Capítulo 18

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Acerola 💀

Caralho é foda quando você percebe que sua vida está por um fio. Tinha levado um tiro na coxa e outro no estômago. Quando vi muito sangue, fiquei desesperado.

A todo instante só pensava no Vinícius, em como ele iria ficar com tudo isso.

Apesar de pouco tempo de convivência, o menor se tornou importante pra mim. Nunca me imaginei pai, e do nada a maluca da Vanessa brota falando que tinha uma cria minha.

Olha se não fosse pelo meu filho, eu tinha matado ela. Depois de 4 anos, caralho. 4 anos.

Não sabia nem como reagir com essa informação. Porra, Vanessa brisou legal quando decidiu esconder isso de mim. Eu sou o pai, tinha direito de saber. Não iria abandonar ela não, pô, ia cuidar desse menino. É meu, ia assumir minha responsabilidade.

Acerola: Mano.. não vou.. aguentar. - disse fraco.

Tava sentindo minha perna ficar dormente e minha barriga tava sangrando pra porra. Ptk tentou estancar o sangue, mas nada nem sucedido.

Touro: Um caralho! Tu vai ficar vivo se não eu te mato, seu merda. - sorri fraco.

Acerola: Cuida do meu pivete. - sussurrei.

PH: Fica acordado, porra, a gente já tá chegando.

Respirei fundo vendo minha vista escurecer. Não demorou muito para eu fechar meus olhos.

••••••••••••••

Acordei com alguém me balançando.

Vinícius: Acorda, papai, acorda. - bateu de leve no meu braço.

Vanessa: Não faz isso com o seu pai, menino, ele tá fraco.

Minha vista foi clareando e observei tudo ao meu redor. Tava deitado na cama de um hospital, com umas agulhas enfiadas no meu braço. Pelo menos estava vivo.

Encarei a Vanessa, que estava acalmando o Vinícius.

Acerola: Tá fazendo o que aqui, caralho? - minha voz saiu fraca.

Vanessa: Não faz muito esforço para falar. - se aproximou. - E eu estou cuidando do meu filho.

Acerola: E tu moleque? Devia tá na escola. - falei.

Vinícius: Queria te ver, papai. Tava com saudades. - fez bico.

Acerola: Eu também. - baguncei o cabelo dele.

Vitória: Vini, vem com a tia comer. - a irmã da bruxa, falou. Nem tinha visto ela ali.

Vinícius: Posso, mamãe? - abriu um sorriso.

Vanessa: Pode, meu amor. - ele me abraçou e saiu com a tia. Olhei para cara da Vanessa, que revirou os olhos. - Eu deveria estar trabalhando. - disse baixo, mas eu escutei.

Acerola: Tá aqui por que então? Vai, fia, tô te prendendo aqui não.

Vanessa: Estou te ajudando e ainda me trata assim? Pelo amor de Deus! - disse meio irritada.

Acerola: Eu pedi tua ajuda? - levantei uma sobrancelha.

Vanessa: Não, mas o Vinícius pediu para eu ficar aqui com você. Faço isso por ele.

Acerola: Hum. - resmunguei. - Eu não vou morrer não, né? - ela riu.

Vanessa: Não. As balas já foram retiradas e por pouco, não aconteceu nada de grave. Você tem muita sorte.

Ela é a PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora