Capítulo 37

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Jhenifer 🌸

Abri a porta de casa, e fechei em seguida. Coloquei as sacolas em cima do sofá, e me sentei nele jogando meus chinelos longe.

Tinha acabado de voltar da lojinha aqui do morro mesmo, depois de comprar um presente para o meu irmão.

Tava um calor da desgraça, nossa senhora, tô quase desmaiando aqui.

Me levantei do sofá, subindo as escadas. Entrei no meu quarto, que era de frente para o do Touro, e entrei no banheiro. Me despi, começando a tomar meu banho.

Só faz dois dias que estou aqui e nossa relação não tá nada boa. Ele odeia ser contrariado, eu odeio ser obrigada a não fazer nada que desejo.

Não é fácil lidar com uma pessoa igual a ele, que acha que estar certo o tempo inteiro, e quando alguém fala que tá errado, surta.

Mas tenho que dar um desconto, nós dois nem nos conhecemos direito e já estamos tendo que conviver juntos, sem antes ter alguma relação de afeto, ou de confiança um com o outro.

E ainda tinha a questão do meu trabalho, que por mais que eu não quisesse parar de ir, foi preciso. Touro explicou que agora não posso está dando mole por aí por causa dos inimigos dele.

Sei que isso é para o nosso bem, e ele só quer nos proteger. Mas poxa, colocar vários seguranças na minha cola é exagero, não dá nem para respirar direito que eles já falam para o Touro tudo que acontece.

Tirei o creme do meu cabelo, e sai do box, me enxugando com a toalha. Coloquei uma toalha na minha cabeça, e sai do banheiro.

Coloquei a mão no peito do susto que levei so ver o Touro, parado em pé no meu quarto.

Jhe: Puta que pariu. Não faz mais isso!

Touro: Qual parte do "só deixo tu sair com a minha autorização" tu não entendeu? - me encarou.

Jhe: Só fui na casa da Fernanda, e depois comprar um presente para o Pedro, nada demais.

Touro: É, mais nisso poderia acontecer alguma coisa contigo.

Jhe: Fica tranquilo, que não acontece nada.

Touro: Sorte de principiante.

Jhe: Deixa disso.

Touro: Eu quero que tu me obedeça, entendeu? - se aproximou de mim. - Já passei a visão e vou repetir, se acontecer alguma coisa com essa cria, eu te mato! - segurou meu braço, me encarando sério.

Jhe: Você anda muito estressadinho. - me soltei dele, abrindo a porta do meu guarda roupa. - Poderia me dar licença? Tenho que me vestir.

Touro: Tô falando sério, Jhenifer! - revirei os olhos.

Jhe: Tudo bem, Jonathan! Eu sei do risco que corro, e tals. Mas só fui aqui na lojinha, e os vapores estavam comigo.

Touro: Da próxima, me avisa. - fiz um legal com mão.

Jhe: Poderia sair?

Touro: Já te vi nua mulher, deixa de caô. - se sentou na minha cama.

É impressionante como esse homem troca de humor em segundos.

Peguei uma roupa, e uma lingerie, indo me trocar no banheiro. Aproveitei e arrumei meu cabelo também.

Sai do banheiro, e o Touro já não estava mais no meu quarto. Peguei meu celular, e desci.

Touro: Comprou o que? - apontou para as sacolas.

Jhe: Uma camisa, e uma caneca do Fluminense. - mostrei a ele, que fez cara feia.

Touro: Pedro nunca teve bom gosto. - negou com a cabeça. - Porra de Fluminense, aqui é Mengão caralho. - revirei os olhos.

Jhe: Ok. - guardei as coisas na sacola. - Tem algo para comer?

Touro: Não sei. - coçou o rosto. - Quer sair e comer alguma coisa? - levantei uma sombrancelha.

Jhe: Melhor não. Não quero encontrar com nenhuma namorada sua. - ele riu.

Touro: Porque? Tá com ciúmes?

Jhe: Eu ein, sai pra lá. Me ponho em primeiro lugar antes de me sujeitar a qualquer coisa!

Touro: Essa visão que tu tem de mim é mó errada, tio.

Jhe: Então me convença do contrário. - me sentei ao lado dele. - Porque enquanto não fizer isso, vou continuar achando que você é um machista, insuportável, e que não aceita receber nenhuma ordem vindo de uma mulher, a não ser a dona Joana.

Touro: É isso que tu pensa? - assenti.

Jhe: Deve ser o que o Vidigal inteiro pensa de você. - ri.

Touro: Mas não me importo com a opinião deles. - deu de ombros. - Pra eles eu tenho e devo ser só chefe do morro, o malvadão, tá ligada?

Jhe: Tô ligada. - ri.

Touro: Mas não é isso que eu quero que a mãe do meu filho, pense. Pô ligado que eu sou meio... bruto, as vezes e que tô longe de ser perfeito, mas pô a gente vai ter um filho juntos quero uma relação melhor entre nós dois. - levantei uma sombrancelha.

Jhe: Dona Joana te deu um esporro danado, não foi? - ele riu.

Touro: Quase me matou. Mas ela tá certa pô. - bateu de leve na minha coxa.

Jhe: Concordo. Amigos?

Estendi a mão, ele riu mas apertou. Em um rápido movimento, me puxou e me pôs em cima dele.

Touro: Marido e mulher, é melhor.

Jhe: Rápido demais, rápido demais. - rimos.

Ficamos um tempo nos encarando, e quando vi, já estavamos nos beijando.

...

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Ela é a PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora