Capítulo 40

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Jhenifer 🌸

Dois meses se passaram e eu ainda não acreditava que um dia poderia ser feliz ao lado do Jonathan.

Nunca nem cogitei essa possibilidade, e agora estando ao lado dele, me fez perguntar o motivo.

Deve ser porque eu achava que ele era um atrevido, metido, ignorante, escroto. No começo até era, mas agora comigo, é uma pessoa bem melhor.

E definitivamente, meu lugar é ao lado dele. Não tenho mais dúvidas disso!

Acordei sentindo um peso na minha cintura, virei para trás e vi o Jonathan dormir serenamente. Tirei a mão dele, e fui para o banheiro.

Estava sentindo uma coisa ruim no peito, era uma angústia, misturada com medo. Senti ânsia de vômito, e antes de escovar meus dentes, vomitei na privada.

Senti alguém segurar meus cabelos, e encarei o Touro, que me olhava preocupado.

Jhe: Nunca vou me acostumar nisso. - me apoiei nele, que me ajudou a levantar.

Touro: Nem eu. Não queria ir e te deixar aqui assim.

Jhe: Por favor não vai, preto. - abracei ele. - Tô sentindo uma coisa ruim no peito.

Touro: Tu para com esse bagulho, morena. Não vai acontecer nada, tá legal? - assenti, mesmo sabendo que era mentira.

Me despi entrando no box para tomar um banho, Jonathan fez o mesmo, mas não aconteceu nada, tava muito mal para uma rapidinha.

...

Era de tardezinha, e essa sensação ruim do meu peito, não saía.

Touro estava na boca, cuidando de algumas coisas antes da tal missão.

A porta foi aberta e ele passou por ela, se sentando ao meu lado do sofá.

Touro: Ainda tá com essa cara de cu?

Jhe: Me deixa.

Touro: Coé nega, relaxa pô. Vou tomar cuidado. - beijou meu pescoço. - Bora aproveitar antes de eu ir, o que acha? - apertou minha coxa. - Hum? - me encarou.

Jhe: Não tô no clima. - tirei a mão dele da minha coxa, e ouvi ele bufar.

Touro: Vai tomar no cu, porra. - resmungou.

Jhe: Eu tô aqui desde cedo sentindo um sensação ruim, Jonathan. Eu sei, tenho certeza, que vai acontecer alguma coisa nessa sua missão.

Touro: E o que você quer que eu faça? Essa é a vida que escolhi pô, sempre soube os riscos que corro toda hora. Sabe como é viver sem saber como é o dia de amanhã? Pois é, a mó tempão vivo assim.

Jhe: Não vai. - limpei minha lágrima, que já descia.

Touro: Não posso deixar os cara assim, na mão de uma hora pá outra. Já tá tudo no esquema, e fica mec que o PH e o Ptk vão tá comigo.

Jhe: Não sei o que vou fazer se te perder, Jonathan. - abracei ele. - Eu preciso de você, nosso filho precisa de você.

Touro: Coé não vai acontecer nada, caralho. - disse olhando no meu olho. - Eu nunca vou deixar vocês. - me beijou, depois me abraçou novamente.

Ele se deitou no sofá, me colocando por cima. Ficamos um tempo ali, e tava quase dormindo com ele mechendo no meu cabelo, quando o mesmo chama minha atenção.

Touro: Nega, já pensou em nome pro pivete?

Jhe: Nem sabemos ainda o sexo. - ri.

Touro: Quando que vai dar pá ver?

Jhe: Com quatro meses, ou cinco. Não sei direito.

Touro: Tenho certeza que é moleque, já tenho até nome.

Jhe: Ah é? - olhei pra ele. - Me fala, então.

Touro: João Marcos. Era o nome do meu pai.

Jhe: Eu gostei muito. - sorriu. - Já tenho nome pra menina também.

Touro: Diga.

Jhe: Mirele.

Touro: Porque?

Jhe: Ah, não sei. Vi em uma revista s gostei. - dei de ombros e ele riu.

Touro: Já tá na minha hora. - bateu na minha bunda, e me colocou sentada no sofá.

Jhe: Jonathan... - me cortou.

Touro: Nem vem com esse papo de sensação ruim, que já tô de saco cheio. - bufou. - Já disse, e vou repetir. ai ficar tudo bem, Jhenifer.

Nada ia fazer ele ficar, porque eu querendo ou não, é o trabalho dele. Como ele mesmo disse, foi vida que escolheu viver e não tinha nada que eu poderia fazer para impedir o mesmo de ir.

Mas eu queria, e quero que ele fique, porque nada me impede de pensar que possa acontecer algo com o Jonathan, e tinha certeza que era com ele.

Jhe: Tudo bem! - suspirei. - Só toma cuidado, se cuida, e cuida dos meninos.

Touro: Relaxa. - beijou minha testa, e subiu as escadas, e depois de minutos voltou com uma mochila. - Tô indo, se precisar de algo fala com os vapores ou com a minha mãe, com as mina, ok?

Jhe: Tá bom! - se agachou na minha frente.

Touro: Prometo que volto, mas... se acontecer alguma coisa, quero que saiba que eu te amo memo, tu é a mulher da minha vida e disso não tenho dúvidas! - já estava chorando rios de lágrimas. - Cuida bem do nosso pivete. - me puxou para um abraço apertado.

Jhe: Eu te amo. - me olhou. - Por favor... fica. - funguei.

Ouvi uma buzina lá fora, e alguém gritar por ele, meu coração se apertou na hora.

Touro: Me acompanha até lá fora? - perguntou, apenas acenei com a cabeça, e saímos de casa abraçamos. - Eu te amo. - me beijou.

Apreciei cada minuto daquele beijo, porque algo me dizia que não iríamos fazer isso por um longo tempo.

Jhe: Fica. - pedi uma última vez, antes dele entrar na van. - Eu te amo.

Touro: Te amo. - e fechou a porta da van.

Entrei em casa, me deitando no sofá, chorando mais.

Aquilo pareceu mais uma despedida...

Eu não estava pronta, e nem queria para perder o Jonathan, que se tornou alguém tão importante para a minha vivência, que agora mal consigo imaginar viver, criar nosso filho sem ele.

Espero que seja só coisa da minha cabeça.

Pedi mentalmente.

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Ela é a PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora