Capítulo 14

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Fernanda ☀️

Graças a Deus as balas já foram retiradas e a Jhe estava bem. Não tinha acontecido nada de grave com ela.

Só Deus sabe como foi meu desespero na hora. Posso até não conhecer ela a muito tempo, mas já considero muito. É como se tivéssemos crescido juntas, como se fossemos amigas a muitos anos.

Estávamos no hospital, a Jhe dormia por conta do calmante que deram a ela, por estar muito nervosa e agitada. Suspirei e me sentei no sofá, ao lado do Pedro.

Nanda: Vai pra casa. - balançou a cabeça. - Por causa remédio, ela só vai acordar amanhã. Fico aqui e depois você volta.

Ele ainda não tinha trocado a roupa e estava todo sujo e com alguns arranhões no corpo da invasão.

PH: Não. - negou. - Vai você, eu fico.

Nanda: Não vou sair daqui, enquanto você não for.

Antes dele falar alguma coisa alguém bateu na porta do quarto e em seguida a Giovana entrou no quarto.

Gio: Oi, gente. - sorriu fraco. - Como ela está? - olhou pra Jhenifer.

Nanda: Bem, as balas foram retiradas e não aconteceu nada de grave. Só está dormindo por conta do remédio.

Gio: Ainda bem. Quando o Patrick me disse que ela tinha se ferido, fiquei muito preocupada e vim correndo pra cá.

PH: É, mas agora já tá tudo bem e vocês podem ir. - falou e revirei os olhos.

Nanda: Pedro, nem de roupa você trocou, olha como está. - ele fez careta e respirou fundo. - Vai, toma um banho e descansa, depois você volta e aí nós vamos.

PH: Tudo bem. - se levantou. Caminhou até a Jhe e deu um beijo na testa dela. - Fé para vocês. - abriu a porta e saiu.

Gio: Ainda não falou com ele sobre seus sentimentos? - sentou ao meu lado.

Nanda: Não. - suspirei.

Gio: Por que? Se vocês dois se amam, pra que ficar separados?

Nanda: Porque eu não quero sofrer tudo novamente. Gi, a gente se conhece a muito tempo, você sabe o quanto sofri por causa dele.

Gio: Nanda, o Pedro não é mais aquele que você namorou a dez anos atrás. Claro, algumas atitudes ainda são as mesmas, mas isso não quer dizer ele não tenha mudado, se tornado uma pessoa melhor. - neguei com a cabeça. - Olha, não estou passando pano para tudo que aconteceu no passado, só tô dizendo que todos merecem uma segunda chance.

Nanda: Eu tenho medo, Gi. Medo de me relacionar com ele novamente e acontecer a mesma coisa, dele agir da mesma forma. E será mesmo ele merece essa segunda chance?

Jhe: Sim. - me assustei com a voz dela.

Nanda: Quer me matar do coração, mulher? - coloquei a mão no peito e a encarei.

Jhe: Amiga, da para perceber que o Pedro realmente te ama só pelo modo que ele fala e olha para você. Da essa moral para o meu mano, cunhadinha. - sorriu e revirei os olhos rindo.

Gio: Isso é verdade. Ele ainda te olha do mesmo jeito.

Jhe: Sei que me falou o que ele aprontou e foi bastante idiota, mas você não pode se prender ao passado. Viva o hoje. Pedro mudou e quer fazer acontecer contigo.

Gio: Exato, amiga. Se ele aprontar tudo de novo, vamos estar aqui para dar um belo esporro nele e te apoiar.

Jhe: A Gi tá certa, principalmente na parte do esporro. - rimos.

Tinha certeza que o Pedro tinha evoluído, mas o medo dele aprontar tudo novamente me deixava cega em alguns pontos. Talvez tudo seria diferente agora. E se não for, sei que tenho as meninas ao meu para para o que precisar.

Nanda: Tudo bem, vou falar com ele. - Giovana deu um pulinho de felicidade e a Jhe bateu palmas.

Depois disso, ficamos conversando sobre vários assuntos aleatórios para nos distrairmos. Até que o Pedro chegou e paramos de falar.

PH: Pronto, agora podem ir. - disse assim que entrou no quarto.

Gio: Nossa, grosso. - deu língua para ele, que mandou o dedo.

Nanda: Posso falar com você antes? - perguntei e ele me encarou.

PH: Sobre? - levantou uma sobrancelha.

Jhe: Vai logo, Pedro. - ele suspirou saindo do quarto, foi para o corredor e segui ele.

PH: Solta o verbo. - cruzou os braços.

Nanda: Pensei bastante nesses últimos dias e agora tive uma conversa bem boa com as meninas e que me fez pensar bastante sobre nós dois. - fez uma cara de surpreso. - Eu resolvi te dar outra.. chance. - ele sorriu. - Mas já vou logo avisando que se você vacilar comigo de novo, corto.. - apontei com o dedo para baixo das calças dele, que riu.

PH: Prometo não vacilar. - descruzou os braços.

Nanda: Você e suas promessas. - murmurrei.

PH: Agora é diferente, Fernanda. Pô, eu vou cumprir, confia no pai, que agora é só sucesso. - piscou o olho.

Nanda: Tá bom. Ah, agora você vai ter que falar com minha mãe.

PH: O que? - franziu o cenho. - Nem morto! Aquela velha me odeia.

Nanda: Não é pra menos. - suspirou. - E não chama ela de velha, respeita minha mãe.

PH: Foi mal.. de boa. Faço qualquer coisa pra te ter comigo. - me puxou pela cintura. - E se você quer assim, tá feito. - sorri e beijei ele.

Gio: Desculpa atrapalhar o casal. - sorriu sem graça. - Mas eu tenho que ir para casa.. quer dizer, nós duas temos que ir, né, Fernanda? Já tá tarde. - mostrou a hora no celular.

Nanda: Verdade. - dei um selinho no Pedro. - Só vou falar com a Jhe.

Entrei novamente no quarto vendo a Jhenifer encarar o teto.

Nanda: Amiga. - chamei a atenção dela. - Eu e a Gi já vamos. O médico disse que amanhã você já estaria liberada. Amanhã irei te visitar na sua casa.

Jhe: Tudo bem. - sorriu. - Obrigada por tudo! Pela preocupação, por ficar aqui comigo. Nunca tive amigas, você e a Gi são uma novidade minha vida, assim como o Pedro. -  beijei a testa dela. - Tchau, cunhada.

Nanda: Agora você tem a nós. - sorri. - Tchau, Jhe. Vê se cuida dela, Pinóquio. - beijei ele.

PH: Pode deixar, víbora.

Mandei o dedo para ele, que riu e sai do quarto, indo de encontro com a Gi que estava no corredor.

Seguimos nosso caminho subindo o morro e indo para nossa linda casinha.

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Ela é a PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora