Capítulo 11

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PH 💯

Caralho, ainda nem acredito que encontrei minha irmã, sem nem procurar por ela. Estava tão feliz e aliviado. Sabia que tinha uma irmã, sabia o nome dela e a história. Até tentei procurar por muito tempo, mas não tive sucesso.

E de todas as formas que sonhei em encontrar minha irmã, não estava esperando por essa. E como não percebi antes? Ela é idêntica a minha mãe, principalmente os olhos. Não tinha muita lembrança da nossa mãe, era muito pequeno quando tudo aconteceu. Só tenho uma lembraça exata dela cantando uma canção de dormir, enquanto meu pai quebrava toda a nossa casa.

Foi um inferno tudo que passamos nas mãos dele. As minhas cicatrizes são a prova disso. Foi muito sofrimento, muita dor. Uma parte de mim fica feliz pela minha mãe ter conseguido gerar minha irmã de forma saudável e longe dele, outra parte fica triste por ela não ter voltado.

PH: Caralho, moleque, tu é minha irmã. - me sentei no sofá da casa dela, ainda surpreso.

Jhe: Também ainda não acredito. - sorriu.

PH: Mó doideira. - sorri. - E como não percebi? Você é igualzinha a ela.

Jhe: Você lembra da nossa mãe? - se sentou do meu lado.

PH: Bem pouco, só lembro dela fazendo carinho em mim e tentado me proteger. - me olhou com pena.

Jhe: Ele era tão.. ruim assim?

PH: Mais do que imagina. - engoliu o seco.

Jhe: Nossa. - suspirei.

PH: Fico aliviado por você ter sido criada longe disso tudo. - deu um sorriso triste. - Mas triste também por não termos crescido juntos.

Jhe se aproximou um pouco de mim e me abraçou de lado.

Jhe: Tem alguma outra lembrança da nossa mãe? - perguntou tentando mudar de assunto.

PH: Tenho, uma foto.

Tirei a foto que tava na minha carteira e entreguei a ela. A foto era minha mãe comigo no braço.

Jhe: Nossa, você era tão fofo.

PH: Ainda sou, pô. - ela riu. - Ih, qual foi?

Jhe: Nada não, irmãozinho. - eu ri. - E o seu pai? Quer dizer, nosso pai, como ele era?

PH: O Alberto nunca foi um pai de verdade, como a Joana disse, ele batia na gente. Até hoje tenho as marcas das surras que me deu. - arregalou os olhos.

Jhe: Credo. - suspirou. - Sinto muito. - neguei com a cabeça.

PH: Tava pensando aqui. - mudei de assunto.

Jhe: No que?

PH: De você ir morar comigo. - negou com a cabeça.

Jhe: Ih, nem vem, Pedro. Eu trabalho e consigo me sustentar super bem.

PH: Não tô falando disso, maluca, é que eu quero que você vá morar comigo pra gente aproveitar o tempo que foi perdido.

Jhe: Acho melhor não.

PH: Te dou comida. - ela riu.

Jhe: Assim não vale.

PH: Bora, pô. Nem que seja só pra passar um tempo comigo. Sou tão sozinho. - fiz bico.

Jhe: Caraca, tu é muito dramático, eu ein. - bateu no meu braço rindo. - Talvez eu vá... - jogou no ar.

PH: Lá tem piscina.

Jhe: Vou arrumar minhas coisas. - correu para o quarto. Ri negando com a cabeça.

Interesseira.

Tempo depois voltou com uma mochila, saímos da casa, montei na moto e ajudei a doida a subir na garupa.

Chegamos rapidão na minha goma, desci da moto falando com os caras que fazem a vigia da minha casa.

Abri a porta e entrei dando espaço pra ela entrar também.

PH: Seja bem-vinda a sua nova casa.

Jhe: Nossa, não imaginei que sua casa fosse assim... - olhei pra ela sem entender.

PH: Assim como? - levantei uma sobrancelha.

Jhe: Arrumada, cheirosa, limpa. - ri.

PH: Não gosto de bagunça. - ela assentiu.

Jhe: Qual teu lance com a Fernanda? - perguntou do nada.

PH: Eu gosto dela, tá ligado? Queria que fosse minha fiel, quero ter vários pivetes e tenho certeza que ela é a mulher certa para isso. - Jhenifer olhou para mim sorrindo. - Mas acho que a Fernanda não quer e eu até entendo. Fui muito burro.

Jhe: Da tempo ao tempo. Se ela gosta de você mesmo, vai te aceitar de volta não importa o que você fez no passado. Mesmo que isso seja burrice, mas quem ama perdoa.

PH: Vacilei feio quando era moleque. Desisti dela para ter várias e foi uma das maiores burrices minhas, se não a única maior.

Jhe: Concordo. Mas relaxa, vai dar certo. - balancei a cabeça.

PH: Quer ver teu quarto? - perguntei. Jhenifer sorriu igual criança balançando a cabeça animada.

Jhe: Depois a gente pode lanchar?

PH: Tudo que você quiser. - sorriu.

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Ela é a PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora