41. Marechal

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Camila Cabello|Point Of View



Eu estava sentada em meu escritório. Fazendo toda espécie de pensamento positivo para Selena não cruzar aquela porta. Pensamentos falhos, ela entrou meio receosa e eu sorri forçado.

— Olá Selena.

— Oi Tenente. Surpresa?

— Bom... Confesso que quando você se referiu a Lauren como mimadinha fiquei imaginando que seria você. Acho que você tem essa opinião sobre todos que namoram comigo.

— Talvez seja esse o seu tipo.

— Mas você nunca os ameaçou de morte. – Ela caminhou até mim, sentando-se à mesa em minha frente e colocou um pé em cada lado do meu quadril. Ela estava de saia.

— Você nunca chegou tão longe com alguém, mas não vim aqui para conversar.

— Mas e a Tay? – Ela revirou os olhos.

— Cabello... Pensei que você fosse se ligar na hora em que nos viu juntas. Só queria ficar perto de você.

— Isso é insano.

— Isso é amor. Agora por favor, realize meu sonho e me faça sua.

— Temos tempo. Antes quero conversar.

— Sobre...

— Se eu ficar com você, Lauren não sofrerá um arranhão?

— Preocupada com a patricinha?

— Ela é uma mulher legal. Não quero que nada aconteça a ela.

— Se você se mudar para França comigo, ela ficará bem... Mas se continuarmos aqui... Não quero recaídas.

— Você é má. – Falei tocando a perna dela... Queria ela solta.

— Sou persistente. Se eu quero... Eu tenho. Não importa quantos eu tenha que subornar, magoar ou matar...

— Você não liga para Tay? Ela gosta muito de você. – Ela soltou uma risada.

— Ela é uma criança. Eu tenho outra mentalidade, mas o sexo era bom. – Falou dando os ombros.

— Não fale assim dela... – Levantei fechando os punhos. – Ela é boa demais pra você mesmo. Eu só não te arrebento por conta de questões éticas.

— Pensei que estávamos nos acertando.

— Eu só queria que você falasse às barbaridades que quer fazer.

— Eu falo. Está gravando? Eu vou matar a sua noivinha, depois vou chorar no enterro dela segurando o braço da pentelha, mas não vou tirar os olhos de você. Você vai ser minha custe o que custar. Agora me entregue. Entregue a gravação pra polícia, eu sou filha do Marechal desta espelunca, ele confia cegamente em mim. Só mandará um advogado no tribunal. Nem vai querer ouvir sobre o caso. – Nesse instante, Marechal Gomez sai do meu armário e Selena levanta rapidamente. – Mas...

— Cale essa boca... O que você está falando? Você está se ouvindo? – Ele estava muito triste. – Quando a Cabello me falou sobre as mensagens e as câmeras... Torci pra não ser a minha garotinha por trás de tudo. O que fizemos de errado pra você?

— Não me deram a Cabello.

— Ela não está a venda, ela não é um objeto. Ela não te quis, eu fiz o meu melhor, conversei com ela, ignorei a diferença de idade de vocês e permiti que vocês ficassem juntas, caso ela quisesse, mas não obrigamos ninguém a gostar de alguém. Vou te esperar no carro, amanhã mesmo você vai para o internato de freiras na Noruega. Se desculpe com Camila e já deixe seu carro aí, amanhã eu vendo ele para alguém. – Ele saiu.

— Sua idiota! Olha o que você fez!

— Eu não fiz nada... Quem fez foi você. Agora você vai até a casa de Tay e vai pedir perdão a ela. – Ela gargalhou.

— Nem em sonho. Já não preciso mais aturar aquela criança melosa. Fora o sexo, não salvo nada nela. – Em um impulso completamente desconhecido por meus modos, acertei um tapa forte no rosto dela.

— Nunca mais fale nela deste jeito. – Peguei o rosto dela e a fiz me encarar. – Você vai respeitar a garota que ama o personagem que você inventou. E lembre com carinho dela, pois ela vai ser a melhor pessoa que passará na sua vida, você vai sentir muita falta dela. Fique longe de mim e dos meus amores ou esse tapa vai ser só o começo da surra que vou ter o prazer em te dar. Eu só não quebro essa sua cara agora, pois respeito meu QG e isso vai contra meus princípios.

— Agora vou deixar o caminho livre pra você foder as duas. – Quando ergui meu punho, o senti ser segurado. Era Lauren.

— Deixe isso comigo. – Ela avançou. – Vou quebrar essa sua cara. – Ela deu uns tapas nela e Selena tentava revidar, mas não conseguia. Depois de um tempo as separei.

— Deu amor. Já chega.

— Eu quero matar essa vadia.

— Não vale à pena.

Peguei Selena pelo braço e a levei até o carro do pai dela. Ela a analisou e abriu a porta.

— Desculpe Senhor.

— Tudo bem, vi sua noiva chegando e sei que você não faria isso. – Ele olhou nos meus olhos. – Perdoe-me por tudo, talvez essa surra compense as que a mãe dela e eu não demos pra educá-la.

— Vocês são pessoas boas.

— Mas não a educamos como deveríamos. No colégio interno ela aprenderá. Bom feriado, Tenente. – Ele disse me abraçando.

— Marechal.

— Ele entrou no carro e saiu.

Voltei até minha fala e Lauren estava com o canto do rosto arranhado. Fui até o meu armário e peguei minha mochila, tirando uns curativos e pomadas dela.

— Sente aqui, anjo. – Falei e ela sentou-se à mesa. Coloquei soro no corte dela e depois passei a gaze. Passei uma pomada e coloquei um curativo ali. O beijei e ela me puxou para um abraço.

— Está se sentindo culpada pelo tapa. – Lauren me conhecia como poucos.

— Não devia ter encostado nela.

— Você se controlou ao máximo, Camz. Converse com seu pai e ele dirá que teria feito a mesma coisa.

— Talvez. O que faremos agora?

— Vamos conversar com Tay. Melhor falar tudo de uma vez.

— Sim. Vamos comprar algumas guloseimas, não vai adiantar muito...

— Vai ajudar. Vamos? Vim de táxi. – Assenti. Coloquei minha boina e entrelacei nossos dedos. – Você de farda fica tão sexy. – Sorri ruborizando.

— Você pode tirá-la pra mim depois... Se quiser é claro.

— Aaah eu quero. Quero muito.

Sorri e neguei. Compramos um monte de coisas e quando estávamos na sessão de chocolates, um cabelo ruivo me pareceu familiar.

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