Capítulo 35

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Vanessa 🌺

Eu, sinceramente, não sabia ao certo o que realmente estava fazendo.

Conheci o Vitor, a exatamente, cinco anos atrás. Na época, apesar da idade, era muito inocente e não conhecia de verdade a maldade do mundo.

Me envolvi com ele sem saber exatamente no que estava me metendo, muito menos sem quem ele era de verdade.

Ficamos um ano juntos, e admito foi o melhor ano da minha vida! Tudo que vivemos foi intenso, foi verdadeiro. Pelo menos para mim.

Quando descobri que estava grávida, nós dois já não estávamos mais juntos. O motivo da separação? Ciúmes.

Vitor era, ainda é, muito ciumento. Não podia me ver conversando com nenhum homem, que já partia para a ignorância. Foi então que descobri quem ele realmente era, um traficante.

Ele mentiu pra mim durante esse tempo todo, imagina como me senti.

Terminei, e não me arrependo! Na época foi o melhor a se fazer.

Meus pais gostavam bastante dele, e nunca souberam o real motivo do nosso término, e prefiro que continue assim.

Assim que minha barriga foi crescendo, continuei morando na casa dos meus pais. E só depois que Vinícius nasceu, sai de lá e procurei um emprego e um apartamento para morar.

O Vinícius é o amor da minha vida! E foi o melhor presente que o Vitor já me deu, e poderia me dar! Eu o amo demais. Meu filho é a coisa mais preciosa do mundo para mim!

Quando ele começou a ficar mais entendido das coisas, foi quando começou a perguntar sobre o pai. E fiquei pensando como seria se eu tivesse contado antes para o Vitor, sobre nosso filho. Se realmente foi a melhor decisão não dizer a ele.

Independente de eu estar errada ou não, não queria nunca mais olhar para a cara do Vitor. Ele me magoou muito, me enganou, e não falar sobre o Vini foi como uma punição.

Mas não aguentava ver a tristeza no olhar do meu filho após inventar uma desculpa de que o pai dele tinha abandonado nós dois. E foi aí que tomei vergonha na cara e vim para cá, contar a verdade.

No começo o Acerola ficou maluco, quis me matar, e tudo! Mas no fim, acabou aceitando e hoje vive para cima e para baixo com nosso filho na garupa da moto.

Confesso que nunca esqueci o Vitor, nesses últimos quatro anos não consegui deixar de amar ele, muito menos me envolver seriamente com algum outro homem.

Até porque, muitos não me queriam quando descobria que eu era mãe.

Um bando de babacas!

Respirei fundo, pronta para bater na porta da casa dele, mas na hora me faltou a coragem.

Até que a porta foi aberta, e ele me encarou.

Acerola: Tá fazendo o que aqui? Hoje era o dia de eu ficar com o pivete?

Vanessa: Não... vim aqui falar contigo.

Acerola: Agora eu tenho que trabalhar, não da.

Vanessa: Espera, Vitor. - parei na frente dele.

Acerola: Seja o que for adianta logo o papo que tenho meus corre pá fazer. - cruzou os braços.

Vanessa: Tudo bem! - suspirei. - Eu sei que o fiz no passado foi errado, e me culpo por isso, porque vendo essa relação que você está construindo com o Vinícius, faz muito bem a ele, e...

Acerola: E? O que porra? - falou sem paciência.

Vanessa: E quero que me desculpe por tudo! Hoje acordei disposta a fazer algo que queria ter feito todos os dias desde que nós terminamos. - me olhou sem entender.

Acerola: O que?

Vanessa: A verdade Vitor é que eu nunca deixei de te amar, e nunca te esqueci. Sempre pensava em você todos os dias, todas as noites... não sei se vai querer completar a minha família... - ele não me deixou completar, e me puxou pela cintura me beijando.

Acerola: Tu também nunca saiu da minha mente. - disse entre o beijo. - Sei que tu odiava meu jeito, mas eu mudei pô. Mudei esperando um dia tu voltar pra mim, que era o lugar de onde tu nunca devia ter saído, do meu lado. - sorri.

Vanessa: Nunca mais. - passei meus braços em volta do pescoço dele e beijei ele, novamente.

Acerola: Vai vir morar aqui? - perguntou.

Não sei se era isso que eu queira. Já me sentia completa só de estar ao lado dele, mas vir morar aqui ficaria longe do trabalho e da escola do Vini.

Vanessa: Não pensa em sair do tráfico? Tipo, ficaria mais fácil... para todos nós - sugeri.

Ele tirou meus braços do seu pescoço e se afastou de mim.

Acerola: Pô Vanessa, eu cresci aqui, e o tráfico faz parte de mim já. Tô bem trabalhando aqui, e aqui é o meu lar! - suspirou.- Mas jaé pô, a gente faz da certo esse bagulho, eu aqui e você lá com o Vinícius, também não quero ele nesse meio.

Vanessa: Vamos pensar com calma nisso, Vitor. Temos tempo.

Acerola: Talvez não. Posso morrer amanhã, ou até hoje se pá. - revirei os olhos.

Vanessa: Cala a boca e me beija. - ele riu, e me agarrou novamente. - Só deixa eu pensar mais no assunto. - assentiu.

Acerola: Mas pensa com jeitinho, tu sabe que o moleque se amarrou nesse lugar.

Não era mentira, nosso filho amou de verdade ficar aqui, todo dia me pede para vir ver o pai e os amiguinhos que ele fez por aqui.

Balancei a cabeça positivamente para o Vitor, que sorriu largo e me beijou.

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