Capítulo 15

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Jhenifer 🌸

No dia seguinte, depois do meio dia, recebi alta para voltar pra casa.

Pedro me ajudou a andar até o carro, entrei depois ele entrou e assim partimos.

Jhe: Você não vai me deixar em casa? - perguntei quando percebi que ele tinha passado da rua.

PH: Você vai ficar na minha casa. - me olhou. - Vou cuidar de você, irmãzinha.

Jhe: Não precisa disso, Pedro, já sou bem grandinha, sei me cuidar.

PH: O médico falou que você não pode fazer muito esforço por causa dos pontos. - olhava para a rua e para mim. - Então mais tarde, eu vou lá onde tu faz teu corre e entregar esse atestado. - jogou em cima de mim. - Você agora está sobe meus cuidados e não tem como fugir, dona Jhenifer. - sorriu falso.

Jhe: Ah, não. - bati a mão na testa e ele riu. - Você pelo menos cozinhar? - perguntei.

PH: Pra que existe comida congelada? - fiz careta.

Jhe: Me deixar ir. - ele riu.

PH: Vou comprar umas quentinhas pra gente gata, relaxa, pô. - parou o carro e fez legal com a mão saindo.

Rodeou o carro abrindo a minha porta e me pegou no colo me levando para dentro.

Pedro me deitou no sofá, e se sentou ao meu lado.

PH: Daqui a pouco tenho que trocar o seu curativo e te dar um remédio para você não sentir dor. Tenho também que te dar comidas leves. - disse lendo o que o médico anotou. - Gosta de folha? - me encarou.

Jhe: Não. - fiz careta.

PH: Ótimo, é só o que tu vai comer daqui pra frente. - sorriu sínico.

Jhe: Não precisa disso, Pedro, sério.

PH: Vou comprar os remédios. - se levantou e guardou a receita no bolso. - Não saia dai. - me ignorou completamente.

Jhe: Como se desse. - ele sorriu falso.

Antes de sair me deu um beijo na testa, pegou a chave e fechou a porta.

Bufei vendo que não tinha nada para fazer, nem ao menos tinha meu celular para mexer.

Consegui pegar o controle da televisão e já fui colocando em algum filme.

Ouvi o barulho de porta sendo aberta e estranhei.

Jhe: Ué, já voltou? - virei para trás vendo o Touro em pé e de braços cruzados olhando para mim. - Ah, é você. - voltei  minha atenção a tv. - Ainda vai me matar de susto. - ele riu.

Touro: Te matar eu vou, mas vai ser de outra coisa. - olhei para ele, que sorriu safado.

Minha nossa senhora da bicicletinha sem freio.

Jhe: O que veio fazer aqui? - limpei a garganta e mudei de assunto.

Touro: Vim falar com o PH sobre um bagulho ai. - coçou o rosto.

Jhe: Ah. Ele volta já, foi só comprar alguns remédios. - ele assentiu se sentando no outro sofá.

Ficamos em silêncio, apenas ouvindo o barulho da televisão.

Como o filme era de comédia, em algumas partes não aguentei segurar o riso. Ri bem alto mesmo. Amo a dona Hermínia.

Touro, algumas vezes, me olhava estranho, mas acabava rindo também.

A porta se abriu novamente e o meu irmão, minha cunhada, Ptk e Giovana entraram dentro da casa.

PH: Cheguei, gatinha. E ai, Tourinho. - fez um toque com ele.

Nanda: Oi, amiga. - me abraçou. - Como está?

Jhe: Melhor que ontem, pior que amanhã. - suspirei.

Gio: Logo você vai ficar bem, amiga. - tocou no meu ombro.

Nanda: Exatamente, foi só um susto. - assenti.

Gio: Tenho um babado pra te contar, toda favela tá comentando. - se sentou no chão perto do sofá onde eu estava.

Ptk: O que? - se sentou no chão também, perto da Gi.

Gio: O Acerola, amores... - fez suspense. - Tem um filho.

Jhe: Acerola? - tentei me recordar quem era.

Gio: O moreno daquele dia do bar.

Jhe: Ah, sim. - disse me lembrando.

PH: Nem sabia que ele tinha mulher.

Nanda: E não tem. - falou. - Parece que ele engravidou uma menina por ai, que sumiu sem contar nada pra ele. E agora, anos depois, voltou dizendo que ele era pai do menino.

Gio: Ai, você tinha que ver, o menino é a coisa mais linda.

Ptk: Então, não é filho dele. - rimos.

Touro: Tem que fazer o exame DNA.

Jhe: Mas o Acerola não é feio não. - Touro me encarou.

Gio: Ele é lindo.. e beija bem.

Jhe: Onde ele mora? - olhei para ela.

Nanda: Perto da tua rua, amiga, descendo mais para baixo um pouco.

Jhe: Acho que vou lá fazer uma visitinha, da uma moral pra ele. Adoro crianças sabe? - as meninas riram.

PH: Teu cu, Jhenifer. - mandei o dedo pra ele ainda rindo.

Touro: Bora, quero bater um lero com vocês. - apontou para os meninos. - Sobre a invasão no Alemão.

Nanda: Vocês vão invadir um morro que tá pacíficado?

PH: Touro fez uma aliança com o Tito, amor. Agora tá todo mundo junto. - respondeu.

Gio: Não é perigoso?

Nanda: Tudo nessa vida deles é perigoso. - suspirou. - Tomem cuidado, por favor.

Touro: Fica mec, não vai acontecer nada.

Jhe: Tomara.

Pedro veio até nós e beijou a Nanda, me deu um beijo na testa e fez um toque com a Gi saindo junto com os outros.

As meninas ficaram conversando comigo, depois me ajudaram a tomar banho e assistimos alguns filmes e séries a tarde inteira.

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Ela é a PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora