91. Pequeno general

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Camila Cabello |Point Of View


Eu estava tremendo de frio, molhei o banco inteiro do carro e quase não a certo a chave no buraco da porta. Abri-a e logo meu filho veio correndo em minha direção.

— Não, pequeno. Estou encharcada. – Ele parou e logo Lauren surgiu com o barrigão dela.

— Oi papa!

— Oi pequeno. Como foi o dia?

— Foi legal. – Lauren veio me abraçar.

— Estou encharcada, amor.

— Camz! Vai logo tomar um banho quente, a banheira está cheia. Por isso vive gripada. – Eu caminhei até ela e beijei sua boca.

— Mama disse que você não precisa mais se sujar lá, papa.

— Não preciso mesmo, mas não me contenho. – Eu disse e ele ergueu os bracinhos.

— Porque é muito irado. – Eu ergui os meus também.

— Isso mesmo! – Lauren negou com a cabeça.

— Enche a cabeça desse menino de idéias, já viu que tenho cabelos brancos por causa disso? Ele vai fardado pra escola, Camz. Fardado!

— Esse é o garotão da papa, vem aqui! – Abri os braços e ele correu pra mim.

— Vai molhar o garoto, Camila.

— Eu não ligo, mama. – Eu o ergui e abracei forte, enchendo ele de beijos e o fazendo gargalhar.

— Só e vai tomar seu banho, antes que a água esfrie.

— Fui até o banheiro e o larguei no chão.

— Está de cuequinha? – Ele assentiu. — Vai colocar uma sunga pra tomar banho com a papa. – Ele saiu correndo e eu tirei a roupa, ficando de cueca e top. Lauren parou ao lado da banheira e eu fiquei acariciando a barriga dela. — E você, princesa? Quando vai aparecer para alegar ainda mais minha vida? – Lauren acariciou meus cabelos. — Coloque um biquíni e vem relaxar conosco. – Ela assentiu e eu coloquei um top e uma sunga. A água estava quente, ou meu corpo estava muito gelado por conta do ar gelado na noite.

Logo meu pequeno general pulou na água e gargalhei.

— Como foi hoje, papa? Você entrou no barro? – Ele me encarou com os olhinhos brilhantes vidrados em mim.

— Sim... Coloquei os novatos no lodo para aprender a se camuflar.

— Que irado... Eu posso fazer um dia...

— Camila... Para de encher ele com essas coisas. – Ela disse e entrou na água, sentando entre minhas pernas.

— Eu quero ser como a papa, mama. Vou ser General! – Ele disse animado e Lauren bufou.

— Vou envelhecer cedo. – Ela reclamou e jogou a cabeça sobre no meu ombro.

Ficamos conversando até Lauren sair e levar Sebastian para o banho.

Meses depois...


Estou ao lado do berço, tem uma pequena bonequinha me encarando e eu provavelmente estou babando. Ela é uma bonequinha linda, branquinha... É tão doce e calma, quase não acorda a noite, mas isso não me impede de vir vê-la de cinco em cinco minutos.

— Camz... – Ouvi um sussurro e eu corri para ver ela.

— O que houve, amor?

— Me assustei de não te encontrar.

— Isis está acordada. Ela estava me encarando. – Deitei e beijei a testa dela. — Ela é perfeita, Lauren. Temos uma bonequinha agora.

— E você vai me deixar de lado? – Ela disse fazendo bico e eu o beijei.

— Lógico que não. Eu tenho muito amor para espalhar para os três, mas meu amor por você sempre vai ser diferente. Intenso e único. – Beijei a testa dela. — Vamos aproveitar que vocês duas estão acordadas e ver se ela não quer mamar. – Lauren assentiu. Peguei a pequena e coloquei perto da mãe e ela já esticou a mãozinha para tocar o seio de Lauren. — Olha que amor... Ela quer mamar...

Eu disse emocionada e arrumei a poltrona para Lauren sentar. Ela sorriu e logo Isis mamava, Lauren fazia carinha de dor, pois ela dizia que doía, mas como o sorriso continua ali, me permiti relaxar um pouco.

— Vou ver nosso pequeno.

— Ele está dormindo, amor.

— Só vou cheirar ele um pouco. – Ela assentiu e negou quando escorou a cabeça na poltrona.

Entrei no quarto do meu pequeno general e ele dormia. Com todo cuidado do mundo, deitei perto dele e cheirei o pescoço dele. Após um tempo o encarando, ele abriu os olhos e me abraçou forte. Me senti tão em paz que acabei dormindo.


×××

— VAMOS LÁ, FILHINHO DA MAMÃE! QUER UM COBERTOR?

— NÃO, MARECHAL!

— MELHOR ASSIM SEU FRACO! PARE DE TREMER! NA GUERRA NÃO TEM GUARITA! SE SOBREVIVE OU SE SOBREVIVE!

— SIM, MARECHAL! – Todos responderam, estávamos em um dia de campo, uma tempestade horrível caiu e Dinah achou que seria muito propício e eu amei a idéia de colocar um terror psicológico nos novatos.

— ESTÃO CANSADOS? ACELEREM! FALTA O TEMPO DA PREGUIÇA DE VOCÊS. VAMOS! VAMOS! VAMOS! – Dinah gritou e depois disso, eles correram mesmo, chegamos ao fim do circuito completamente encharcados.— Dispensados.

— Sim, General!

Nem forças pra gritar eles tinham, eu queria cobrá-los, mas como não se dirigiam a mim, acabei ficando calada.

Chegamos a minha sala e batemos as mãos.

— Perfeito, Cabello. Eu amo trabalhar com alguém tão surtado quanto eu.

— Vá se ferrar, Hansen. Eu sou um amor perto de você.

— Aham... Eu estou muito ferrada para discutir sobre isso. Preciso da minha mulher e de um banho, não necessariamente nesta ordem.

— Preciso ver mesmo amores também. Lauren ficou preocupada quando avisei que iríamos a campo.

— E seus pequenos?

— Me deixando mais babona a cada dia. Isis fica cada dia mais ativa e meu generalzinho é meu xodó.

— Ele nem cresceu e já roubou meu posto.

— Verdade, DJ. Só está esquentando o banco para ele. – Ela me mostrou o dedo do meio e eu gargalhei. — Isso aqui vai crescer, DJ. Eu estou arrecadando fundo e vamos tornar essa base um potência...

— Já é...

— Eu sei que crescemos muito, mas com mais espaço e soldados, poderemos ter mais promoções e isso tornará todos mais produtivos.

— Claro, Marechal. Você vai conseguir...

— Nós vamos, DJ. Nós vamos.

Ela me abraçou e depois sorriu antes de sair da sala. Tirei minha jaqueta e descansei minhas pernas.

Cheguei na nossa casa e escutei aquele sermão gostoso de minha amada, sempre fica furiosamente preocupada comigo e eu amo tanto isso nela.

— Eu amo você, Lo. – Ela sorriu e parou de me xingar.

— Eu também amo você, amor. Nós amamos. Porque não se cuida?

— Estou ótima, amor. Eu sou a mulher mais feliz deste mundo e de outros que existirem. Tudo culpa sua.

Ela se jogou nos meus braços, não se importou com a farda molhada. Ela selou nossos lábios e sussurrou contra meus lábios gelados.

— Me leve para nosso quarto... Vou esquentar esse corpo perfeito da minha maneira.

Eu sorri e logo estávamos nos amando...

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