Jhenifer 🌸
Hoje o dia tava nublado, meio frio, até estranhei. Sai de casa umas sete da manhã, ia de ônibus para o trabalho e até chegar lá, haja paciência, fôlego e disposição.
Desci o morro parando no ponto de ônibus, fiquei por algum tempo esperando até o ônibus chegar já lotado. Respirei fundo e entrei, por milagre achei um lugar vazio e me sentei.
Algum tempo depois cheguei toda suada no salão, cumprimentei as meninas indo para o banheiro vestir meu uniforme. Voltei para onde minhas colegas de trabalho estavam, e já tinha algumas clientes, respirei fundo iniciando meu trabalho como manicure.
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Eram sete horas da noite quando estava subindo o morro quase tendo um infarto. Parei em frente a um bar tentando recuperar meu fôlego. Ser sedentária é foda.
Ouvi alguém gritar meu nome, olhei para o lado e vi a Fernanda, sentada ao lado do primo dela, junto com alguns outros homens. Ela sorriu para mim e me chamou com a mão.
Neguei com a cabeça, mas a doida não desistiu e continuou me chamando, suspirei indo até ela.
Nanda: Oi amiga, senta aqui. - apontou para uma cadeira ao lado dela. - Me conta, como foi teu dia hoje? - sorriu. Me sentei ao seu lado.
Jhe: Cansativo, hoje o salão tava lotado. Dia de segunda tem muito movimento por lá. E o seu?
Nanda: Foi bom, cansativo, mas bom. Ah e suas amigas tem descontos no salão?
Jhe: Nem eu tenho, quem dirá vocês. - rimos. - Cadê a Gi?
Nanda: Está em casa, nem foi para o trabalho hoje, disse que estava toda dolorida. - falou. Escutei a risada abafada do Ptk, olhei para a Fernanda que ria também.
Juntei um mais um.
Jhe: É, né, o peixe morre pela boca. A Gi disse que era só aquela vez e tchau. - disse me lembrando da conversa.
A Giovana falou que não se envolveria com ele, por ser traficante. E namorar com um é pedir pra ser corna.
Não concordo, até por que tem uns que não são assim, são raros, BEM raros, mas existem.
Fiquei mais um tempo conversando com a Nanda, até que me bateu um sono.
Estava totalmente quebrada, dia de segunda e sexta eu ficava assim. Me despedi da Nanda, dos meninos e segui meu rumo para casa.
Até que ouvi um barulho de moto por trás de mim. Engoli o seco continuando no meu ritmo lento e calmo de andar. Que o senhor Jesus Cristo me proteja.
Por algum milagre, criei coragem e parei de andar, olhei para trás e vi que era o tal do PH.
Jhe: Misericórdia, homem. - coloquei a mão no peito. - Quase morri aqui.
PH: Relaxa, pô. Só estava vendo se nada ia acontecer contigo. Touro que pediu pra te seguir.
Jhe: Porque? Não precisava.
PH: Tu acha que eu queria tá aqui? Touro e a Fernanda me obrigaram a vir. - revirei os olhos ignorando ele e seguindo meu caminho. - Espera ai, maluca.
Jhe: Pronto, já cheguei em casa. Tchau. - disse quando tínhamos chegado em frente a casa.
Ele não disse nada, apenas desceu da moto passando por mim e entrou na minha casa.
Jhe: Folgado você, hein. - fechei a porta.
PH: Tava com sede, ia me negar água? - me encarou com as mãos na cintura.
Jhe: Não, se você tivesse pedido primeiro. - joguei minha bolsa no sofá.
PH: Tem o que para comer? - perguntou e andou em direção a cozinha.
Levantei uma sobrancelha. Desde quando essa intimidade surgiu?
Jhe: Tem miojo no armário, vou fazer um. Quer? - segui el, que fez careta.
PH: Vou pedir uma pizza. - pegou o celular.
Jhe: Desde quando eu te dei essa liberdade? - ele me encarou e deu de ombros, não me respondendo.
O folgado foi para a sala e se sentou no sofá. Suspirei fundo e fui para o meu quarto, deixando ele na sala. Tomei um banho no banheiro do corredor, voltei em um passe de mágica para o quarto. Vesti uma roupa aleatória, mas confortável.
Sai do quarto indo para a cozinha colocar a água para esquentar. Ecutei alguém bater na porta e o PH se levantou.
PH: Vai comer pizza não? - apareceu na cozinha, olhei para o mesmo fazendo careta.
Jhe: Não gosto. - me olhou incrédulo.
PH: Papo reto? - assenti. - Qual mundo tu vive, mina?
Jhe: No mesmo que o seu. Mas é sério, eu não gosto.
PH: Bom, assim sobra mais para mim. - sorriu cínico.
Abri o pacote de miojo desapegando o macarrão na água. Minutos depois já estava comendo enquanto, o PH estava no meu sofá assistindo um filme de luta, comendo seu terceiro pedaço da pizza.
Jhe: Vem cá. Qual teu nome? - tentei puxar assunto.
PH: PH, ué. - respondeu sem me olhar.
Jhe: É nome, não vulgo.
PH: Pra que tu quer saber? - me encarou.
Jhe: Esquece. - me sentei ao lado dele.
PH: É Pedro. Pedro Henrique. E o teu?
Jhe: Maria Jhenifer. - ele riu. - Qual foi? É bonito.
PH: Não disse nada. - levantou as mãos para cima.
Jhe: E essa cicatriz ai? - aprontei para o braço dele. - Tem história?
PH: Ter tem, mas não te interessa.
Jhe: Desculpa. - ele ia falar algo, mas o rádio de comunicação dele tocou.
PH: Eu tenho que ir. Valeu ai, mina.
Jhe: Por nada? - sorri irônica.
PH: Vê se toma cuidado. - se levantou.
Jhe: Você também, Pedro. - sorri. - Tchau.
PH: Fé! - fez um joinha com a mão saindo.
Respire fundo arrumando tudo que o folgado bagunçou. Depois de um tempo, escovei meus dentes e fui dormir.
Amanhã seria um novo dia de trabalho e luta.
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Ela é a Perdição
RomanceJhenifer é uma mulher que sofreu muitas perdas em sua vida e não lhe restou ninguém.. bom, isso é o que ela pensa. Com a nova mudança de moradia, muitas coisas irão mudar ao seu redor. Novas amizades, emoções e até um amor improvável irá surgir. Aco...