108. Ciúmes

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Lauren Jauregui |Point Of View


Camz continuava com a mesma empolgação com Heitor, ela nunca negligenciaria os filhos, mas eles estão morrendo de ciúmes, mesmo que o carinho dela com eles seja o mesmo, eles não se sentem confortáveis quando ela cita o nome de Heitor.

Camila costuma ser muito atenta a detalhes, mas parece que esse ciúme dos filhos passou despercebido por ela. Preciso avisar Camz... Vou chamar ela aqui na empresa.

Disquei seu número e no primeiro toque ela atendeu.

— Olá, meu amor. Estava mesmo querendo te ligar... Ouvir sua voz rouca.

— Ai... Camz. Não fala assim com essa calma que eu fico mais louca por você. – Ela soltou um sorriso.

— Só falo a verdade. – Ela suspirou. — Sua voz me acalma mesmo.

— Estressada?

— Cansada. Parece que mulheres militares não podem ser levadas a sério... Isso é tão desgastante, ficar corrigindo garotos que pensam como se vivêssemos no século passado.

— Não fique assim, amor. Sei que está se saindo muito bem com essa situação.

— Obrigado, amor. Eu só não queria ter que presenciar.

— Machismo é uma doença sem cura na sociedade, amor.

— Bela frase, amor. Acho que vou encomendar uns banners com ela. – Ouvi um estalo forte. — Claro. Tive uma idéia.

— Posso saber qual?

— Sim. Eu vou...

— Venha me contar pessoalmente. – A interrompi. — Preciso mesmo falar com você.

— Estou a caminho, meu amor. Amo você.

— Eu amo você muito mais.

— Não. Eu amo mais.

— Venha me dar um beijo se você ama mais.

— Chego em oito minutos.

Ela desligou e eu sorri... Como se estivesse falando com uma namoradinha da escola... Opa. Minha nossa... Estou privando meu filho dessa sensação? Ai meu Deus... Eu estou. Como eu posso ser tão egoísta?

Depois de uma leve divagação, Camila entrou na minha sala, postura e farda... Me deixando sem fôlego como sempre. Ela me abraçou e selou nossos lábios... Já falei o quanto sou louca por essa mulher? Se não... Fui desleixada, pois eu sou devota a Camila Cabello.

— Estou aqui, meu amor. O que queres de mim? – Ela disse e sentou-se a minha frente sobre a mesa. Céus! Eu até perdi o foco... Claro!

— Sabe... Você é uma ótima mãe.

— Obrigado. Você também... Melhor que eu na verdade.

— Não sou mesmo, mas esse não é o ponto.

— Huum... Qual é o ponto? – Ela disse sorrindo e eu acabei retribuindo.

— Essa história com o Heitor é linda. Sério... Acho comovente mesmo.

— Ele é um ótimo rapaz. Defende as mulheres no QG.

— Não duvido que ele seja, mas esse também não é o ponto. – Ela arqueou uma sobrancelha.

— Qual é o ponto, Sra. Jauregui Cabello?

— Seus filhos estão morrendo de ciúmes e confesso que quando você fala do Heitor na nossa cama, eu também fico. Sei que você queria ter adotado ele e não o encontrou, mas ele tem uma família agora. – Ela ficou me encarando por vários segundos... Achei que ela tinha dormido ali.

— Ciúmes? Como eu não notei?

— Sinceramente? Eu não sei, pois os meninos deixam bem claro isso.

— Desculpe, Lauren. Eu talvez tenha me empolgado bastante com o fato dele ter voltado, mas vou a escola dos meninos conversar com eles.

— Acho ótimo, mas antes quero escutar sua idéia.

Camila Cabello |Point Of View


Depois de conversar com minha esposa, fui até a escola dos meninos. Realmente, não me liguei no quanto posso estar sendo inconveniente.

Esperei a troca de período e Sebastian saiu da sala. Conversei com a professora de Ísis e ela liberou minha princesa por alguns minutos.

— Papinha? Está tudo bem?

— Sim, princesa. – A peguei no colo. — Só quero conversar um pouco com vocês. – Sebastian nos viu e correu em minha direção.

— Aconteceu algo, Papa? – Perguntou preocupado.

— Não. Eu só quero conversar um instante com vocês. – Ele beijou meu rosto e segui até uns bancos para nos sentarmos. — O assunto é o Heitor. – Eles reviraram os olhos e soltei uma risadinha com isso. Verdade! Estava bem na cara mesmo. — Desculpem, amores. A mãe de vocês me fez perceber o quanto isso está chato para vocês, mas Heitor e eu temos uma grande história compartilhada.

— Sabemos... Salvou a vida dele. – Sebastian disse e soou estranhamente irritado.

— E ele ajudou na minha. – Eles me encararam. — Sabe... Com aqueles problemas todos do meu pai, a minha falta de dinheiro na época e o fato da sua mãe ser a mulher mais linda da face da terra, me fizeram uma pessoa muito insegura. Eu estava com medo de perder sua mãe, com medo de ser insuficiente, pois meu pai me falava isso sempre que podia. Que eu não era suficiente e eu comecei a acreditar.

— Mas você é incrível, Papa.

— E quando salvei aquele garoto, ele me olhava como se eu fosse a pessoa mais incrível da face da terra. Me chamou de heroína, disse que queria ser como eu. Aquilo foi muito motivador, percebi que Lauren me olhava do mesmo jeito, mesmo
sem me falar, com o tempo descobri que eu realmente bastava para ela.

— A mama ama você, papinha.

— Eu sei, princesa. Mas na época eu não via motivos para ela me amar, ela convivia com caras elegantes, inteligentes que entendiam sobre o trabalho dela... E eu me achava uma ogra, morria de vergonha de ir às festas dela, nem comia para não fazer ela passar vergonha, hoje eu vejo que era bobagem, mas era como eu me sentia... E Heitor me ajudou. Eu sei que pareço empolgada demais, mas é por uma causa justificada. Só que eu quero me desculpar, você é minha princesinha e você meu general, pequeno. Isso nunca vai mudar... Pode ter certeza, filho. Que se estou empolgada com ele, você não tem ideia de como vou ficar quando for você. – Eles sorriram. — Mas isso se vocês quiserem, não vou impor carreiras para vocês.

— Sabemos, papinha. Podemos ser o que a gente quiser.

— Mas eu vou ser militar, papa. Sempre quis e não vou desistir disso.

— Isso me enche de alegria, General. Estou esperando você desde seus seis anos. – Ele sorriu e me abraçou... Depois ela me abraçou. Ficamos um tempo assim. — Amo vocês, pequenos. Vocês não tem idéia do quanto amo vocês... Sabem porque? – Eles me encarando. — Vocês me olham com devoção sem eu ter feito nada. – Sebastian se emocionou e eu também. Ele me abraçou mais apertado.

— Eu amo você demais, Papa.

— Eu também, Papinha.

Ficamos ali mais um pouco e depois fui levá-los a aula. Voltei para o QG e peguei a ficha dos novatos problema, e mesmo sendo assim, eu via potencial neles.

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