83.

24.9K 1.7K 3.5K
                                    

Eu fiquei ansioso há todo momento e quando chegamos pra finalmente poder pegar nossa filha depois de um bom tempo enfrentando uma burocracia infernal, só imagino quantas crianças ficam esperando anos e anos, e aí finalmente encontram e precisam pa...

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Eu fiquei ansioso há todo momento e quando chegamos pra finalmente poder pegar nossa filha depois de um bom tempo enfrentando uma burocracia infernal, só imagino quantas crianças ficam esperando anos e anos, e aí finalmente encontram e precisam passar por mais espera. É uma tortura. Mas quando finalmente você recebe a ligação pra buscar "sua filha", é uma sensação diferente e incrível. Não sei por quantas horas eu fiquei babando nas fotos da Luna, mas eu fiquei muito tempo viajando naquele olhar de lado que só ela tem. Seu sorriso banguelo e toda sua luz.

No caminho fui calmamente até porque nossa bebê estava dormindo, passou o dia chorando, parecia que adivinhara essa espera toda, mas logo escutamos o barulho de sua boca pequena em um bocejo e seus olhos se abrirem lentamente, ela piscou diversas vezes até entender o que estava acontecendo. Assim eu parei no semáforo, pude virar meu rosto pra observar que abriu o sorriso banguelo de novo e estendeu a mão pra mim, beijei sua mão e ela fez uma careta quando minha barba pinicou ela.

- Você está toda toda pro lado do seu pai né? Eu não? - Any pergunta olhando pra ela, que vira seu rosto pra encara-lá confusa tentando entender as palavras que saem da boca dela. Mas logo ela sorriu também pra minha mulher.

- O nariz ainda está inchado, ela deve ter chorado bastante. - percebo e falo voltando a dirigir.

- Eu acho que bebês são sensitivos. - Any passa a ponta do dedo no nariz da Luna. - Preciso cortar minhas unhas pra não machuca-lá. Vejo se amanhã ou depois de amanhã dou um jeito nisso.

- Nos estamos muito pais mesmo e nem nós preparamos pra isso. Eu não sei trocar fralda Any, não fiz teste pra isso, minha filha vai ficar cagada? - Any me olha repreendendo. - E outra quando é pra arrancar minhas costas e deixar ardendo pode ter garra?

- Você gosta cala a boca. - Nessa hora Luna faz um barulho estranho com a boca. - Ela concordou, fala pro seu pai que ele não engana ninguém filha.

E ficamos brincando e conversando com nossa filha que não entendia uma palavra mas pelo seu olhar prestava atenção em tudo. Eu parecia um afeminado pra falar com ela e a Any achava que ela era animal doméstico pra falar com ela como se a menina fosse um gato. Não sei quem era pior.

Assim que chegamos em casa eu entrei primeiro com as malas e as coisas da Luna pra me certificar que a Joalin não tenha feito nenhuma loucura, mas na verdade só nossos amigos estavam sentados no sofa ansiosos pra chegada da nossa pequena. Any fez um local pra Luna brincar na sala e um "cantinho da leitura" quanta viadagem puta que pariu! Depois que eu voltei pra buscá-las, peguei a Luna no colo que veio toda receptiva e batia na minha cabeça como se meu cabelo fosse uma nova descoberta pra ela.

- Primeira agressão foi comigo né? Tua mãe está ilesa não tomou um tapa teu, mão de aço igual ela. - digo pra minha filha que continuava rindo e fazendo barulhos loucos que só ela entendia.

- Ela está te batendo porque você falou que ela ia ficar cagada. - Any disse enquanto entrelaçava seus dedos aos meus.

- Ela não entendeu isso.

𝐀𝐌𝐂 - A Médica e o CriminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora