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Eu sou boazinha😌 Obvio que eu não ia deixar vocês sem capítulo. Talvez tenha mais depois, ainda não sei.

- Nós deixe sozinhos

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- Nós deixe sozinhos. - a voz fraca da Any disse pro médico que já estava assustado. Não demorou muito pra que ele saísse e ficássemos a sós.

Eu sentia que uma parte de mim tinha ido embora, como se eu precisasse de forças porque as minhas tinham sido tomadas de mim, eu perdi meu filho, perdi meu herdeiro. Que eu não sabia nem da existência, porque se eu soubesse talvez ele estivesse bem hoje. Com vida, nunca olhei a morte de forma negativa mas dessa vez foi inevitável. Por que o meu herdeiro?

- É culpa sua. - digo me aproximando da mulher, sentido toda raiva e magoa dentro de mim controlar até minhas próprias palavras. - Você perdeu nosso filho.

- Realmente eu quis mesmo, sentir uma dor infernal, precisar ficar nesse estado deplorável. - ela disse fraca e desviou o olhar do meu, reagi de forma impulsiva e odiosa.

- Você não queria filhos, foi por isso que insistiu tanto pra ir no assalto, sabia que a adrenalina ia fazer você perder, o meu herdeiro Gabrielly, você sabia que estava grávida e ainda sim insistiu pra passar por uma situação de risco. VOCÊ FEZ ISSO. E NÃO PENSOU NELE OU EM MIM. - altero o tom de voz vendo a mesma tentar se sentar mas falha.

- Eu não sabia... - a interrompi.

- SIM VOCÊ SABIA, CARALHO VOCÊ CUSPINDO NA MINHA CARA QUE NÃO QUERIA ME DAR HERDEIROS, MAS FOI CAPAZ DE SER UMA FILHA DA PUTA EGOÍSTA. EU ESPERAVA TUDO DE VOCÊ MENOS ISSO. VOCÊ MUDOU. - aponto o dedo pra sua face que não tem expressão alguma, é indiferente.

- Eu não sabia da gravidez, e também não pedi pra levar uma surra e chutes que fizeram que eu perdesse um filho, mesmo que eu não o desejasse agora. Eu nunca colocaria a vida dele em risco e é por isso que eu não queria ter filhos agora, nossa vida é perigosa. - ela diz calma e indiferente.

- Que surra Any? Do que você está falando?

- Sai daqui e nunca mais aponte o dedo pra mim. - tento retrucar mas ela altera seu tom de voz e sua expressão é de decepção. - Joshua sai, se eu continuar vendo sua cara talvez eu decida nunca mais vê-la. Sai da porra do meu quarto, some daqui ou eu chamo os seguranças pra te tirarem a força.

Eu ameacei puxar o telefone pra chamar o segurança mas ele saiu pisando forte e bateu a porta ecoando um barulho alto que fez minha cabeça arder, eu não consegui me sentar de tanta dor, também me recusei a comer tudo que ofereceram

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Eu ameacei puxar o telefone pra chamar o segurança mas ele saiu pisando forte e bateu a porta ecoando um barulho alto que fez minha cabeça arder, eu não consegui me sentar de tanta dor, também me recusei a comer tudo que ofereceram. Nunca desejei que acontecesse nada dessa forma, também não esperava. E por mais que a dor do Josh seja enorme e eu entenda, precisa ser muito dissimulado pra achar que eu quis que isso acontecesse.

Mesmo que eu não o desejasse agora, se viesse eu teria, e o colocaria em perigo estando vivo do que fazer qualquer coisa pra perder essa criança. O tanto de dor que eu estou sentindo física, meu corpo vai demorar pra voltar a funcionar normalmente, além de perder o herdeiro dele.

Mas não posso dizer que sinto culpa, pois não sinto. Não olhei pro desgraçado e falei "Me bate que eu quero perder meu filho que eu nem sei que existe."

Mas já que eu sou uma egoísta filha da puta, minha vontade é realmente ser pra ele poder dizer com gosto.

- Senhorita Any, precisa de alguma coisa? - a enfermeira pergunta após checar todos meus ferimentos.

- Sim. - digo simples.

- No que posso ajudar? - ela pergunta enquanto aplica algo no meu soro.

- Proíba a entrada do meu noivo Joshua pelo resto dos dias em que eu ficar aqui. Também proíba ele de pagar, peça a minha irmã Sabina ela tem acesso a minha conta. - digo firme e convicta. Sendo uma egoísta filha da puta.

- Tem certeza? - ela pergunta receosa e com uma expressão espantada.

- Absoluta, e faça isso já.

🌙

- Ei meu amor, como você está? Achei que fosse morrer, fiz um escândalo tão grande na recepção do hospital que tive que ser dopada. - Sabi dizia, minha irmã dramática. Nada novo sob o sol.

- Estou bem. Fez o que eu pedi? - pergunto enquanto ela se senta na beira da minha cama de hospital.

- Sim e fui muito xingada, o hospital também, ele fez um show, só saiu quando ameaçaram prender ele. Ai eu o convenci de que era melhor ele esperar pra ver você do que só conseguir te ver na prisão e sem poder nem encostar em você. - Sabina disse enquanto passava os dedos no meu ombro.

- No momento é só o que eu quero. Ele me xingou muito, apontou o dedo na minha cara, gritou comigo.

- Ele acabou de perder um filho, o herdeiro dele, cada um tem sua reação, mas ele está errado tenha calma. Só pensa que pra ele o negócio deve ser mais tenso. - Ela explica e eu assinto.

- Eu também perdi. Mas honestamente não estou pronta pra falar agora, tenho tanta mágoa dentro de mim.

- Pior que eu sei. Pra você tomar uma decisão extremista da forma como tomou, de proibir ele de entrar e pagar. Any você só faz isso quando chega em um limite, eu juro que achei que você ia acabar com tudo. - Sabina disse e eu ri fraco.

- Eu devia, de fato devia, mas infelizmente eu amo ele, e entendo a dor. E sei que ele não pensa dessa forma de verdade, que foi momentâneo. Mas eu tomei essa decisão não pra torturar ele, e sim pra dizer que o que ele fez comigo não pode ser nem momentâneo, nem por impulso. É humilhante. E doeu. - digo olhando em seus olhos. - Por isso eu o proibir. Já que ele acha que eu planejei perder o bebê, não tem pra que ele pagar um hospital pra mim, ou até vir me visitar.

- Me conta o que aconteceu. - sua voz ficou fraca e ela prendeu seu cabelo em um rabo de cavalo. Parecendo estar nervosa.

- Não quero falar disso. Não agora. Tem algo de bom acontecendo no mundo já que aqui está tudo fodido? - pergunto esperançosa.

- Não, inclusive vazou informação de um vírus que olha já quero dar uma voadora nele. - Sabina disse. - Porém nada confirmado e nenhum caso. Só um país se manifestou sobre, os outros estão tranquilos.

- Era o que me faltava mesmo.

- E como você se sente perdendo um filho? - ela pergunta segurança minha mão.

- Não sinto nada. Josh sugou toda minha saúde mental e todas as minhas forças, sou incapaz de pensar nessa vida agora. Isso me torna uma péssima mãe?

- Isso te torna realista, por mais que você fosse amar esse filho, no fundo você sabe o quão perigoso seria tê-lo agora, você foi atacada em um casamento agora imagine a vida desse filho que vocês teriam. Não ia poder botar a cara pra fora de casa. Você está sentindo um nada porque não foi sua culpa, e ainda sim foi o melhor a acontecer. - me sinto mais tranquila.

Mas só de lembrar da frase "sua amiga da câmera", como ela pôde? Ela me entregou sabendo o perigo em que eu estava correndo, ela achou o que? Que eu fosse morrer e o Josh não faria nada? A dissimulação dela acaba a partir de agora, pois minha mente está além de maldosa, ela devia começar a rezar pela própria vida a partir de agora.

𝐀𝐌𝐂 - A Médica e o CriminosoOnde histórias criam vida. Descubra agora