Capítulo 17

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Touro 🔥

Terminei de colocar meu colete, carreguei minhas armas e coloquei mais munição em uma mochila.

Touro: Tá tudo pronto? - perguntei.

Marcola: Tá sim, chefe. - respondeu.

Touro: Bora descer pra van.

Ptk: A gente vai encontrar eles perto do matagal. - disse.

Touro: Beleza. - descemos para a entrada do morro e entramos na van que estava esperando nós.

Junto comigo ia levando uns 20 vapores. Tito tinha falado que conseguiu outras alianças, então nem precisava de muito.

Demorou um pouco e logo chegamos no local marcado, onde já tinham vários aliados e alguns inimigos meus.

Desci da van e encarei todo mundo.

O que eu estava achando disso? Uma péssima idéia, não estava muito confiante, mas tinha que parecer. Não queria arriscar tanta gente assim minha, mas dei minha palavra ao Tito. Tinha que cumprir, mesmo não concordando.

Tubarão: O que ele tá fazendo aqui? - o dono do Maré perguntou, apontando com a arma para mim e nem me movi.

Tínhamos uma rivalidade, não era coisa grande. Eu só não gostava dele, nem ele de mim. Não me bati com a cara desse cidadão desde que assumiu a Maré, apenas. O irmão dele era até mais de boa, o DG. Tolerável, eu diria.

Tito: Abaixa essa arma. - ordenou. - Ele veio me ajudar assim como vocês.

TJ: Bora logo com essa porra, deixei minha mulher e minha cria sozinhas em casa.- disse bolado.

TJ é meu aliado faz mó tempão, dono do Jacarezinho, respeito total esse meu mano. Sempre fez bem aos seus e por isso, é um dos que confio.

Menor: Faltam dez minutos pra troca de turno. - avisou.

Tito: Quero que prestem atenção. - falou autoritário e todo mundo olhou para ele. - Nosso único objetivo hoje é que o poder do Alemão volte para minhas mãos. Muitos dos meus caíram na gaiola e quero tirar eles de lá o quanto antes. Então concentração nessa porra, quero cada um dando a vida.

Todos balançaram a cabeça e começamos a nós posicionar entrando no matagal.

Muitos só estavam aqui pela aliança, assim como eu. O Alemão rende muito, vai render uma boa grana para nós todos. Outros estavam aqui por amizade e respeito ao Tito. Até entendo, o cara era muito bom no que fazia e cumpria com a palavra dele.

Era um chefe, o pai dele sabia o que estava fazendo quando treinou ele direitinho. Esse mano ganhou meu respeito.

Menor: Três minutos.

Fechei meus olhos, abaixei minha cabeça beijando o anel que era do meu pai e comecei a rezar para que tudo acabasse bem.

Tito: É agora. - respirei fundo levantando minha arma.

Fiz um toque com alguns dos meus vapores e abracei o PH.

Esperamos mais alguns minutos e .

Começamos.

Entramos na favela, em alguns becos tudo tava escuro, atrapalhando a visão dos mano.

Os tiros começaram segundos depois, já dava pra ver vários vermes no chão.

Fui subindo o morro junto com o Tito, o TJ e alguns vapores em direção a boca principal.

Alguns menor estavam dando cobertura a nós três.

Fomos chegamos perto, não tinha muitos vermes até estranhei, mas seguimos em frente.

TJ: Abaixa. - gritou.

Os filhos da puta estavam todos escondidos, caralho! Começaram a atirar na gente, por sorte conseguimos nos esconder.

A trocação foi foda. Alguns não conseguiram resistir.

Esvaziamos o lugar, não tinha sobrado um verme para contar história.

Menor: Conseguimos. Eles tão recuando. - a voz dele saiu pelo raidinho do Tito.

Levantando as armas pra cima e começamos a atirar.

Tito: Porra. - gritou sorrindo. - O comando é meu de novo! Sabia que ia conseguir. - não consegui conter o sorriso.

Todos comemoraram e eu só queria saber se tinha acontecido alguma coisa com uns dos meus.

Touro: PH? - chamei por ele pelo meu raidinho. Fiquei com o cu na mão quando ninguém respondeu. - Fala logo nesse caralho, arrombado.

PH: Calma, irmão, tô bem. - disse ofegante. Respirei aliviado.

Minha mãe me mataria se acontecesse alguma coisa com o Pedro. Também me culparia para o resto da minha vida se ele fosse para o outro plano. Tá maluco, meu irmão é foda demais e novo pra morrer assim tão cedo.

Touro: Cadê o Ptk? - perguntei.

PH: Tá aqui comigo.

Touro: Quem mais tá ai?

PH: Quase todos. O Acerola morreu. - arregalei meus olhos.

Puta que pariu.

Touro: Tá de caô, né? - passei a mão no rosto.

PH: Sim. - escutei a risada dele e do Acerola.

Touro: Vai tomar no cu, Pedro. Suei frio agora.

Acerola: Eu sei que tu me ama, chefinho. - ouvi a voz dele bem baixinho. Filho da puta!

PH: Mas vem aqui no beco da 23, ele não morreu mas tá baleado.

Desliguei o meu rádio, fiz um toque com o Tito, que agradeceu por termos vindo, fiz um toque com o TJ. Fui descendo o morro indo para onde o PH disse que eles tavam.

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Ela é a PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora