8. Beijo

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Camila Cabello |Point Of View


Depois de uma semana de trabalho pesado, minhas férias chegaram, avistei minha cama e me atirei na mesma. Meu celular tocou. Era Tay.


— Oi pirralha.

— Oi Mila. Estou ligando para te intimar.

— Fale.

— Você me ajudou muito e eu passei de ano.

— Parabéns pirralha.

— Obrigado. Meus pais vão dar um jantar e você tem que vir aqui.

— Não sei, Tay. Vou me sentir deslocada.

— Não vai. Você é minha convidada especial. – Pensei um pouco.

— Ok.

— Sábado às oito horas.

— Até. – Desliguei e apaguei. De quarta a sábado posso tirar um cochilo.


Sofia não deixou que meu desejo se concretizasse e me importunou o tempo todo. No sábado fui até a casa de Tay.
Anunciei-me para o porteiro e liberaram minha entrada.

Quando entrei, entreguei um presente para Tay e ela me abraçou. Conversamos bastante sobre arte e ela me contou sobre a admiração por “El Greco” consegui um “Laocoonte” para ela e ela quase chorou de felicidade.


— Esse vai para o meu quarto.

— Que bom que gostou. – Cumprimentei os Jauregui's e conheci Chris, irmão do meio delas. Lauren nem me olhou e isso não me espantou.


No jantar, tudo fluía bem, até uma das amigas de Tay começar a alisar minha perna, por baixo da mesa. Estava vermelha e pedi licença da mesa. Tay veio até mim.


— Algum problema?

— Sua amiga... Está me alisando.

— Droga! Eu disse para ela se acalmar. Ela ficou louca quando te viu. Troca de lugar comigo?

— Ótimo. – Falei e voltamos para mesa. Ninguém perguntou o motivo e continuaram a conversa.


Depois que terminamos, Tay me levou até a sacada do apartamento.


— Isso é lindo. – Falei olhando a vista.

— Sim. Aqui é bom para pensar.

— Sim. – Falei me escorando na sacada.

— Vou trazer sucos para nós. – Assenti. Fiquei perdida em pensamentos.

— Lindo? – A voz rouca de Lauren me fez fechar os olhos.

— Sim. – Ela se escorou ao meu lado.

— Aqui era meu lugar para tomar decisões. Sempre que ficava em dúvida, essa vista me esclarecia. – Assenti e voltei a olhar para frente. Recebi uma mensagem de Tay.


"Tente beijá-la!"

Neguei com a cabeça, sorrindo com o desespero da coitadinha.


— Me desculpe por aquele dia. Foi estúpido aquilo, você tem namorado.

— Não tenho namorado. Não precisa se desculpar.

— Não? – Ela negou. – Quer jantar amanhã? – Ela ficou me olhando por um tempo. – Não precisa responder agora. Pegue meu número com Tay caso queira. – Ela assentiu e Tay entrou com os copos. Terminei o suco e fui embora, torcendo para que Lauren me ligue.

×××


Os dias passaram, com minhas férias, organizei minha casa, revisei meu carro e adesivei minha BMW s1000. Tay me fez de motorista e era bom ver Lauren às vezes.

Na sexta, meu celular tocou e era um número desconhecido.


— Tenente Cabello? – Lauren perguntou. A voz rouca ela é inconfundível.

— Sim, Lauren. Como está?

— Bem. E você?

— Bem também. – Ficamos em silêncio por um tempo.

— Eu decidi aceitar seu convite.

— Ótimo! Hoje? Posso te pegar as oito?

— Te espero então. – Ela desligou.


O dia se arrastou, mas às sete e meia chegou. Estava pronta e dentro do carro, esperando um tempo para não chegar muito cedo.

Quando cheguei, desci e me escorei na minha BMW X4, esperando ela descer. Quando ela saiu do prédio, com um
macacão vermelho, que mais parecia um vestido longo. Cabelos soltos. Impecável. Abri a porta do carro.

— Você está mais linda, Lauren.

— Obrigada. – Ela entrou e eu fechei a porta. Fomos para o Domenicos.

O jantar se arrastou. Lauren não facilitou e só concordava ou desacordava do que eu falava. No meio do jantar desisti. Larguei meus talheres.


— Porque você aceitou? Droga! Nem conversar comigo. Isso é frustrante.

— Essa sou eu. Se não te agrada...

— Eu também não sou assim, Lauren. Nunca me importo com ninguém, mas estou cedendo por você. Será que não mereço nem uma moral com você? – Ela ficou me encarando por um tempo e limpou a boca.

— Acho melhor você me levar para casa. – Olhei incrédula para ela. Depois chamei o garçom e ela levantou andando até a saída. Não entendo porque ela aceitou.


Abri a porta do carro e quando cheguei, saí do carro e abri a porta do lado dela. Ela saiu e caminhou até o prédio, ficando parada em frente a ele. Andei até ela, peguei a mão dela e ela fechou os olhos. Beijei a mão dela demoradamente e ela virou para mim. Rodeei sua cintura com meus braços e ela meu pescoço com os dela. Selei nossos lábios, um selinho demorado, ela deslizou a língua por meu lábio inferior e tomei seus lábios como meus. Explorei aquela boca maravilhosa com toda a calma possível. Ela puxou meu lábio inferior entre os dentes e depois me deu outro selinho.


— Só namorei duas vezes na minha vida e foi em um momento melhor meu. O tempo me tornou complicada, tenente.

— Não me importo. Quero tentar. Amanhã pode me ligar, se estiver a vontade com isso.

— Ok. – Colei nossos lábios novamente.


Fui para casa com um sorriso enorme no rosto.

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