New York - Estados Unidos - 08 de Julho de 2019
Quarta-Feira - 7:00 AMDepois de tanto tempo sem dormir hoje consegui dormir pelo menos 8 horas, que foi mais do que necessário pra mim. A minha vida é corrida até demais, eu passo mais tempo no hospital do que aqui, mas eu me adaptei a essa rotina então não quero mudá-la tão cedo. Essa semana ocorreram muitas emergências e eu carrego tudo porque as pessoas confiam demais em mim. Então tudo acaba em minhas mãos.
Queria me organizar para que eu pudesse malhar ou caminhar até o parque, porque eu tento só máximo ser saudável, manter um ritmo nada sedentário, o que está sendo difícil porque meus horários são confusos mas a gente tenta. Minha alimentação não é TOTALMENTE restritiva, mas é mais saudável que muita gente aqui da cidade.
Finalmente levanto da cama antes que ela própria me puxe de volta, caminho lentamente até o banheiro, tiro toda minha roupa, e entro naquela água morna, resolvi lavar meus cabelos porque estavam querendo assustar alguém hoje.
Após meu banho, separo uma roupa confortável e visto. Seco meus cabelos com a toalha e a penduro novamente. Ajeito meu cabelo ficando mais apresentável. Passo um mini reboco na cara pois precisava. É isso.
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- Bom dia Senhor Benjamin. - digo ao parar na recepção para cumprimenta-lo. Ele é um senhorzinho já grisalho, muito fofo e simpático, diz ele que se fosse mais novo já estaría casado comigo.- Bom dia Senhorita, está bonita hoje. - ele diz e eu devolvo um sorriso simpático.
- São seus olhos, até mais.
Me despeço, e vou em direção ao estacionamento, entro no meu carro, jogo a bolsa do banco de carona, ajeito retrovisor, tudo certinho, hora de ir.
🌙
Ao chegar no hospital, estaciono na vaga de sempre, parece até que se tornou minha, iludida eu? Jamais. Caminho cumprimentando a todos com um sorriso. Eu estava indo guardar minhas coisas quando vejo uma loira no café em frente a onde eu estava, com a cabeça abaixada, triste. Era Joalin. Mudo meu trajeto e vou de encontro a ele, me sento de frente pra ela na mesa. E seu olhar azul e triste encontra o meu.
- O que aconteceu Jojo? - pergunto e ela respira fundo.
- Não aguento mais meu irmão, ele é um inferno de homem. - ela diz e seu tom é bastante irritado. Não é a primeira vez que ela reclama do irmão pra mim.
- O que ele fez dessa vez? - pergunto diretamente e ela sorri de lado percebendo que eu já tinha me acostumado que o irmão dela é um pau no cu.
- Ele faz tudo, tudo de ruim, a da vez foi que ele levou mulheres pra casa, eram duas, foi gemido alto e alto, todo mundo deve ter escutado, eu não consegui dormir de jeito nenhum e eu tendo que trabalhar hoje esse horário, e ele faz isso Any? Eu não aguento. - seu tom mudou de raivoso para decepcionado.
- Jojo eu sinto muito que você tenha que passar por isso, você sabe que se precisar ficar lá em casa pode, mesmo que seja pequeno é melhor do que essa vida que você está levando.
- Eu não queria deixar o Joshua, porque pelo menos eu lá tento enfiar alguma coisa naquela cabeça dele, e 1/3 das vezes ele me escuta. Mas obrigada. - ela diz e eu sorrio junto. - Que porra em plena 7h da manhã nós duas aqui perdendo tempo pra falar daquele nojento. Por isso nunca te apresento ele.
- Já sabe o que vai fazer de aniversário? Tu vai ficar velha daqui dois dias. - digo empolgada e ela me da o dedo.
- Não vou ficar velha, vou ficar madura, entendeu né? - ela diz e se levanta eu acompanho.
- Vamos trabalhar porque pessoas dependem de nós.
🌙
O dia tinha passado até que rápido, não tive muitos casos graves, apenas o de sempre gripes, tosses, dores de cabeça, coisas mais simples que remédio ajudaria e aliviaria. Houve problemas de pressão também, uma jovem com pressão alta, me preocupei até demais.
🌙
- Eu vou te recomendar esse remédio, tome de 12 em 12 horas, com a caixa da uma semana de remédio, acredito que até lá você já estará melhor. Se não estiver volte e optarei por outras vias. - Digo enquanto carimbo e assino a receita, entregando para o paciente em minha frente.
- Obrigada Doutora. - e se levanta e vai embora. Sinto minha barriga roncar. Mas vamos que vamos.
Clico na tela em minha frente para passar o próximo número, faz um barulhinho irritante mas logo o próximo paciente entra.- Boa tarde, senhora Elizabeth? - pergunto e ela assente.
- Só que quem está doente é meu filho. Não sei o que ele tem.
Observo a criança em minha frente, que está se tremendo, pareciam calafrios.
- Então vamos lá, o que esse bonitão tem? - pergunto e o menino abre um sorriso.
- Está cheio de catarros, lábios secos, reclama de dor de cabeça, dores no corpo. - ela diz e eu assinto.
- Vomito?
- Não.
- Febre?
- Sim a noite toda coloquei a mão nele porque estava pelando de febre.
- Perdeu o apetite?
- O obriguei a comer pois se não estaria até agora sem nada na barriga.
- Reclamou de mais alguma dor?
- Só nas que eu mencionei.
Me levanto pegando meu estetoscopio, coloco na área dos ouvidos, peço para que a mãe levante a camisa do menino, levo o diafragma para seu peito, peço para que prenda a respiração e solte, movimento o equipamento em minhas mãos e o faço repetir o ato de prender a respiração e soltar. Checo sua garganta com o palito também, os olhos após terminar de examina-lo. Sento em minha cadeira novamente, e já preparo a folha de medicação no próprio hospital.
- A principio é só uma gripe mesmo, o peito dele está com catarro, por isso a tosse vem cheia de catarro e seco. Eu vou medicar ele aqui no hospital, uma injeção rápida com alguns medicamentos. Se preciso for também deixarei uma receita com um remedinho. Dar de 12 em 12 horas. Caso ele não melhore retornar ao hospital.
- Muito Obrigada! Vamos filho. - ela o segura porque parece que ele está bem fraco. O menino antes de sair da um tchau com as mãos pra mim e eu devolvo seu tchau.
Último paciente, mais um dia concluído, término de atualizar a ficha desse último paciência deixando-a salva.
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Após arrumar todas as minhas coisas, guardando tudo direitinho, caminho até a saída do hospital, onde esbarro com a Jojo de novo, dou um abraço de despedida nela, logo seu carro chega, ou melhor do seu irmão acredito eu. E ela parte pra casa. Eu faço o mesmo.
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𝐀𝐌𝐂 - A Médica e o Criminoso
FanfictionTodos temos por onde sermos desprezíveis. Cada um de nós traz consigo um crime feito ou o crime que a alma lhe pede para fazer. 𝖡𝖾𝖺𝗎𝖺𝗇𝗒 𝖵𝖾𝗋𝗌𝗂𝗈𝗇 𝗈𝖿 𝗈𝗋𝗂𝗀𝗂𝗇𝖺𝗅 𝗌𝗍𝗈𝗋𝗒 Any Gabrielly é formada em medicina, com uma carreira inc...