Capítulo 23

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PH 💯

Nanda: Calma, amor, daqui a pouco ela aparece. - disse tentando me acalmar.

Ptk: Vai abrir um buraco no chão desse jeito. - reclamou e olhei feio para ele.

Ouvi a porta ser aberta e olhei para a cara de cínica da Jhenifer.

Porra, essa mina some, não liga, nem manda uma mensagem. Fiquei muito preocupado, pensei até que tinha acontecido alguma coisa com ela. Jhenifer nunca sumiu assim sem avisar.

PH: Me diz, Jhenifer, pra que tu tem essa merda de celular se não atende essa porra? - caminhei na direção dela. - Custava ter me avisado que ia sair, Jhenifer? Porra, fiquei preocupadão com você, maluca.

Jhe: Desculpa, Pedro. - me abraçou sem jeito, mas não retribui. - Eu estou aqui agora, não precisa desse drama todo.

PH: Drama? - a olhei.

Nanda: É, amor, para de show que tu não é a Xuxa. Tu dormiu feito pedra. - fiz careta.

PH: Onde tu tava? - olhei pro pescoço dela.

Jhe: Onde eu tava? - repetiu a pergunta e deu um sorriso nervosa. - Bem.. eu..

Touro: Tava comigo. - encarei ele que tava atrás dela. Nem tinha percebido a presença dele.

PH: Com você? E estavam fazendo o que? - cruzei os braços.

Touro: Trepando. - Jhenifer arregalou os olhos e deu um tapa no braço dele.

Jhe: Pois é. - suspirou. - Vou arrumar minhas coisas. - franzi a testa.

PH: E tu vai pra onde, maluca?

Jhe: Pra minha casa, ué. Eu já estou bem.

Ptk: Bem até demais. - riu e ela mandou o dedo pra ele.

PH: Mas aqui é tua casa. - revirou os olhos.

Jhe: Pedro, eu tenho 22 anos, tenho um emprego, casa e não quero viver a suas custas. Olha, eu sei que você quer aproveitar todo tempo que nós perdemos, mas eu tenho uma vida. Vamos nos ver todos os dias. Qual é, somos irmãos, ninguém vai nos separar. Mas eu ainda tenho que viver aquela vida que antes de você aparecer, eu tinha.

PH: Tu não vai sair daqui não, esquece isso. - respirou fundo.

Jhe: Colabora, Pedro. Eu tenho minha própria independência que conquistei com muito custo e não quero deixar isso de lado. Como disse, tenho que viver minha vida.

PH: Odeio que você já seja dona de si. - resmunguei, ela riu me abraçando. - Te amo.

Jhe: Também te amo, irmãozinho. - apertou meu nariz. Empurrei ela, que gargalhou. - Vou arrumar minhas coisas. Beijos. - subiu para o quarto dela.

Suspirei. Não iria mais falar nada porque ela tem um ponto. Tá certa em querer viver a vidinha dela, que ela construiu.

Nanda: Vai trabalhar hoje, gatinho? - abracei ela.

PH: Hoje é minha folga, por que? - sorri safado.

Nanda: Porque se você não vai eu vou, licença. - me deu um selinho. - Tchau, meus amores. - mandou um beijo no ar saindo da minha casa.

Ptk: Também te amo, miga. - fez uma voz fina.

PH: Mano, tu é? - ele riu.

Touro: Vai trabalhar hoje não, Ptk?

Ptk: Vou, inclusive já estava indo, chefinho. - se levantou, pegou o celular e saiu cantando uma música. - Não tô falando de amor, tá doida? É que a gente combina melhor sem roupa. - neguei com a cabeça rindo.

PH: E ai, qual teu lance com a minha irmã? - perguntei ao Touro.

Touro: Nenhum, só sexo mesmo. - deu de ombros.

PH: Cuidado para não magoar ela, fica esperto.  - ele me olhou.

Touro: Tu também, filhão, se liga. Vacila de novo com a Fernanda que tu fica careca. - gargalhei.

PH: A mãe dela já me passou a visão. Aquela veia é doida.

Touro: Respeita minha tia. - me deu um tapa na cabeça. - Mas que ela é doida, é. - eu ri.

PH: Tá maluco? Ela quase me bateu com o cabo da vassoura, fi. - ele riu.

Touro: Ela sempre foi assim.

PH: Caralho, tu lembra de quando a gente era pivete e só faltava sair fumaça pelas orelhas dela quando a gente quebrava o vidro das janelas? Era foda.

Touro: Todas as vezes que a nossa bola caia no muro dela, a bruxa furava.

Jhe: Estão falando sobre o que? - apareceu e se sentou ao meu lado no sofá.

PH: Sobre a nossa infância.

Jhe: Ah, é, vocês foram criados juntos. - concordei. - Como foi?

PH: Foda. - ela sorriu. - A mãe Joana soube criar nós direitinho, com muito amor, carinho e disciplina. Claro, que ela não queira essa vida para nós, mas depois que o pai João morreu, não tivemos muitas escolhas. Na verdade, eu até tive, mas segui esse caminho junto com o Jonathan.

Jhe: Se arrepende?

PH: Dessa vida que levo? - ela balançou a cabeça. - Não, apesar de tudo, todas as coisas que conquistei foi com o dinheiro do tráfico. Pode até não ser honesto, mas gosto da vida que eu tenho e não me arrependo.

Jhe: Entendo. Tem o que pra comer?

Touro: Também tô em uma larica da porra.

PH: Tem uns salgados ai. - ela fez careta.

Jhe: Vou fazer o almoço. - se levantou indo para a cozinha.

PH: Vai ficar pra comer? - olhei para o Jonathan.

Touro: Vou.

Fiz um legal com a mão e subi para o meu quarto e tomei um banho, me vesti e desci vendo os dois conversando na cozinha.

PH: Tão falando sobre o que?

Jhe: Nada, ué. Senta e come.

Olhei desconfiado pra ela, mas nem dei muita bola. Coloquei a comida no prato e me sentei na cadeira começando a comer.

Sobre esse negócio da Jhenifer e do Touro, eu nem ligo muito. Ela já é de maior e sabe o que faz, tenho nada a ver com a vida dela.

Só não quero que nada de ruim aconteça e nem que ela saia magoada dessa história. Posso considerar o Touro um irmão, mas se ele vacilar, não respondo por mim.

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Ela é a PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora