Capítulo 41

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Touro 🔥

Chegamos no local da missão, e contar pra tu que também tava sentindo um bagulho ruim no peito.

Tava foda, pensava toda hora na Jhenifer e no pivete, se acontecer alguma coisa comigo...

Mas eu tinha fé, isso é uma coisa que nunca me faltou. Tinha fé que não ia acontecer porra nenhuma, e que ia acabar tudo bem.

PH: Tá pensando no que? - perguntou.

Touro: Na missão.

PH: Te conheço, Jonathan. - bateu no meu ombro.

Touro: Jhenifer disse que desde cedo tava sentindo um bagulho ruim no peito, e te contar que eu tô também.

PH: Coé, não deve ser nada.

Touro: É. - respirei fundo. - Já tá tudo no esquema pra distrair os vermes? - perguntei ao Ptk.

A gente ia assaltar um banco, em uma cidade pequena, aqui do Rio, Nova Friburgo.

Era um município, bem bonito até, tinha várias agências bancárias e o policiamento nem era tão reforçado assim.

Da pra nós fazer tudo no sapatinho.

Ptk: Já pô. Só esperar dar a hora. - balancei a cabeça, e me joguei na cama.

É mais fácil a gente ir de madrugada, os vermes não tão muito ligado a essas horas.

Só espero que dê tudo certo, e que a gente meta o pé o rápido daqui.

...

Tatu: Vamo explodir tudo? - assenti.

Touro: Quero essa porra toda deformada. Bora atividade nesse caralho. - terminei de colocar meu colete, e peguei meu fuzil.

PH: Fernanda acabou de me ligar com o memo papo da sensação ruim.

Touro: O que eu falei em não entrar em contato com ninguém enquanto a gente tiver em missão, porra? Caralho Pedro, sempre falo isso.

PH: Ela tava insistindo muito, e em uma dessas acabei atendendo.

Touro: Desligava na cara dela, ou dizia que não podia falar. - bufei. - Desliga essa porra, ou joga fora.

PH: Tá maluco? Celular mó caro, vou jogar fora não. - revirei os olhos.

Touro: Quero todo mundo na ativa, com os raidinho tudo ligado. Quero essa comunicação perfeita! Não quero nem pensar em essa porra da errado.

- Sim, chefe! - disseram.

Touro: Bora. - entramos na van, e assim que a porta foi fechada, entrou em movimento.

Ptk: Carai, tô nervosão. Parece que é a primeira vez que a gente vai fazer isso.

Acerola: Nunca tive medo, mas agora tenho uma mulher e um filho pá criar, e me deixa mó neurótico saber disso. - disse.

Passei o dia todo tentando não pensar na Jhenifer, aí vem esse cuzão e fala isso, porra.

Respirei fundo, tentando ignorar a conversa deles.

Ptk: Giovana quase me matou quando falei dessa missão.

Acerola: Mulher é tudo doida. Vanessa fez o mesmo. - negou com a cabeça.

Touro: Da pra vocês calarem a boca e se concentrar no que é mais importante? - falei sem paciência.

Ptk: Calma aí, Touro. A gente tava só querendo se distrair.

Touro: Conversar sobre outra coisa, então. - bufei. - Quanto tempo vai demorar pá desligar tudo? - olhei pro PH.

PH: Já tô entrando no sistema. - disse mexendo no computador. - Até os vermes perceberem o que tá acontecendo, vocês tem uns dez minutos.

Touro: Da pra fazer tudo que nós quer. - ele assentiu.

A van parou, o que significa que a gente já tinha chegado no local. Coloquei minha máscara no rosto, igual aos outros.

PH: Pronto, já tá tudo desligado.

Touro: Ótimo! Querem que prestem atenção. - olhei pros caras. - Sabem qual é a nossa prioridade, pegar o dinheiro e meter o pé. Mas tenham cuidado, essa missão pode não ser a nossa mais arriscada, mas tem risco sim! Então se cuidem, e cuidem dos parceiros.

Ptk: Pode pá. - fez um toque comigo.

PH: Vou com vocês.

Touro: Não. Tu vai ficar aqui, e avisar quando os vermes se aproximar.

PH: Tá maluco? Vou sim! - colocou a máscara no rosto.

Revirei os olhos, e saímos da van. O Tatu, junto do Vitrola posicionaram os explosivos, e em segundos, tudo já estava abaixo. Foi vidro pra todo lado, eu ri, e entramos no banco.

Os caras explodiram os caixas, e começaram a abrir os sacos, colocando o dinheiro dentro.

Acerola: Caraí, tem um monte de verme se aproximando.

Touro: Não disse que eram dez minutos? - olhei pro PH.

PH: E era. Deve ter acontecido algo.

Touro: Falei que era pra ficar lá dentro, porra.

Ptk: Sério que vão brigar agora? - bufou pegando um dos sacos com o dinheiro. - Bora logo, ô casal.

Touro: Façam o seguinte, peguem tudo que conseguir e metam o pé daqui, vou dar cobertura a vocês.

PH: Eu também. - encarei ele, mas não disse nada.

Era só o que faltava ele querer se meter nisso.

Corri pra fora junto do Pedro, e de outros vapores meus.

Touro: Vai, vai, vai. - disse rápido.

Os vapores que estavam com os sacos, saíram correndo pra dentro da van, e quando a gente ia saindo também pá ir, ouvi tiros.

Me virei pra frente, vendo vários dos meus no chão, não mortos mas feridos.

A raiva subiu, e comecei a atirar sem dó nos filhas da puta.

PH: Bora Touro, já tão quase tudo no chão. - ouvi ele gritar, mas não parei de atirar.

Quando achei que tava tudo acabado, senti algo me atingir.

Foram três disparos contra mim.

Olhei para minha barriga, e vi que uns dos tiros tinham pegado ali. Colete de merda, tava solto essa porra.

PH: Puta que pariu, Jonathan. - se abaixou ao meu lado, mas não conseguia ver ele, minha visão tava turva. - Abre esse olho porra. - bateu no meu rosto. - Patrick, caralho vem cá. - gritou.

Touro: Cuida da Jhenifer... do meu pivete e da nossa mãe. - minha voz saiu fraca.

PH: Cala a boca. Tu vai ficar bem. - neguei.

Ptk: Não, não, não. - escutei ele gritar.

E foi a última coisa que ouvi, antes de tudo ficar preto e eu apagar.

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Ela é a PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora