava darem o braço a torcer.
-Ele é estranho.- Cochichou ela sem perceber que o homem estava bem atrás dela, engoli em seco quando o vi se aproximar e tentei sinalizar para que Lohayne parasse de falar.- E o que é aquela cara de crítico que ele faz sempre que come o mesmo sabor de torta? Ele já num sabe o gosto?
-Lohayne.- Falei entre os dentes e apontei com a cabeça para que ela se desse conta, só então minha cunhada se virou percebendo o homem com cara de poucos amigos.
-Com licença.- Ele ajeitou a gravata e sem olhar para minha amiga, continuou.- A senhorita que é a dona deste estabelecimento?
Agora era eu que estava desconfiada.
-Porque?- Estufei o peito.
-Meu nome é Cleiton Osório, eu trabalho com investimentos, e estive de olho por um tempo no seu negócio, eu queria saber se você tem interesse em fechar uma sociedade.- Ele me entregou um cartão de visitas prateado.- Caso tenha interesse em conversar, me ligue que estarei marcando uma reunião.
-Obrigada.- Falei ao pegar seu cartão de visitas.
-Meu pedido já está pronto?- Ele perguntou.
-Só um estante.- Virei de costas e peguei dois potes descartáveis e aprontei seu pedido.- Aqui está, volte sempre.
Ele agradeceu e seguiu até o caixa.
Lohayne esperou ele sair antes de surtar completamente, até mesmo Ash que estava no mundo da lua percebeu o ataque da minha cunhada.
Eu ainda fitava o cartão em minhas mãos, nele continha um número de telefone no qual eu deveria ligar. Já era noite, o expediente na confeitaria havia terminado e eu e meus amigos estávamos reunidos no bar de Daniel sentados em uma pequena mesa redonda, todos nós encarávamos o cartão, a lógica era que deveríamos ligar, mas eu não sabia se podia confiar nele.
-Acho que o melhor é pesquisar sobre essa empresa de investimentos na internet.- Daniel quebrou o silêncio, vez ou outra ele se revesava entre atender os clientes e ver se havíamos tomado alguma decisão.
O clima entre nós dois parecia mais leve, Daniel e eu não conversamos mais depois daquele dia e ele também tem mantido um certo limite entre mim e ele, também fiz o mesmo, o melhor para nós dois era que a nossa relação se limitasse a apenas amizade, eu ainda via Daniel como um irmão e esse sentimento jamais mudaria, mesmo depois de tudo o que aconteceu entre nós dois.
-Concordo!- Lohayne bateu com força na mesa quase derrubando nossas bebidas.- Mas.- Ela apontou.- Se soubermos que é de confiança vamos aceitar, certo?
Todos voltaram seus rostos para mim esperando por alguma resposta minha, olhei novamente para o cartão e umedeci meus lábios, eu sabia que era uma boa proposta e que esse seria um grande salto para todos nós, mas ainda sim, algo dentro de mim tinha medo de toda aquela mudança, medo do novo.
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O cupido é uma criança mimada - Broken Heart
RomanceUm: Não atenda o telefone Você sabe que ele só está ligando porque está bêbado e sozinho Dois: Não o deixe entrar Você vai ter que expulsá-lo novamente Três: Não seja amiga dele Você sabe que acordará na cama dele pela manhã E se você estiver debaix...