Capítulo 49

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Jhenifer 🌸

Sinceramente, estava amando essa nova fase da minha vida. Tudo estava se encaixando perfeitamente, e não tinha do que reclamar.

Faltavam alguns meses para o Marcos nascer, e arrastei o Jonathan até o shopping para comprarmos os móveis, e algumas roupinhas para o nosso filho.

De início, ele não quis vir de jeito nenhum. Fez o maior drama, e no final, tá aqui comigo.

Touro: Essas porra são tudo caro. - negou com a cabeça. - Se soubesse que ter filho era caro, tinha gozado na cara. - bati no braço dele.

Estávamos no meio da loja, e uma moça olhou constrangida para ele e saiu do perto.

Jhe: Da pra parar de falar essas coisas? Olha o tanto de gente aqui.

Touro: Quem não quiser escutar, tampe os ouvidos. - deu de ombros.

Jhe: Nossa, que maduro!

Touro: Bora logo, caralho. Posso tá dando muito mole aqui não. - revirei os olhos, e continuei a olhar algumas roupinhas para o Marcos.

Jhe: O que acha? - mostrei a ele um macacão que tinha escrito "Sou da mamãe."

Touro: Legal. - disse sem nem ter olhado.

Jhe: Quanta animação. Se soubesse que seria assim, tinha vindo sozinha.

Touro: Sozinha o caralho. Pá ficar dando moral pá malandro? Uma porra. - revirei os olhos.

Jhe: As vezes eu te odeio tanto. - disse baixo.

Touro: Sei que tu ama. - beijou meus cabelos, e sai de perto dele indo para o caixa.

- Débito ou crédito? - a atendente perguntou.

Touro: Dinheiro memo. - tirou a carteira do bolso, e pagou a moça.

- Vocês são casados? - olhou com malícia para o Jonathan, e eu bufei.

Ele pegou na minha mão saindo na loja, deixando a menina no vácuo.

Saímos do shopping e entrei no carro. Nós já tínhamos comprado o berço, um bebê conforto, e algumas mamadeiras e fraldas, só faltava mesmo as roupinhas.

Jhe: Tem que comprar um guarda-roupa também. - lembrei.

Touro: O moleque nem tem muita roupa. - ligou o carro, e saiu do estacionamento pegando o caminho de volta para o morro.

Jhe: Mas vai ter.

Touro: Depois a gente ver isso. - dei de ombros.

Jhe: Queria falar uma coisa contigo.

Touro: Manda o papo.

Jhe: Quando nós estávamos na Maré, andei por lá e o Tubarão me apresentou a uma moça chamada, Sara.

Touro: E o que tem?

Jhe: Ela tem um projeto maravilhoso lá, onde ajuda crianças da favela mesmo a terem um lar, sabe? Uma ONG, onde pessoas até podem adotar as crianças.

Touro: Já tinha ouvido falar.

Jhe: Então, eu achei incrível esse trabalho e estava pensando em fazer o mesmo no Vidigal, mas só se você me der o patrocínio, já que lá é o Tubarão que cuida de algumas coisas.

Touro: Vou pensar.

Jhe: Ah Jonathan, por favor.

Touro: Não é fácil assim Jhenifer. O morro tem custos, não posso pegar um dinheiro que uso pra arrumar as coisas da favela e te da.

Jhe: Tá.

Touro: Só entende que eu quero da uma vida melhor pros moradores da minha favela. Já que a porra da prefeitura não faz nada.

Jhe: Tudo bem, já entendi.

Abri a porta do carro assim que chegamos em casa, e entrei indo para o quarto.

Não estava chateada, nem nada. Entendia perfeitamente as prioridades do Jonathan, e não o julgo. Ele está certo em querer o bem dos moradores.

Mas queria tanto colocar esse projeto em prática aqui. Iria ajudar tantas crianças, e até quem sabe, empregar algumas pessoas.

Achei incrível o trabalho da Sara, ver o quanto as crianças amavam aquele lugar, me fez abrir os olhos para muita coisa.

Como já estava escurecendo, entrei no banheiro e tomei um banho. Sai vestindo uma camisola, e me deitei na cama, liguei a TV assistindo As Branquelas.

Jonathan entrou no quarto, e entrou no banheiro. Escutei o barulho do chuveiro, e tempo depois ele saiu. Vestiu uma cueca e uma bermuda, se deitando ao meu lado.

Touro: Vou falar com o Tubarão, como que funciona esse bagulho.

Jhe: Não precisa. Entendo que tem coisas maiores a se fazer.

Touro: Para de caô, que agora eu quero fazer isso. - ri. - Vou da um jeito de colocar esse teu plano em prática.

Jhe: Não precisa ser muito o dinheiro, eu tenho também.

Touro: Não, esse teu dinheiro aí tu vai usar pá oto bagulho. Deixa que disso, cuido eu.

Jhe: Tá, né? - ri. - Obrigada, de verdade.

Touro: Coé, vai ser bom ajudar as crias tá ligado? Da um futuro a elas. - assenti. - Tua barriga tá grandona, né?

Jhe: Nem me fale. Tenho a sensação que daqui a pouco vou explodir. - riu.

Touro: Tive medo de não tá aqui pra cuidar dele.

Jhe: Não fala disso.

Touro: Não sério, achei que ia morrer memo. E a única coisa que pensei foi em como tu ia ficar. Foi mal por não ter te escutado.

Jhe: Já passou. O importante agora é que você está aqui comigo e com nosso filho, bem e com saúde.

Touro: É. - me beijou, e passou a mão na minha barriga. - Amo vocês pá carai.

Jhe: Nós amamos você. - sorri, e beijei ele de novo.

Touro: Quero mais.

Jhe: E as coisas caras?

Touro: A gente reutiliza as coisas do Marcos. - ri, e neguei com a cabeça.

Jhe: Tá bom. Daqui a uns sete anos a gente fala sobre isso.

Touro: Muito tempo, pô. Uns dois anos, no mínimo.

Jhe: Não mesmo. Cinco anos.

Touro: Três.

Jhe: Três eu acho bom. - ele sorriu, e me beijou novamente.

Status 📱

Eu amo.💙

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Ela é a PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora