Cap 57 - Natuto

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Naruto



Como explicar para si mesmo o que era ter um dia ruim? Não... estava pior que ruim, estava sendo o pior dia de sua vida. Não conseguiu pensar em algo pior, nem a ida de seu amigo não tinha doido tanto. Sentia um buraco no peito tão grande que parecia que havia nada dentro dele, um completo oco. Contemplava o teto como uma tela branca onde projetou suas memórias desde o dia que conheceu Jiraya até a última vez que tinha estado com ele. Via e revia essas cenas em um loop infinito.

Escutou batidas na porta e a voz baixa e meiga de Hinata o chamava. Não queria vê-la, não queria mostrar sua fragilidade, mesmo sem querer as lágrimas caiam dos seus olhos e o travesseiro onde estava já mostrava as grandes manchas úmidas. Resolveu não responder ao apelo da namorada. Queria ficar sozinho naquele momento, tinha muito o que refletir, e com certeza não seria uma companhia agradável.

Repassou o filme mais uma vez no teto, de repente as paredes pareciam que se estreitavam e se fechavam ao seu redor esmagando seu corpo e tirando a última lufada de ar que havia em seus pulmões, deu um pulo da cama, acabara de ter um pesadelo e estava muito suado, não tem ideia da hora que dormiu. Levantou-se e se arrastou para o banheiro em busca de água gelada para o corpo. Ficou um bom tempo sem pensar em nada só na água batendo-me suas costas. — Um vazio, um espaço em branco, um nada — Era isso um espaço amplo e vazio sem nada dentro, completamente nada.

Saiu com muito custo do chuveiro não conseguia mais ficar dentro de casa, iria andar sem rumo, olhou para o céu e estava escuro e só as estrelas brilhavam, colocou as mãos no bolso e andou de cabeça baixa. Deveria ser bem tarde, não havia quase ninguém na vila, o comércio já estava todo fechado, andou até que uma placa encheu seus olhos e ele teve que chegar mais perto, entrou em uma das únicas lojas que estava aberta aquele hora e saiu com o objeto da imagem, sentou em um banco próximo e abriu a embalagem olhou o picolé e os dois palitos, as lágrimas teimosas caiam sem parar, era incontrolável, isso o deixava mais nervoso. Segurava o picolé e tinha escolhido o mesmo sabor que o sensei tinha partilhado algumas vezes.

Nem percebeu a aproximação do homem que sentou ao seu lado, nem quis encarar também, não queria mostrar meu rosto. O mesmo pegou um dos palitos e puxou transformando o picolé em dois.

_ Naruto, onde estava? Procurei por você em todos os cantos. Hinata também está preocupada.

_ Iruka sensei... - enxuguou rápido o rosto mas não conseguia encara-lo.

_ Soube o que aconteceu com Jiraya.

_ Sensei... - puxou o ar para dentro dos pulmões, e tudo que estava preso saiu de uma vez. - Eu só queria que ele visse eu crescer, virar Hokage... - as lágrimas saiam e não segurava mais. - Mas a única coisa que fiz foi mostrar meu pior lado...

_ Do que está falando Naruto? Jiraya era só elogios, tinha orgulho de ser seu mestre e quando falava sobre você abria um sorriso tão grande que se via o carinho que ele. E dizia a todos que era seu mestre. - ele respirou fundo e se agachou na minha frente buscando meu olhar. - Veja Naruto o grande sennin lendário escolheu você como discípulo, ele tinha certeza que você iria ser Hokage, ele acreditava como eu acredito.

Ele se levantou e ficou olhando até que levantou seus olhos para ele.

_ Vamos Naruto, te acompanharei até em casa.

_ Não Iruka sensei, vou passar na casa da Hinata. - falou se levantando e limpando o que restava de lágrimas nos seus olhos. Tinha sido um babaca egoísta, ela deveria estar preocupada e nesse momento o que ele mais queria era o carinho que ela fazia em sua cabeça e aquele colo macio e quentinho. - Ela deve estar preocupada. - suas bochechas pegaram fogo ao lembrar de Hinata e claro que Iruka sensei percebeu fazendo elas ficarem mais quentes.

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