Capítulo 30

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Jhenifer 🌸

Não via a hora de sair do trabalho, estava tão agoniada e nervosa que nem consegui almoçar. Pois é, o mundo já não é mais o mesmo!

Hoje como era quinta, saímos mais cedo por causa do movimento que era fraco. Chamei um Uber, estava muito enjoada para ir no ônibus lotado.

Motorista: É esse mesmo o caminho, dona? - perguntou assim que eu entrei no carro.

Jhe: Sim, moço, segue em frente. - ele assentiu ligando o carro.

Demoramos um pouco a chegar por causa do trânsito, mas chegamos. Paguei o Uber que parou na entrada do morro e fui para o postinho, que era bem pertinho.

De longe já vi o Pedro, a Giovana, Patrick, Fernanda e o Jonathan, ou seja, a tropa inteira, meu Deus.

Jhe: E ai, galera. - disse ofegante.

PH: Por que não me ligou? - franziu a testa. - Tinha ido te buscar no trabalho.

Jhe: Imaginei que tivesse trabalhando.

PH: Sai mais cedo hoje.

Gio: Vamos pegar logo esses exames? Tô muita ansiosa.

Nanda: Vamos, Jhe. - eu e ela entramos no postinho e a enfermeira de hoje cedo nos entregou os exames.

Respirei fundo voltando para onde todos estavam, parei ao lado do Touro que me encarou.

Touro: E ai?

Jhe: Ainda não abri.

Touro: Então abre logo.

Jhe: Calma. - suspirei, ele parecia mais nervoso que eu.

Comecei a abrir meu exame e quase cai para trás.

Ptk: Fala, menina.

Jhe: É, eu estou grávida. - Touro pegou o exame da minha mão e as meninas me abraçaram. - Abre o seu Nanda.

Nanda: Negativo. - disse.

PH: Sério? Porra, tava curtindo essa onda de ser pai.

Ptk: Não vai ser pai, mas vai ser titio. - riu.

Nanda: O titio mais lindo do mundo. - beijou ele. - Desculpa.

PH: Mais tarde a gente faz um. - piscou para ela, que sorriu sem graça. - Parabéns ai pra vocês.

Jhe: Obrigada. - sorri sem mostrar os dentes. - Vai falar nada não?

Touro: Quer que eu diga o que? - revirei os olhos.

Talvez um "estou feliz com essa novidade", ou talvez um, "forças guerreira por aguentar os enjôos, mudança no corpo, a dor do parto." Mas isso seria demais vindo do Touro.

Jhe: Nada, tchau. - sai dali ouvindo eles gritar por mim, apenas igonorei subindo para minha casa.

Estava me sentindo estranha. A sensação de ser mãe era coisa nova para mim. E o pai da criança, mal queria saber dela, nem mesmo esboçou uma reação de felicidade.

Cumprimentei os vapores que fezem a vigia da casa e entrei. Estava super cansada, minhas pernas doíam, só queria um banho e minha cama.

Subi para o meu quarto e entrei no banheiro tirando minha roupa, tomei um banho super relaxante, sai do banho e vesti um blusão, uma calcinha e um shortinho.

Entrei no banheiro novamente, para arrumar meu cabelo, ouvi a porta ser aberta e pensei que fosse o Pedro.

Jhe: Pedro, faz um sanduíche pra mim? - gritei. -  Não comi nada hoje.

Touro: Por que? - quase derrubei minha escova ao ouvir a voz grossa dele, o mesmo entrou ficando atrás de mim. - Tem que comer, caralho.

Jhe: Quando eu fico nervosa, não sinto fome.

Touro: Mesmo assim, porra, era pra comer.

Jhe: Ultimamente nem tá compensando, tudo que eu como, coloco pra fora.

Touro: Tá sentindo alguma coisa? - perguntou.

Jhe: Não, é coisa da gravidez mesmo.

Touro: Hum. - resmungou. - Ai, quero que tu vá morar comigo. - franzi a testa.

Jhe: Que? Porque? - olhei para ele pelo reflexo do espelho.

Touro: Quero tá perto e acompanhar tudo que tu faz e é pra tua segurança também. Tem uns inimigos meus que logo vão saber disso e vão cair matando em cima de tu. - engoli o seco.

Jhe: Tá de caô, né? - negou com a cabeça. - O Pedro vai tá comigo e tem os vigias aqui também. Nada vai acontecer.

Touro: Na minha casa é mais seguro.

Jhe: Não vou morar com você. - virei para trás, ficando na frente dele.

Touro: Olha aqui, tu não tá na Disney não. - se aproximou. - O sistema aqui é outro, meus inimigos podem vir atrás de tu e até te matar. - olhou nos meus olhos. - Não ligo pra tu e sim pro meu filho que tá aí dentro e se alguma coisa acontecer com ele, eu te mato!

Jhe: Você não é louco o bastante para fazer isso. - soltou uma risada debochada.

Touro: Tu não me conhece mina, já fiz tanta coisa que tu não tem nem ideia. Tu morta, seria só mais um na minha lista de milhares. Me obedece que tudo fica mec pro teu lado.

Jhe: Você acha que é quem? Não quero, nem devo ser tratada como uma barriga de aluguel por você.

Touro: Quer o que então? Que eu te assuma como minha fiel?

Jhe: Não! Quero e exijo que me respeite! Serei a mãe do teu filho e não sou um objeto pra você me tratar desse jeito. - gritei.

Touro: Quer falar de respeito? Então, me respeita também, porra! Tu tá falando com o dono dessa porra toda, caralho. Já mandei o papo pra tu, em um estalo de boto pra fora. Agora aquieta teu cu, isso faz mal ao moleque.

Jhe: Não vou, enquanto você não tiver uma mínima consideração por mim.

Touro: Beleza, mas fica quieta e para de gritar. - saiu do banheiro.

Respirei fundo me recompondo e me sentei na cama. Do nada senti uma tontura enorme acompanhada de uma ânsia de vômito e corri para o banheiro.

Touro: Vamos ao médico.

Jhe: Não.. tá tudo bem. - me levantei.

Touro: Tá tudo bem uma porra.

Jhe: Isso é normal, fica tranquilo. - coloquei a pasta na escova, começando a escovar meus dentes.

Touro: Fica aí, que eu vou fazer uma comida pra tu.

Jhe: Igual daquele dia? - perguntei com a boca cheia de pasta, ele me olhou com nojo.

Enxaguei minha boca e desci para a cozinha junto dele.

Touro começou a pegar os ingredientes e começou a colocar na panela. E eu fiquei só observando, já que ele me impediu até de levantar.

Tempo depois o pessoal chegou e começou a se servir.

PH: Caralho, isso tá muito bom. - disse de boca cheia.

Touro: Eu que fiz. - se gabou.

PH: Falta sal. - Jonathan mandou o dedo para ele e eu ri.

Nanda: Para, Pedro, tá gostoso sim, primo!

Me servi e me sentei na mesa. Comi duas vezes, ignorando o Touro falando que o bebê já ia nascer parecendo uma bola, pois venha minha bolinha!

Depois que terminei de comer, dei tchau para o pessoal e subi para o meu quarto, escovei meus dentes e me joguei na cama.

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Ela é a PerdiçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora