Capítulo 7

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Jhenifer 🌸

Hoje o dia tava nublado, meio frio, até estranhei. Sai de casa umas sete da manhã, ia de ônibus para o trabalho e até chegar lá, haja paciência, fôlego e disposição.

Desci o morro parando no ponto de ônibus, fiquei por algum tempo esperando até o ônibus chegar já lotado. Respirei fundo e entrei, por milagre achei um lugar vazio e me sentei.

Algum tempo depois cheguei toda suada no salão, cumprimentei as meninas indo para o banheiro vestir meu uniforme. Voltei para onde minhas colegas de trabalho estavam, e já tinha algumas clientes, respirei fundo iniciando meu trabalho como manicure.

•••••••••••••

Eram sete horas da noite quando estava subindo o morro quase tendo um infarto. Parei em frente a um bar tentando recuperar meu fôlego. Ser sedentária é foda.

Ouvi alguém gritar meu nome, olhei para o lado e vi a Fernanda, sentada ao lado do primo dela, junto com alguns outros homens. Ela sorriu para mim e me chamou com a mão.

Neguei com a cabeça, mas a doida não desistiu e continuou me chamando, suspirei indo até ela.

Nanda: Oi amiga, senta aqui. - apontou para uma cadeira ao lado dela. - Me conta, como foi teu dia hoje? - sorriu. Me sentei ao seu lado.

Jhe: Cansativo, hoje o salão tava lotado. Dia de segunda tem muito movimento por lá. E o seu?

Nanda: Foi bom, cansativo, mas bom. Ah e suas amigas tem descontos no salão?

Jhe: Nem eu tenho, quem dirá vocês. - rimos. - Cadê a Gi?

Nanda: Está em casa, nem foi para o trabalho hoje, disse que estava toda dolorida. - falou. Escutei a risada abafada do Ptk, olhei para a Fernanda que ria também.

Juntei um mais um.

Jhe: É, né, o peixe morre pela boca. A Gi disse que era só aquela vez e tchau. - disse me lembrando da conversa.

A Giovana falou que não se envolveria com ele, por ser traficante. E namorar com um é pedir pra ser corna.

Não concordo, até por que tem uns que não são assim, são raros, BEM raros, mas existem.

Fiquei mais um tempo conversando com a Nanda, até que me bateu um sono.

Estava totalmente quebrada, dia de segunda e sexta eu ficava assim. Me despedi da Nanda, dos meninos e segui meu rumo para casa.

Até que ouvi um barulho de moto por trás de mim. Engoli o seco continuando no meu ritmo lento e calmo de andar. Que o senhor Jesus Cristo me proteja.

Por algum milagre, criei coragem e parei de andar, olhei para trás e vi que era o tal do PH.

Jhe: Misericórdia, homem. - coloquei a mão no peito. - Quase morri aqui.

PH: Relaxa, pô. Só estava vendo se nada ia acontecer contigo. Touro que pediu pra te seguir.

Jhe: Porque? Não precisava.

PH: Tu acha que eu queria tá aqui? Touro e a Fernanda me obrigaram a vir. - revirei os olhos ignorando ele e seguindo meu caminho. - Espera ai, maluca.

Jhe: Pronto, já cheguei em casa. Tchau. - disse quando tínhamos chegado em frente a casa.

Ele não disse nada, apenas desceu da moto passando por mim e entrou na minha casa.

Jhe: Folgado você, hein. - fechei a porta.

PH: Tava com sede, ia me negar água? - me encarou com as mãos na cintura.

Jhe: Não, se você tivesse pedido primeiro. - joguei minha bolsa no sofá.

PH: Tem o que para comer? - perguntou e andou em direção a cozinha.

Levantei uma sobrancelha. Desde quando essa intimidade surgiu?

Jhe: Tem miojo no armário, vou fazer um. Quer? - segui el, que fez careta.

PH: Vou pedir uma pizza. - pegou o celular.

Jhe: Desde quando eu te dei essa liberdade? - ele me encarou e deu de ombros, não me respondendo.

O folgado foi para a sala e se sentou no sofá. Suspirei fundo e fui para o meu quarto, deixando ele na sala. Tomei um banho no banheiro do corredor, voltei em um passe de mágica para o quarto. Vesti uma roupa aleatória, mas confortável.

Sai do quarto indo para a cozinha colocar a água para esquentar. Ecutei alguém bater na porta e o PH se levantou.

PH: Vai comer pizza não? - apareceu na cozinha, olhei para o mesmo fazendo careta.

Jhe: Não gosto. - me olhou incrédulo.

PH: Papo reto? - assenti. - Qual mundo tu vive, mina?

Jhe: No mesmo que o seu. Mas é sério, eu não gosto.

PH: Bom, assim sobra mais para mim. - sorriu cínico.

Abri o pacote de miojo desapegando o macarrão na água. Minutos depois já estava comendo enquanto, o PH estava no meu sofá assistindo um filme de luta, comendo seu terceiro pedaço da pizza.

Jhe: Vem cá. Qual teu nome? - tentei puxar assunto.

PH: PH, ué. - respondeu sem me olhar.

Jhe: É nome, não vulgo.

PH: Pra que tu quer saber? - me encarou.

Jhe: Esquece. - me sentei ao lado dele.

PH: É Pedro. Pedro Henrique. E o teu?

Jhe: Maria Jhenifer. - ele riu. - Qual foi? É bonito.

PH: Não disse nada. - levantou as mãos para cima.

Jhe: E essa cicatriz ai? - aprontei para o braço dele. - Tem história?

PH: Ter tem, mas não te interessa.

Jhe: Desculpa. - ele ia falar algo, mas o rádio de comunicação dele tocou.

PH: Eu tenho que ir. Valeu ai, mina.

Jhe: Por nada? - sorri irônica.

PH: Vê se toma cuidado. - se levantou.

Jhe: Você também, Pedro. - sorri. - Tchau.

PH: Fé! - fez um joinha com a mão saindo.

Respire fundo arrumando tudo que o folgado bagunçou. Depois de um tempo, escovei meus dentes e fui dormir.

Amanhã seria um novo dia de trabalho e luta.

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Ela é a PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora