C I N Q U E N T A E N O V E

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Quantas vezes eu tenho que te dizer que mesmo chorando você é linda?

BROKEN

-Cupcake, o que faz aqui?- Ele me questiona e tudo que percebo são seus olhos avermelhados, inchados e sua aparência de quem não dorme a dias. 

Mordo os lábios pensando em alguma desculpa, mas não encontro nenhuma.

Ele se afasta das mãos de Crystal e se levanta para vir ao meu encontro, dou um passo recuando e acabo esbarrando em alguém que vem atrás de mim, este, me segurou impedindo que eu caísse.

-Ouch!

-Cuidado...-Me viro para poder ver quem é, e dou de cara com o amigo de Ethan.- Está tudo bem com você?- Ele me pergunta, entretanto, ao perceber sua aparência similar ao de Ethan, olhos inchados e noites mau dormidas, me questiono se deveria ser eu a fazê-la.

-Sim...me desculpa.- Falei me afastando dos seus braços.

-Oque faz aqui?

-Ela veio me ver.- Ethan se aproxima de mim e entrelaça seus dedos com os meus, fito suas mãos quentes junto da minha e sinto a familiaridade do gesto.- Que bom que chegou, você fica com a Crys? Eu e Broken estamos indo até o refeitório...- Ele caça as palavras, ainda perdido.

-Claro, eu mesmo vim até aqui para te render.- Dean arregala os olhos e se aproxima dando pequenos tapinhas no ombro do amigo, por fim ele me olha.- Faça ele comer Broken, esse camarada aqui está fazendo greve de fome e eu não quero ter mais alguém que amo hospitalizado.

-Pode deixar...-Digo baixinho antes de olhar para Ethan que não espera Dean falar mais alguma coisa e sai do quarto deixando o amigo para trás.

Caminhamos silenciosamente até o refeitório, passando por alguns pacientes e seus acompanhantes.

-Não deixe que Dean encha sua mente com baboseiras.- Ele diz ao entrarmos no elevador.

-Então quer dizer que está se alimentando?

-Mais ou menos.- Ele não me olha e eu considero sua resposta como um não, mas prefiro não lhe dizer nada, nos mantemos em silêncio durante todo o percurso de se servir e ir até uma mesa vazia, reparo que em seu prato quase não há nada, me pego pensando em como ele fará para se manter de pé se continuar desse jeito.

-Toma, pegue um pouco do meu.- Encho minha colher com purê para colocar em seu prato, mas ele me interrompe.

-Não quero, obrigado.

-Mas você precisa comer, se não...

-Eu estou comento.-Ele pega o garfo e enche de arroz, mas não leva até a boca.

-Como você está?- Pergunto estudando cada traço do seu rosto.

-Bem se compararmos a Crys...

-Ela...

-Acabou de ter uma parada cardíaca.- Ele solta o garfo no prato e coça os olhos.- Uma maldita parada cardíaca!

Estendo minha mão sobre a mesa e seguro em seu braço afastando sua mão dos olhos avermelhados.

-Ela vai ficar bem...-Tento dizer.

-Não sei....sinceramente, eu não sei...já era para ela ter acordado faz tempo, mas...porque ela não acorda?- Sua voz sai trêmula no final da frase e eu sinto meu coração se apertar pela segunda vez.

-Ela vai acordar.- Aperto sua mão chamando a atenção dele.- Eu prometo.

Por fim, ele me olha e sorri um pouco tristonho, mas ainda sim um sorriso.

O cupido é uma criança mimada - Broken Heart Onde histórias criam vida. Descubra agora